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Para professor da USP, Brasil pode produzir carro mais barato do mundo

Rio de Janeiro – O investimento em pesquisa e desenvolvimento na Índia, que resultou na criação do Nano, o automóvel mais barato do mundo, pode ser adotado com sucesso também no Brasil. Essa é a avaliação de Marcelo Augusto Leal Alves, coordenador de graduação do curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli–USP).

Para Alves, o investimento em pesquisa e desenvolvimento é a melhor maneira de melhorar a competitividade do produto nacional. “Com tecnologia, esse produto pode ser feito com menos custos e mais eficiência. Se todas as fábricas se dispuserem a investir, a engenharia automotiva poderá ter ganhos expressivos”, ressalta.

Desenvolvido inteiramente na Índia, o Nano, segundo o especialista, é um exemplo de como o investimento conjunto em ciência, pesquisa e desenvolvimento pode dar certo. Marcelo Alves chamou a atenção para o fato de que o carro tem 34 patentes, concentradas nas partes de motor, câmbio e transmissão.

Segundo o professor da USP, o Brasil pode tirar da experiência indiana duas importantes conclusões. “Primeiro, o fato de que não existe essa história de que um país pobre não pode se desenvolver. A Índia está se desenvolvendo, em alguns casos até com recursos próprios. A outra [conclusão] é o valor do conhecimento. Isso é muito importante. Essa montadora investiu em tecnologia e conhecimento”, explica.

O pequeno veículo indiano tem valor em torno de US$ 3 mil. No Brasil, o preço subiria para R$ 10 mil, conforme Alves, por causa dos impostos. O professor afirma que, além da mão-de-obra barata na Índia, o Nano custa menos que a média de mercado por não vir com itens de conforto, como rádio e ar-condicionado, e por apresentar limitações no desempenho, com velocidade máxima de 105 quilômetros por hora.

Por causa dessas características, Alves diz que o Nano não é um competidor para o carro popular brasileiro. “Mesmo o veículo nacional mais simples e barato tem mais recursos do que o Nano”, analisou. Por outro lado, ele aponta que o carro indiano tem muitas inovações tecnológicas no projeto e na fabricação.

Para o coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Poli-USP, a Tata Motors, fabricante do Nano, pode incorporar as novas tecnologias a outros veículos, inclusive para aumentar a margem de lucro. Segundo ele, o fato de a montadora estar vinculada à siderúrgica Mittal Steel, uma das maiores do mundo, facilita muito o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Alves, no entanto, destacou que o Brasil não está tão atrasado em termos de pesquisa e desenvolvimento no setor automotivo. “Já se desenvolvem tecnologias específicas aqui. O veículo flex [bicombustível] foi todo feito no Brasil”, salientou.

Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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