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Contraversões eleitorais

(Notas na contramão da ditadura da mídia mercantil)

1. Se os tucanos consideram que Lula foi derrotado, deveriam tê-lo atacado e colocado seu governo no centro da campanha. Se se fosse fazer a lista dos candidatos que elogiaram o Lula – incluindo até o Kassab -, o Lula seria o vencedor praticamente unânime no Brasil inteiro. Serra adianta que não será candidato anti-Lula e sim pós-Lula. Se o bloco tucano-pefelista é essencialmente opositor ao governo Lula, deveria ter outro candidato ou impor uma candidatura opositora frontalmente contra o governo Lula.

2. De fato, os partidos da base do governo são os grandes vencedores, tendo eleito prefeitos em 20 das 26 capitais. O PMDB e o PT, cada um com 6 capitais, são os maiores vencedores individuais.

3. Sobre transferência de votos, recordar que FHC, no seu primeiro mandato – no segundo, à altura em que Lula tem 80% de apoio, FHC tinha 18%, não teria o que transferir, senão um peso negativo -, viu o PT eleger prefeitos em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre outras capitais importantes, confirmando como o prestígio nacional não se transfere para o plano municipal.

4. FHC volta a falar da crise. Ele tem experiência: produziu três crises que quebraram três vezes a economia brasileira, as subestimou e foi fragorosamente derrotado nas eleições do fim do seu mandato e amplamente rejeitado até hoje. Poderia ser candidato a algum posto, se tivesse coragem de enfrentar a opinião dos eleitores sobre ele e seu governo, que nem mesmo o Alckmin defendeu, nas eleições presidenciais passadas.

5. A Globo deitou e rolou com seu poder monopolista na mídia carioca: fez tudo até conseguir tirar o Crivella do segundo turno (não por evangélico, mas por ser da TV Record, competidora da TV Globo), fez de tudo e quase conseguiu eleger o Gabeira. Em São Paulo, a FSP, o Estadão, o UOL, fizeram ativa campanha por Kassab, como verdadeiros boletins de comitês de campanha, valendo-se do monopólio midiático que detêm.

6. Os três governadores dos três principais estados conseguiram eleger os prefeitos das capitais. A banca governamental foi a maior vencedora da eleição, somando-se as prefeituras ganhas e os votos recebidos, sai amplamente ganhadora.

7. Os tucanos só garantem bom palanque em São Paulo, ainda assim descontadas as vitórias do PT e da base governamental no ABC, em Baurú, em Campinas e em outras cidades importantes do estado.

8. O antipetismo, como ideologia da classe média conservadora, tem seus núcleos mais fortes em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, com a diferença que neste estado não favorece os tucanos, mas o PMDB, partido da base aliada do governo.

9. Os eventuais efeitos da crise não tiveram nenhum efeito, apesar do clima de terror que a ditadura midiática tenta impor. Mas certamente torna-se um tema central de disputa ideológica, a capacidade de resistência da economia brasileira à crise e o que teria acontecido, caso os tucanos-pefelistas estivessem governando, com todas as fragilidades que impuseram à economia brasileira.

10. A mídia ditatorial foi o grande dirigente político da direita. Torna-se muito difícil um candidato que luta contra ela se impor, se não conta com as realizações do governo. A luta contra a hegemonia do capital financeiro e a ditadura da mídia mercantil são temas centrais para a democratização do Brasil.

Por Emir Sader.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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Eleição aponta reaglutinação do conservadorismo sob Serra

A disputa presidencial de 2010, que estava latente, agora invade o tabuleiro da política brasileira com uma clivagem de forças cada vez mais definida e agressiva. A velocidade dessa reaglutinação que antecipa a luta pelo poder será vitaminada pelo desenrolar da crise mundial nos próximos meses. O processo eleitoral de 2008 terminou com uma clara reaglutinação do conservadorismo sob as asas do tucano José Serra.

