Questionário exige identificação do bancário; Sindicato oferece ao banco consultoria grátis
São Paulo – E segue a novela do confuso e injusto programa de Remuneração por Resultado (RR) do Unibanco. No começo do ano, o banco apresentou, sem consultar os bancários, mudanças na forma de pagamento da RR, que passaria a ser descontada da PLR. Após intensos debates entre os bancários e a direção do banco, sem chegar a um acordo, o banco implementou o novo programa unilateralmente e, agora, coloca no sistema questionário com nove perguntas para os bancários avaliarem a RR e dizerem se compreendem a forma de pagamento. O bancário é obrigado a responder à pesquisa, utilizando seu login e, assim, precisa se identificar no momento de dar sua opinião.
“São perguntas direcionadas. Assim como foi a última consulta de satisfação, trata-se de uma pesquisa-fantasia, porque o resultado será com toda certeza positivo ao banco e nada será realmente avaliado. Isso porque as perguntas são feitas de forma a forçar o funcionário a afirmar que compreende a confusa forma de pagamento, quando sabemos que o banco nunca conseguiu explicar isso”, critica o diretor do Sindicato Carlos Damarindo, o Carlão. Para ele, se o banco quisesse fazer uma pesquisa séria e se buscasse resultados reais, distribuiria a pesquisa em impressos, que seriam preenchidos sem necessidade de identificação.
“Ninguém quer perder o emprego. Sabendo que o banco está impondo esta forma de pagamento injusta da RR, o bancário se sente obrigado a concordar com a direção do banco, pois sabe que pode ser punido caso demonstre descontentamento”, diz Damarindo. “Além do mais, faltou no questionário a principal pergunta: se o bancário concorda com o desconto da RR na PLR.”
Consultoria grátis – Carlão aproveita para colocar o aparato do Sindicato à disposição da diretoria do banco. “Caso haja real interesse em avaliar o grau de satisfação com o programa e o quanto os bancários compreendem a fórmula de pagamento, estamos oferecendo uma consultoria grátis para o Unibanco. Nosso contato diário com centenas de bancários mostra que todos estão descontentes e confusos. Como alguém poderia concordar com uma fórmula imposta sem diálogo e que reduziu seus ganhos?”
Por Danilo Pretti Di Giorgi – 23/10/2007.
NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.