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Números dos bancos mostram o sufoco na rotina dos trabalhadores bancários

O número de contas correntes cresceu muito mais que as contratações desde o ano 2000

São Paulo – As dificuldades vividas no dia-a-dia pelos bancários podem ser evidenciadas em números. Desde o ano 2000, o número de contas correntes nos bancos aumentou 76% — de 63,7 milhões para 112,1 milhões. O número de bancários no período, no entanto, aumentou 31%: saltou dos 323,2 mil postos de trabalho para 422 mil.

O caos só não é maior devido à assumida estratégia das instituições financeiras, de empurrar os clientes para fora das agências bancárias. Na pesquisa O Setor Bancário em Números, divulgada pela federação dos bancos (Febraban) no último dia 27, o diretor de tecnologia da informação da entidade, Carlos Eduardo Correa da Fonseca, relatou que mais de 80% das dependências físicas disponibilizadas pelos bancos são postos eletrônicos e correspondentes bancários – que no relatório são citados como correspondentes “não” bancários.

Esse setor, aliás, foi o que apresentou crescimento mais expressivo. Enquanto o número de agências bancárias aumentou apenas 11,7% nos últimos sete anos, o de correspondentes bancários cresceu 514,2%. Os caixas eletrônicos também tiveram evolução expressiva entre 2000 e 2007: 140,7%.

“Esses números mostram o que o Sindicato e entidades de defesa dos consumidores estão certos ao dizer que os bancos cobram caro pela prestação de serviços, as tarifas, mas que os próprios clientes são obrigados a fazer o serviço bancário, já que o acesso às agências vem sendo propositadamente dificultado ao longo dos anos”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

A situação dos bancários, que estão tendo o perfil profissional alterado, também fica clara. “Os empregados dos bancos são cada vez mais forçados a vender produtos, empurrar cartões, seguros aos clientes. O atendimento direto não é mais priorizado e isso resulta na gigantesca quantidade de reclamações registradas contra as instituições financeiras no Idec, Procon, no Banco Central”, diz Marcolino.

Tecnologia – Essa forçada mudança de perfil fica clara no estudo da Febraban, divulgado dias antes da realização do Ciab 2008 – congresso dos bancos sobre tecnologia e segurança. O setor investe alto em equipamentos em que os clientes realizem eles mesmos seus serviços bancários.

O número de transações realizadas nos auto-atendimentos cresceu 15,4% de 2006 para 2007. Correa, diretor da Febraban, foi categórico: assim, os clientes evitam as filas dos caixas. Já existem 175 mil caixas automáticos no Brasil, o que coloca o país entre os três maiores do mundo na quantidade de máquinas, de acordo com Correa.

As transações por Internet Bannking tiveram evolução parecida, 12,6% em um ano.

O maior crescimento, no entanto, está nos correspondentes bancários: 29,1% mais transações entre 2006 e 2007. “Resultado da expansão de 15,5% de unidades neste canal e de sua maior conveniência para a realização de transações bancárias para o público de menor renda ou que não possui conta em banco”, informa o estudo da Febraban.

“Os bancos estão se especializando em exclusão social. Só querem nas agências clientes com muito dinheiro, potenciais consumidores de produtos. Os demais, são empurrados para os correspondentes ou não passam da porta, dos caixas eletrônicos, e é preciso ressaltar que nesses lugares a segurança física é muito menor. Os bancos têm que mudar essa postura”, destaca o presidente do Sindicato.

Por Cláudia Motta – 30/05/2008.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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