1. O processo eleitoral de 2008 termina com clara reaglutinação do conservadorismo brasileiro sob as asas do tucano José Serra.

2. A disputa presidencial de 2010, que estava latente, agora invade o tabuleiro da política brasileira com uma mistura de forças cada vez mais definida e agressiva. A velocidade dessa reaglutinação será vitaminada pelo desenrolar da crise mundial nos próximos meses.

3. O agravamento do quadro internacional, seus desdobramentos inevitáveis no país, apressará a identificação, no plano econômico, da clivagem de projetos que a partir de agora assume visibilidade incontestável no plano político. Estreitou, portanto, a arena dentro da qual o governo Lula conduzia sua liderança (e seu projeto econômico) de maneira quase incontestável, tanto no âmbito da sociedade quanto no manejo do leque parlamentar.

4. O conservadorismo nativo, que sempre bajulou José Serra mas tinha dúvidas sobre sua liderança no tucanato – contingenciada desde sempre por Fernando Henrique Cardoso, que se torna figura crepuscular no partido com a derrota de Alckmin e a vitória de Kassab em SP – tentará agora fazer da crise seu cabo eleitoral para extrair daí um projeto “mudancista” para 2010.

5. Empalmar o cetro da “mudança” não será tarefa fácil. A frente PSDB-DEM (PFL) desde sempre se posicionou como o patrono nativo e o ventríloco ideológico mais aguerrido da ressurreição do laissez-faire e o correspondente rebaixamento da dimensão pública da vida em todas as suas esferas, da economia à política, da cultura à subjetividade. Foi esse trator privatista que implodiu agora levando o sistema capitalista mundial a uma crise só equiparável a de 29 – ou pior, como diz o economista François Chesnais em palestra recente transcrita por Carta Maior.

6. O governo Lula que compreensivelmente tem procurado conduzir o enfrentamento da crise à frio, ou seja, sem evidenciar a disputa política que ela encerra, dificilmente manterá sua hegemonia no processo se a partir de agora não incorporar ao seu arsenal a derrota – e as conseqüências incontornáveis que ela traz – da plataforma abraçada até hoje pelo conservadorismo tucano/demo, a saber, o ideário do chamado Consenso de Washington.

7. A omissão do governo apenas facilitará a reanimação conservadora, que enfrentará por seu lado o mais duro teste de qualquer força política: realizar uma baldeação ideológica para se livrar, ao menos epidermicamente, da ruína que o seu ideário está produzindo e continuará a produzir no planeta nos próximos anos. Igual adversidade enfrentará sua nova liderança, o governador José Serra. Supostamente uma dissidência desenvolvimentista dentro do PSDB, Serra terá que exercitar inimagináveis malabarismos – claro que nisso terá o apoio obsequioso da mídia – para encontrar o ponto de amálgama entre a sua propalada visão econômica e os interesses da base composta por financistas, ruralista e de endinheirados da classe média vocalizados pelo bunker de direita, em nome do qual foi ungido o general-de-guerra da luta contra Lula, o PT e as forças de esquerda.

8. O cenário da semana que se inicia já será marcado pela movimentação submersa dessas variáveis. Com base nelas o governo terá que tomar decisões e assumir riscos políticos com densidade para montar uma estratégia capaz de:

a) destravar o crédito que continua paralisado;

b) forçar um acordo entre bancos e empresas que permita repartir prejuízos de até US$ 40 bi em operações especulativas com o dólar futuro;

c) estabilizar a taxa de câmbio, fator crucial para o cálculo econômico;

d) evitar nova alta dos juros no COPOM;

e) criar um consenso de forças políticas amplas (partidos, movimentos sociais e sindicatos) sobre a expansão do investimento público para evitar a recessão. Se fracassar nesses desafios uma safra de ações jurídicas, -com insolvências de bancos e empresas – afetará a vida econômica do país adicionando velocidade à luta pelo poder na sociedade.

