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Nova proposta motiva trabalhadores na Caixa

Com paralisação de quase 100% das unidades bancárias da Caixa Econômica Federal em todo o Estado, os Sindicatos de Bancários das bases da FETEC-CUT-PR (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná) realizam assembléias no final da tarde desta terça-feira (9), visando direcionar os rumos da greve que teve início na quarta-feira passada. Aproximadamente 3.500 trabalhadores bancários de 100 agências mantêm as atividades paralisadas no Paraná. Em nível nacional, a greve atingiu 80% da categoria.

Depois de dar por encerradas as negociações e ajuizar dissídio coletivo na Justiça do Trabalho, a Caixa voltou atrás, pois a medida não inibiu os trabalhadores bancários. Representantes das federações e sindicatos cutistas, em assembléias realizadas na tarde-noite de ontem em todo o país deliberaram pela continuidade da greve, o que forçou a direção da Caixa a retomar o processo de negociação. “Por si só, esta já foi uma grande vitória do movimento sindical e dos trabalhadores na Caixa, agora mais motivados com essa nova proposta”, destacou Antonio Fermino, representante da FETEC-CUT-PR nas negociações com o banco.

Assim, a instituição reabriu as negociações na noite de ontem e comprometeu-se a retirar o dissídio coletivo no TST, caso uma nova proposta, apresentada ainda ontem, fosse aprovada. Depois de uma rodada de intensos debates, a Caixa apresentou a proposta em reunião que começou às 22h e terminou por volta das 2h30 da madrugada de hoje.

Segundo Fermino, o mérito dos trabalhadores na Caixa, que mantiveram-se firmes desde o início da Campanha Salarial, pode ser mensurado pelo alcance da proposta: “dentro do limite colocado e considerando que a instituição também não pretende descontar os dias parados, já é uma proposta bastante razoável”, analisou, lembrando que a Caixa também avançou no que diz respeito à isonomia de direitos.

O trabalhador bancário na Caixa, Zelário Bremm, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de Toledo e Região, frisou que apesar do avanço “substancial” nas questões de isonomia e Plano de Carreira, há outros pontos que precisam melhorar. “A direção da Caixa mostra seriedade ao avançar nestes pontos, mas precisa discutir outras questões nas mesas específicas”.

Para Zelário, um ponto fundamental é a contratação de três mil novos trabalhadores, apesar de não atender integralmente a demanda nos serviços bancários da instituição. “Ameniza, mas não equaliza. O ideal seria a contratação de dez mil novos bancários”, explicou.

Proposta da Caixa

Os principais tópicos da nova proposta apresentada pelos diretores da Caixa Econômica Federal são os seguintes:

• Reajuste de 6% e pagamento da 13ª cesta-alimentação, conforme negociado com a Fenaban;
• PLR anual de R$ 4.100 para empregados sem cargo de comissão e de R$ 4.362,84 para os que detêm esses cargos;
• Pagamento da primeira parcela da PLR (60%) dez dias após a assinatura do acordo.
• Pagamento da segunda parcela (40%) em março de 2008, acrescida de R$ 600 (desde que a variação do lucro anual da Caixa seja superior a 15% em 2007 em comparação com o ano anterior);
• Abertura de diálogo sobre isonomia no Plano de Cargos e Salários, com a unificação das tabelas. A referência 101 da tabela do PCS pós-98, corrigida pelo índice da Fenaban, de 6%, passa a ser o piso da nova tabela. O teto com valor da referência 95 da tabela pré-98, com aplicação, além do reajuste de 6%, da correção da curva relativa aos R$ 30 pagos na campanha nacional de 2004 e um terço relativo às vantagens pessoais;
• Cronograma de implantação, com as negociações do PCS tendo início 30 dias após a assinatura do aditivo à Convenção Coletiva, com finalização da proposta até 30 de abril e implantação até 1º de julho de 2008. O ingresso na nova tabela se dará por adesão e aproximação. Será garantida a não redução salarial. A forma de progressão será por antigüidade e merecimento, cujos critérios também serão negociados até 30 de abril de 2008.
• Parcelamento do adiantamento de férias em 10 vezes, com aplicação das menores taxas de juros existentes para os empréstimos em consignação e garantia no texto do acordo aditivo do direito de permanência no Saúde Caixa para o empregado que tenha se aposentado pela Previdência oficial em efetivo exercício no banco.
• Compromisso de abrir negociações num prazo de 30 dias após a assinatura do aditivo à Convenção Coletiva no que diz respeito à política de acesso à Rede Mundial de Computadores;
• Contratação de mais 3.000 empregados até dezembro de 2007 e a abertura de concurso público nacional para formação de banco de candidatos, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, cujos concursos foram realizados no ano passado e encontram-se em vigor;
• Concessão de 4.100 bolsas de incentivo para graduação em 2008, 4.000 bolsas para cursos de idiomas (inglês, espanhol e japonês) no valor de R$ 1.200/ano por empregado;
• Pagamento de tíquetes para os novos empregados no mês da contratação, pagamento de auxílio-creche a partir do primeiro mês de nascimento do filho;
• Inclusão dos aposentados do PMPP na Funcef, reabertura do saldamento do REG/Replan até 31/12/2007 e conversão até 30 dias de licença-prêmio e Apip em espécie.

Além dessas conquistas, a direção do banco também se comprometeu a não descontar os dias parados na greve até o dia de hoje (9 de outubro) e solicitou o cancelamento da audiência de Conciliação agendada para as 14h de hoje no TST.


Por Edson Junior
FETEC-CUT-PR

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