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Por 12:21 Sem categoria

Mais maduros e com melhor formação, eis o novo perfil dos trabalhadores metalúrgicos da região do ABC na grande São Paulo

Mais maduros e com melhor formação

Trabalhadores mais escolarizados, faixa etária mais ampla e a maior massa salarial da região. Esses são os destaques do perfil dos metalúrgicos do ABC, segundo levantamento da Subseção Dieese do Sindicato.

O ABC foi uma das regiões que mais se beneficiou do crescimento econômico por contar com uma indústria automotiva, que atualmente emprega 19,8% do total de trabalhadores da região.

Em números, são 139 mil dos pouco mais de 700 mil trabalhadores nas sete cidades, de acordo com pesquisa realizada pela Subseção Dieese do nosso Sindicato.

A participação do rendimento dos metalúrgicos na massa salarial da região também é expressiva, 34,2% do total de R$ 1,1 bilhão.

“Em percentuais, representa mais de um terço dos rendimentos de todos os trabalhadores, inclusive os do setor público. Isso tem um peso importante na economia do ABC”, comentou a economista Zeíra Camargo, da Subseção do Dieese.

“Aqui no ABC a indústria tem papel fundamental. Se ela vai bem, a região melhora”, disse o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre.

Na nossa base, com 100 mil metalúrgicos nas cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o pessoal nas montadoras e autopeças detém quase 70% da soma de todos os rendimentos dos metalúrgicos.

A categoria atingiu a marca dos 100 mil companheiros e companheiras neste mês, em razão da retomada das contratações a partir de 2003.

Desde então, foram contratados 22 mil metalúrgicos, aumento de quase 30%.

Mulheres puxam nível de escolaridade

A pesquisa do Dieese mostra que houve uma melhora no nível de escolaridade na categoria.

Há dez anos 46% não tinham a 8ª série completa e hoje 41% têm o 2º grau completo e 20% cursam ou já terminaram a faculdade.

“Houve uma mudança de perfil. A elevação da escolaridade mostra a consciência do metalúrgico de que estudar é importante”, comentou Zeíra.

As mulheres saíram na frente.

Enquanto 29,8% delas fazem ou já fizeram faculdade, esse percentual é de 18,7% quando se trata dos homens.

“As companheiras tiveram de se preparar para entrar nesse mercado de trabalho e buscar uma condição melhor, já que a categoria é predominantemente masculina”, concluiu Sérgio Nobre.

“A busca do conhecimento melhorou minha vida”

Carlito Araújo Filho, o Homem do Céu, 42 anos, casado e pais dois filhos, é um metalúrgico que se encaixa neste perfil descrito pelo levantamento da Subseçção Dieese.

Trabalha na Volks desde 1990, como motorista na ala 14, e está afastado desde que sofreu acidente de trabalho. Ele conseguiu realizar seu sonho de cursar Direito e hoje está no 3º ano.

“O que mais me motiva é a busca do conhecimento. Depois que entrei na faculdade minha vida melhorou, me ajudou muito. O conhecimento me mostrou que sou uma pessoa capaz”, diz confiante.

Ele planeja exercer a profissão, mas está indeciso na escolha da especialização. “Sempre gostei da área penal. Mas, agora que tomei conhecimento da área trabalhista, percebi que ela é muito interessante”, compara.

Categoria não descarta os mais velhos

Quando o tema é a idade, a pesquisa do Dieese mostra que nos últimos dez anos aumentou o número de trabalhadores com idade entre 50 e 64 anos. Há dez anos, 6,6% dos metalúrgicos estavam nessa faixa etária, e agora são 9,6%.

Nas outras faixas de idade, o índice pouco mudou nesse período. Os metalúrgicos até 29 anos passaram de 31,3% para 33,7%.

Na faixa entre 30 anos e 49 anos está a maior parte da categoria, com 58,8% dos metalúrgicos e metalúrgicas. Há dez anos eram 59,5%.

“Não é uma base que está jogando fora os trabalhadores com mais idade, graças aos acordos de garantia de emprego.”, explicou Sérgio Nobre.

Publicada na Tribuna Metalúrgica nº 2506.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.smabc.org.br.

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