Por Redação – Carta Maior.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cartamaior.com.br.

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Resultado eleitoral mostra vitória do PT, do governo Lula e da base aliada

Reunida na tarde desta segunda-feira (27) em Brasília, a Comissão Executiva Nacional do PT aprovou por unanimidade nota em que destaca o bom desempenho do PT e dos partidos da base aliada do governo Lula nas eleições municipais deste ano – cujo resultado foi considerado “francamente positivo”.

A nota também ressalta a agenda que predominou durante as eleições, com políticas criadas ou consolidadas pelo PT em suas administrações – como o bilhete único e os programas de transferência de renda – sendo defendidas até por candidatos e partidos conservadores.

O documento dirige ainda uma saudação aos “milhares de petistas que se desdobraram nas eleições municipais para defender a bandeira do partido, a estrela e o 13”. Por fim, afirma que, passadas as eleições, o momento é de retomada da agenda política do país, como o enfrentamento da crise financeira internacional.

Leia a íntegra:

Uma vitória do PT, do governo Lula e da base aliada

O PT manteve nas eleições municipais de 2008 sua trajetória de crescimento, que vem desde a fundação do partido. Elegemos 559 prefeitos e prefeitas, crescendo 36% em relação aos eleitos em 2004 e 43% se comparado com os atuais prefeitos em exercício.

Participamos, como vice em alianças com outros partidos, de outras 429 vitórias, 37% mais do que nas eleições municipais passadas. Elegemos 4.166 vereadores e vereadoras, 13% a mais do que em 2004.

No segundo turno, fomos o partido mais votado, com 5,1 milhões de votos recebidos. Disputamos quinze segundos turnos, vencemos em oito. Entre as cidades com mais de 150 mil eleitores, passamos de 22 para 31, crescimento de 40,9%. Obtivemos também a maior taxa de reeleição entre os partidos: 56% dos prefeitos e prefeitas do PT reelegeram-se ou fizeram o sucessor.

A base municipal do governo Lula cresceu fortemente e vai governar 72% do eleitorado brasileiro, incluindo 20 das 26 capitais.

O resultado eleitoral é francamente positivo. No entanto, devemos avaliar com profundidade também as dificuldades que enfrentamos. Não conseguimos vencer em três capitais no segundo turno, apesar da garra da militância e dos candidatos e candidatas que lutaram até o ultimo minuto para buscar o caminho da vitória.

Em alguns estados, nosso desempenho ficou aquém do esperado. É preciso que as direções estaduais façam uma avaliação sobre os obstáculos encontrados, apontando a estratégia de crescimento para 2010.

Registramos, com satisfação, que a atuação do PT puxou a agenda política do país para a esquerda. Programas de geração de emprego e de transferência de renda, os CEUs, o bilhete único e outras políticas públicas criadas ou consolidadas pelo PT são temas defendidos por candidatos de vários partidos, até mesmo os mais conservadores.

Saudamos os milhares de petistas que se desdobraram nas eleições municipais para defender a bandeira do partido, a estrela e o 13, que souberam construir alianças programáticas, que se esforçaram para construir vitórias e acúmulos de força.

Saudamos também a democracia brasileira, que se constrói no cotidiano das lutas, mas especialmente nos momentos eleitorais, quando o povo pode debater mais intensamente a força do seu voto e a construção de uma nação justa.

Encerradas as eleições, é hora de concentrarmos nossos esforços na agenda política do país: no enfrentamento da crise financeira mundial, nas votações no parlamento, nas lutas populares, na coesão de nossa base partidária.

O PT sai vitorioso dessa disputa, sabendo que “se muito vale o já feito, mais vale o que será… e o que foi feito é preciso conhecer, para melhor prosseguir”.

Brasília, 27 de outubro de 2008.

Comissão Executiva Nacional
Partido dos Trabalhadores

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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