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Por 23:42 Sem categoria

Participação massiva de mulheres é destaque na Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário

O Hino Nacional estilizado do Quinteto Violado abriu oficialmente na noite de quarta-feira (25) a I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (I CNDRSS), em Olinda (PE). O evento é marcado pelo resgate das manifestações culturais da população do campo, pela diversidade de seus mais de dois mil participantes e pelos debates sobre o Brasil rural que queremos. Na abertura oficial, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, agregou mais um assunto fundamental para discussões, que duram até sábado (28): a importância da agricultura familiar na atual crise dos preços dos alimentos.

“A nossa oportunidade chegou. Temos à frente a chance de responder ao Brasil e ao mundo que podemos produzir. E produzir muito. É hora de reafirmar a importância da agricultura familiar e da reforma agrária para o desenvolvimento econômico e sustentável”, enfatizou Cassel, ao apresentar o Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a ser lançado no próximo dia 3 de julho, em Brasília.

O novo Programa destina R$ 6 bilhões para uma nova linha de crédito, de até R$ 100 mil, para o aumento da produção e da produtividade no meio rural. O objetivo é que a agricultura familiar produza excedente de 18 milhões de toneladas de alimentos até 2010. Para tanto, o Mais Alimentos prevê a mecanização – 60 mil novos tratores no campo e milhares de outros implementos agrícolas em dois anos – além do avanço da assistência técnica nas propriedades familiares.

Mulheres

A presença massiva de mulheres de todo o País no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, tornou-se rapidamente um dos destaques da I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (I CNDRSS). Desde a abertura oficial do evento, o assunto centraliza as atenções. Não há painel em que essa prova do protagonismo feminino no campo deixe de ser mencionada. Trabalhadoras rurais, mulheres extrativistas e indígenas, pescadoras, quilombolas e assentadas da reforma agrária representam 42% dos dois mil participantes.

“Esta conferência é um marco histórico. Começa com um processo democrático trazendo os verdadeiros atores principais para a construção de proposições ao modelo de desenvolvimento sustentável e solidário brasileiro”, afirma Carmem Foro, vice-presidente da CUT e coordenadora de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). “O Brasil rural que queremos nós já estamos construindo quando aprendemos a lutar por nossos direitos, quando reivindicamos inclusão social, igualdade e debatemos junto aos poderes públicos”.

Para Carmem, participar da construção de um Plano Nacional de Políticas Públicas de Desenvolvimento Sustentável e Solidário que contemple as mulheres – e elas representam 42 % do público, de duas mil pessoas – é ter a clareza de que esse plano é amplo e deve incluir todas as trabalhadoras.

Segundo Elisângela Araújo, presidente da Fetraf-Brasil, que também participa do evento, “poder participar da construção de políticas públicas tendo as mulheres de todo o país, agricultoras familiares de vários estados, como protagonistas é muito positivo e é um dos maiores compromissos e desafios do movimento sindical. Esta Conferência certamente é mais um espaço conquistado pelos movimentos sociais e, uma de nossas principais lutas, é garantir a participação em espaços como estes, onde possamos intervir inclusive para mudar as desigualdades sociais de gênero e de classe existentes na sociedade, seja no meio rural ou urbano”.

Participação nas etapas preparatórias

Coordenadora da Secretaria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), que com o MDA promove o evento, Roseli Andrade também confessa a surpresa diante do desempenho feminino. Para assegurar a participação de grupos de mulheres na Conferência Nacional, foi sugerida uma cota mínima de 30% de participação feminina nas etapas preparatórias territoriais e estaduais. “Em alguns estados, nas conferências territoriais, tivemos dificuldade de cumprir esse percentual. A gente imaginou que poderia não conseguir essa meta. Mas nas etapas estaduais, tudo mudou: conseguimos 41%. Num mundo rural que se expressa de forma tão masculinizada, isto que vemos aqui foi uma conquista e tanto. Não é mera coincidência”, ressalta.

A I CNDRSS prossegue até sábado (28) com discussões temáticas sobre os eixos: Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental, Reforma Agrária e Acesso aos Recursos Ambientais, Qualidade de Vida no Brasil Rural, Participação Política e Organização Social. O objetivo é que no encerramento do evento seja extraído um documento com as diretrizes sobre o Brasil Rural que Queremos.

CUT com informações do MDA.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.

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