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Depois da crise, ficamos mais iguais, diz Lula no Cazaquistão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira no Cazaquistão que a crise tornou os países mais iguais, abalou certezas e abriu espaço para a construção de uma nova ordem global.

“Antes da crise, tínhamos países que sabiam mais do que os outros. Antes da crise, o Estado não tinha nenhum papel relevante. Depois da crise, todos nós ficamos mais iguais”.

“Já não existe mais ninguém no mundo com certeza absoluta do que faz”, disse o presidente durante a visita ao palácio presidencial de Akora, sede do governo cazaque.

“Por isso, existe uma possibilidade enorme de trabalho para a nova ordem financeira mundial. Para isso, temos que reformar as Nações Unidas e fortalecer e reformar as instituições financeiras internacionais, sobretudo o FMI e o Banco Mundial”, acrescentou Lula ao lado do presidente cazaque Nursultan Nazarbayev.

Ex-líder do país durante o regime soviético, Nazarbayev foi eleito presidente em 1991, ano em que a União Soviética se desintegrou, e reeleito em 1999 e 2005, estando no poder há mais de 20 anos.

Convergência

Lula é o primeiro presidente da América Latina a visitar o país, que tem umas das maiores reservas inexploradas de petróleo do mundo.

Segundo Lula, Brasil e Cazaquistao convergem na iniciativa de democratização da ordem mundial. “O mundo mudou, e é preciso agir conforme as novas regras”, disse.

Ao descrever o encontro com o presidente cazaque, Lula disse: “Mencionamos as iniciativas para reformas das instituições econômicas e políticas”, disse, referindo-se à ordem global e não à situação interna do Cazaquistão, cujo presidente vem sendo reeleito em pleitos criticados por diversas organizações.

Brasil e Cazaquistão têm um volume de comércio ínfimo, de US$ 50 milhões, segundo a embaixada brasileira em Astana. Os números do governo do Cazaquistão são maiores, de US$ 270 milhões. A diferença se deve à triangulação no comércio que faz com que o país seja passagem para outros destinos de exportações brasileiras na região. Os dois países dizem ver um grande potencial de expansão.

Lula anunciou que, em setembro, o vice-ministro brasileiro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio virá ao Cazaquistão, acompanhado de uma missão empresarial, e que o Ministério das Minas e Energia vai discutir parcerias com o país na área de biocombustíveis e petróleo.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, acrescentou que o BNDES e o banco de fomento cazaque estão próximos de uma parceria que pode prever o financiamento de investimentos recíprocos.

Nova Ordem

As declarações de Lula sobre a nova ordem global, ao lado do presidente do Cazaquistão, reforçam o resultado da cúpula dos países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), realizada nesta terça-feira na cidade russa de Ecaterimburgo.

No documento final, eles defenderam uma serie de interesses comuns principalmente na área econômica e financeira.

O presidente cazaque mencionou que existe grande potencial de ampliar a relação entre os dois países, citando possibilidades na área de economia e também de intercâmbio político, sem dar detalhes.

Durante o discurso, Lula mencionou também um projeto que levou 26 adolescentes do Cazaquistão para jogar futebol no Brasil. O projeto, Olé Brasil F.C., tem mais 11 na lista de espera.

“Espero que os jovens no Cazaquistão não fiquem melhores do que os brasileiros, no máximo, iguais”, brincou Lula.

Por Silvia Salek – enviada especial da BBC Brasil a Astana.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bbcbrasil.com.br.

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BRIC pressionam para elevar peso de emergentes no G20

Brasil, Rússia, Índia e China pela primeira vez discutem uma atuação conjunta

Encontro não propõe medidas, mas exprime desejo de participação real nas decisões políticas e econômicas internacionais

Na primeira reunião de cúpula das maiores economias emergentes do planeta, Brasil, Rússia, China e Índia deram ontem o primeiro passo para consolidar uma parceria estratégica que lhes dê mais peso nas decisões sobre a reforma do sistema financeiro mundial.

Em encontro na cidade russa de Ecaterimburgo, o grupo conhecido como Bric decidiu agir de forma coordenada nos foros que debatem mudanças na arquitetura da economia global, sobretudo o G20. Juntos, os quatro países têm 40% da população e 15% do PIB (Produto Interno Bruto) mundiais.

A declaração final reflete o desejo de reafirmar a importância dos emergentes no G20, em contraposição a foros de países ricos em que eles são meros convidados, como o G8.

Mas o texto ainda não indica medidas concretas.

