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Por 09:03 Sem categoria

Em reunião com a COE, HSBC garante não estar planejando deixar o Brasil

O banco também justificou as recentes demissões como sendo resultado de uma suposta segmentação de mercado e afirmou não haver motivos para novas dispensas

Os dirigentes sindicais da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC estiveram reunidos com o banco, em São Paulo, no último dia 25. A discussão centralizou-se nas questões e ações relacionadas à proteção do emprego dos trabalhadores do HSBC e no fechamento de várias agências no país promovido pelo banco nos últimos dias, contabilizando cerca de 200 demissões.

No dia anterior, 24, os dirigentes já haviam se reunido na sede da Contraf-CUT para debater as estratégias e ações em relação ao atual cenário, que muito tem preocupado os bancários. Eles também prepararam a pauta para a reunião com o banco no dia seguinte. Estiveram presentes, representando o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, os diretores Carlos Alberto Kanak, Denívea Lima Barreto, Marco Aurélio Cruz, Deonísio Schimidt, além do representante do Sindicato dos Bancários de Londrina Valdecir Cenali.

Na reunião do dia 25, quando cobrados pelos representantes dos bancários, os negociadores do banco negaram que a empresa esteja preparando sua saída do Brasil. Eles apresentaram o posicionamento do HSBC em relação ao país, abordando temas relacionados a performance e remuneração, bem como a projetos e investimentos do banco na rede de agências. Ao serem lembrados das demissões e do clima de terror instalado nos locais de trabalho, os representantes banco afirmaram que os fechamentos aconteceram devido à segmentação de mercado e agências deficitárias, mas que não haverá mais dispensas.

Os membros da COE também cobraram a reversão das demissões e reintegração de trabalhadores lesionados, em estabilidade pré-aposentadoria, bem avaliados ou com boa performance, além do compromisso de suspender imediatamente as dispensas. O HSBC concordou em rever as demissões e ficou acertado que o movimento sindical enviará uma lista com os trabalhadores demitidos nestas condições.

Os dirigentes sindicais também reforçaram a total insatisfação que existe hoje no banco entre os funcionários e lembraram, mais uma vez, da importância de a empresa colocar em prática o seu discurso de valorização de funcionários. “Não podemos aceitar as afirmativas do banco de que atinge excelentes níveis de qualidade em serviços nas agências quando o que se vê é a falta de funcionário em muitos lugares e a insatisfação dos clientes”, afirma Carlos Alberto Kanak, atual coordenador da COE/HSBC. Segundo ele, os bancários estão trabalhando sobrecarregados, insatisfeitos, pressionados e, consequentemente, adoecidos, haja visto que, somente na base de Curitiba e região, no ano de 2008, cerca de 300 bancários do HSBC pediram demissão. “Cabe lembrar ainda que, no ano passado, o banco ficou por nove meses em primeiro lugar no ranking de reclamações do Bacen. E isto, certamente, não acontece por culpa dos funcionários, mas sim pela falta de contratação”, relembra Marco Aurélio Cruz, secretário administrativo do Sindicato e bancário do HSBC.

Por fim, no mesmo dia em que acontecia a reunião entre representantes dos trabalhadores e do banco, os jornais brasileiros estavam publicando notícias de que o HSBC anunciou a demissão de 1,2 mil trabalhadores na Grã-Bretanha com a justificativa de adaptações á crise econômica.

SEEB Curitiba, com informações da Contraf/CUT

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