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Polícia diz que 25 seguranças já chegaram atirando contra os sem-terra na Syngenta

Policiais civis e militares de Cascavel informaram que 25 seguranças particulares da empresa NF, contratados pelo “Movimento de Produtores Rurais” da região ( nome do movimento é de fachada, não existe oficialmente), chegaram atirando na tarde de domingo (21), quando houve o segundo conflito entre os sem-terra e homens armados na fazenda experimental de transgênicos da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste.

O primeiro conflito aconteceu na madrugada de domingo, quando os seguranças foram expulsos pelos sem-terra, sem confronto. Um vídeo entregue pelos trabalhadores sem-terra à Polícia Civil registra o momento da chegada dos atiradores à fazenda. Na madrugada de domingo, a fazenda Syngenta foi reocupada por cerca de 150 homens e mulheres ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

“Nós já temos fortes indícios de quem fez esta contratação, apesar de os responsáveis tentarem se esconder atrás de um movimento de fachada. Nós não vamos admitir no Paraná a ação de um bando como esse, que promove a violência. Serão todos enquadrados e serão colocados atrás das grades como todo e qualquer bandido”, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

O confrontou que matou o líder dos sem-terras Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Kenun, e o segurança Fábio Ferreira de Souza, da empresa NF Segurança, aconteceu no domingo à tarde, quando 25 seguranças armados voltaram ao local para fazer a reintegração de posse “por conta própria”. No tiroteio, ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital Universitário os seguranças Vanderlei Giraldi, Rodrigo Oliveira Ambrósio e Marcelo Victor Stevens, e a integrante do MST Isabel Maria Nascimento Souza. Também receberam atendimento médico os integrantes do MST Adilson Alves Cartin, Jonas Gomes de Queiroz, Gentil Couto Vieira e Udson Alves Cardin.

Sete seguranças continuam presos e foram autuados por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões, na delegacia de Cascavel. Os sem-terra foram liberados pela polícia. Os demais teriam fugido a pé após o tiroteio. Apesar do silêncio dos sete seguranças presos que se recusaram a prestar depoimento – a polícia já identificou o dono da empresa de segurança NF, que seria Nerci de Freitas. Segundo o delegado Amadeu Trevisan Araújo, chefe da 15ª Subdivisão Policial, de Cascavel, o dono da empresa deverá confirmar para a polícia os nomes dos verdadeiros mandantes da operação. Além disso, o delegado fará a identificação entre seguranças e trabalhadores sem-terra para que seja apontado o responsável pelas mortes. “Os sem-terra chegaram e os seguranças deixaram o local. Depois, por volta da uma e meia da tarde, os seguranças voltaram e aconteceu o tiroteio”, explicou o delegado.

Também nesta segunda-feira (22), o Governo do Paraná, através da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, repudiou as declarações emitidas à imprensa pela presidência da OAB Paraná e também pela seção Cascavel da Ordem dos Advogados do Brasil. Para o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, as declarações demonstram profundo desconhecimento sobre as ações policiais que já cumpriram 172 ordens de reintegração de posse no Paraná.

“Justificar a ação de grupos armados no campo é justificar ação de bandidos que ignoram as leis. Nós não desrespeitamos as leis, tanto é que cumprimos uma média de uma reintegração a cada dez dias sem que uma pessoa morresse no campo. Não toleramos a ação de grupos armados no campo, da mesma maneira que não vamos tolerar que ações de bandidos sejam justificadas levianamente principalmente por aqueles que deveriam zelar pelo cumprimento das leis”, disse Delazari.

Para o secretário, “culpar” o governo de omissão e assim justificar a violência exercida por grupos, como o que agiu na fazenda da multinacional Syngenta, é “uma ignorância”. “Eles deveriam estar questionando quem contratou este bando para promover a violência, em vez de criar um debate político para se aproveitar do assunto”, disse.

