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Por 21:07 Sem categoria

Volume de crédito chega a 35 porcento do Produto Interno Bruto brasileiro, o maior resultado desde maio de 1995

Brasília – Relatório divulgado hoje (25) pelo Banco Central aponta que, em fevereiro deste ano, a relação entre o volume de crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 34,9%, o maior resultado desde maio de 1995, quando chegou a 35,1%. Anteriormente, essa relação chegou a 36,8%, em janeiro de 1995. O PIB é a soma soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, as taxas de crescimento do volume de crédito no país são “bastante confortáveis” e não geram preocupação, já que a inadimplência está “comportada”.

A expectativa, segundo Lopes, é que o volume de crédito neste ano cresça entre 20% e 25% em relação ao ano passado, o que vai representar cerca de 40% do PIB. “Não é uma relação elevada quando se compara a economias similares à brasileira”, avaliou.

Segundo ele, a média da relação entre o volume de crédito e o PIB, do período 1994 a 2000, ficou em 37,97% no Brasil. Já no Canadá, o índice ficou em 60,57%, nos Estados Unidos 44,19% e no Japão 116,79%.

“Não é um crescimento muito forte no seu conjunto. Para alguns segmentos, evidentemente que tem crescimento mais forte”, afirmou Lopes. Ele citou, por exemplo, o caso das operações de leasing, linha de empréstimo comumente usada na aquisição de carros. Essas operações cresceram em janeiro 5,2%, na média, em relação a fevereiro. “Para a pessoa pessoa física, o crescimento foi de 8,4% no mês, em 12 meses, um crescimento de 96%, que também está em linha com o comportamento do mercado de automóveis”.

Altamir Lopes ponderou, no entanto, que boa parte das vendas de veículos é com pagamento à vista. Ele citou dados da A Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Segundo a instituição, em 2007, 28% das vendas de veículos foram à vista, 30% por meio de leasing, 38% por outros financiamentos e 4% por meio de consórcios. Em 2004, essas porcentagens eram de 34%, 10%, 47% e 9%, respectivamente.

Ontem (24), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo esteja estudando medidas para reduzir o número de parcelas de financiamentos. Segundo ele, o governo pretende apenas assegurar o crescimento estruturado da economia por meio do estímulo aos investimentos.

O chefe do Departamento Econômico do BC, disse desconhecer as medidas citadas pelo ministro, ao ser questionado sobre o assunto. “Não conheço as medidas e não as comento portanto”, respondeu.

Para Lopes, é preciso observar constantemente os dados de inadimplência. “Evidentemente tem que estar olhando sempre isso. Mesmo porque tem novos entrantes para esse mercado. A cada vez que se observa um novo tomador de crédito, tem que ter muito cuidado com análise de risco desse novo agente, cujo histórico é desconhecido”, disse.

Ele acredita que as instituições têm cumprido bem o papel de fazer a análise de risco “uma vez que a inadimplência vem bastante comportada”. “[A indadimplência] é um indicador razoável da saúde dessas carteiras. Isso não significa que não possa ter [problemas] depois”.

Segundo dados divulgados hoje (25) pelo Banco Central, o prazo do financiamento para veículos, em fevereiro, chegou a quase 20 meses, ou 594 dias corridos. É o maior da série histórica, iniciada em 1994. No caso do prazo para pessoas físicas, de 447 dias, também é o mais elevado da série histórica. Para as empresas, o prazo médio foi de 303 dias, contra os 307 dias registrados em janeiro.

Para Lopes, na média, não se está praticando prazos muito longos, como de 90 prestações. “Se você fizer um financiamento tão longo, transcorrida a metade do prazo, a depreciação [do bem] é enorme”, afirmou. Ele disse ainda que, para os financiadores, o risco é evitado, uma vez que as taxas de juros devem ser elevadas o suficiente para cobrir um possível prejuízo. “Com uma taxa que permita recuperar [o valor do veículo] na metade do prazo”, exemplificou.

Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.gov.br.

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