A fazenda da multinacional suíça Syngenta fica no cinturão de proteção ecológica do Parque Nacional do Iguaçu, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná e em julho foi desocupada de forma pacífica pela Secretaria de Segurança e Polícia Militar do Paraná.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.aenoticias.pr.gov.br.
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Militante da Via Campesina é assassinado no Paraná

Um grupo de aproximadamente 40 homens armados atirou em integrantes da Via Campesina, domingo à tarde, logo após ação de reocupação de um campo de experimentos com sementes transgênicas da empresa Syngenta, no oeste do Paraná. Vilmar Mota foi morto com dois tiros no peito.

PORTO ALEGRE – Valmir Mota, militante da Via Campesina, foi assassinado com dois tiros no peito, ontem à tarde, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná. Segundo a Via Campesina, Valmir foi executado por um grupo de cerca de 40 pistoleiros no acampamento do campo de experimentos da empresa multinacional Syngenta Seeds. Outros seis integrantes da Via Campesina ficaram gravemente feridos. Fábio Ferreira, que integrava o grupo de seguranças armados, também morreu. Entre os feridos o caso mais grave é o de Izabel Nascimento de Souza, que está em coma e corre risco de morte.

A ação dos pistoleiros ocorreu depois que cerca de 150 integrantes do movimento reocuparam o campo de experimentos da empresa para denunciar o cultivo ilegal de sementes transgênicas de soja e milho. Conforme o relato da Via Campesina, por volta das 13h30min, cerca de 40 homens fortemente armados chegaram, em um micro-ônibus, ao portão da entrada da área e desceram atirando nos manifestantes.

Além de Valmir, atingido com dois tiros, outros cinco agricultores foram baleados e Isabel Nascimento de Souza foi espancada. Ainda segundo a Via Campesina, a Syngenta contratou serviços de segurança que atuavam de forma irregular na região, articulados com a Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e com o Movimento dos Produtores Rurais (MPR).

Uma das diretoras da empresa de segurança NF foi presa no início de outubro e o proprietário da mesma fugiu durante uma operação da Polícia Federal que apreendeu munições e armas ilegais. Segundo a organização de trabalhadores rurais, há indícios de que a empresa é contratada como fachada, para encobrir a ação de pistoleiros que formariam uma milícia armada que atua praticando despejos violentos e ataques a acampamentos na região.

No dia 18 de outubro, a atuação de milícias armadas ligadas à SRO/MPR e Syngenta na região Oeste do Paraná foi denunciada durante uma audiência pública coordenada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal dos Deputados (CDHM), em Curitiba. Agora, a Via Campesina cobra da justiça a apuração do ataque, contra os trabalhadores do acampamento, que juntamente com o assentamento Olga Benário lutam para transformar a área num Centro de Agroecologia e de reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e reforma agrária.

O campo de experimentos da Syngenta foi ocupado pela primeira vez, em março de 2006, para denunciar o cultivo ilegal de sementes transgênicas. Após 16 meses de ocupação, no dia 18 de julho deste ano, as 70 famílias que participaram da ação desocuparam a área e foram para um local provisório no assentamento Olga Benário, também em Santa Tereza do Oeste.

Sete homens já foram presos

A Secretaria de Segurança do Paraná informou que sete homens que atacaram os agricultores já foram presos e disseram que foram contratados pelo Movimento dos Produtores Rurais para retirar pessoas que tentassem invadir a área. Eles foram autuados por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões. Após o confronto, os seguranças teriam fugido a pé e acabaram sendo encontrados e presos num barracão abandonado a cerca de seis quilômetros da fazenda da Syngenta. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), determinou que a polícia fique de prontidão nas imediações da área para evitar novos conflitos.

Em nota oficial, a Syngenta disse que “lamenta profundamente o incidente ocorrido durante nova invasão” e promete colaborar com as autoridades locais na apuração do que ocorreu. Ainda é prematuro fazer uma avaliação definitiva sobre o ocorrido, acrescenta a nota que assegura que a “a política global da companhia determina que não se use força ou armas para proteger suas unidades”.

Por Marco Aurélio Weissheimer – Carta Maior.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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