Apontado como uma possível medida a ser adotada pelo Bric, o uso de moedas locais -em substituição ao dólar- no comércio entre os membros não foi incluído no documento, mas só mencionado vagamente. “Há forte necessidade de um sistema monetário internacional estável, previsível e mais diversificado”, afirma o texto.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, lembrou o exemplo da relação comercial com a Argentina, na qual as moedas locais podem ser usadas nas transações. “Não podemos ficar sujeitos a flutuações da moeda de um único país, mas também há a compreensão de que essas coisas ocorrem muito gradualmente”, disse o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores). “Mudanças no sistema monetário, se feitas de maneira brusca, poderiam criar outra crise.”

Após dar os primeiros passos retóricos em Ecaterimburgo, o Bric agora tentará se institucionalizar, com encontros regulares. O Brasil se ofereceu para sediar a próxima cúpula, que deve ocorrer em 2010, e já estão previstas reuniões dos presidentes dos bancos centrais e ministros da Fazenda.
No lado político, o novo bloco já tem pelo menos uma divisão, logo de saída. Brasil e Índia reivindicam assentos permanentes num Conselho de Segurança da ONU ampliado, no que são apoiados pela Rússia. Mas a China rejeita a ampliação, por temer a inclusão de seu maior rival regional, o Japão.

Indagado pela Folha, o diretor-geral do ministério das Relações Exteriores chinês, Wu Hailong, foi evasivo e manteve a tradicional posição de seu país: “Apoiamos um papel maior do Brasil na ONU”.

Em entrevistas publicadas ontem pela imprensa russa, Lula mostrou-se confiante na capacidade dos emergentes de ajudar o mundo a sair da crise. “Eles estarão na linha de frente na retomada da atividade econômica mundial”, afirmou.

Além da declaração principal, os quatro países também divulgaram um outro texto sobre segurança alimentar, no qual há um alerta sobre “os desafios e as oportunidades da produção de biocombustíveis”.

Não há defesa explícita do álcool brasileiro, apenas uma tímida lembrança de que a produção sustentável de biocombustíveis pode ajudar na inclusão social.

Não era objetivo dessa reunião produzir ideias de aplicação imediata, diz Roberto Mangabeira Unger, ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos do governo Lula.

Unger -que participou, no mês passado, de encontros que definiram a agenda a ser tratada pela cúpula- afirma que os Brics precisam ir além do debate convencional dos problemas cotidianos e se concentrar em propor uma reestruturação dos sistemas de comércio e de segurança internacionais. “Isso levaria à consolidação do grupo”, disse, em São Paulo.

Por MARCELO NINIO – ENVIADO ESPECIAL A ECATERIMBURGO (RÚSSIA) . Colaborou DENYSE GODOY, da Reportagem Local.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1706200916.htm.

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Comércio com parceiros do BRIC cresce 500% em seis anos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do primeiro encontro dos países do BRIC (grupo que reúne Brasil, Rússia, India e China), em Ecaterimburgo (Rússia), que busca uma maior integração entre os quatro maiores países emergentes. O presidente concedeu entrevista à agência russa Itar-Tass sobre a cúpula, na qual comentou a importância do grupo nas negociações para democratizar as instituições internacionais, como o FMI. Veja abaixo os principais trechos.

BRIC – “O Brasil já tem relações estratégicas com a Rússia, com a Índia e com a China e, além de aprofundá-las no plano bilateral, acredita que o espaço dos BRIC permite reflexão e atuação conjuntas mais amplas, sobre vários dos temas mais importantes da atual agenda internacional. Entre eles, a necessidade de reforma das instituições multilaterais, financeiras e políticas, uma das prioridades para o Brasil. A atual crise econômica já abriu o debate no campo econômico-financeiro, como demonstram os resultados da recente Cúpula do G20, em Londres. Naquela ocasião, os BRIC já atuaram de forma coordenada e devem manter essa articulação em defesa de mudanças no processo decisório e de governança das instituições internacionais, capazes de permitir respostas mais eficazes a turbulências globais e a prevenção de desmandos como os que determinaram a atual crise. “

Vencer a crise – “Independentemente da conjuntura, a vitalidade das economias e a dimensão dos mercados internos dos países do grupo são armas poderosas e indispensáveis em matéria de crescimento global. Poucos países podem oferecer essa contribuição para o crescimento sustentável que desejamos. Os dados mostram que essa força já está contribuindo para atenuar os efeitos da recessão global e indicam que os BRIC continuarão na linha de frente na retomada do crescimento, assim como deram contribuição indispensável para o dinamismo da economia internacional ao longo dos últimos anos. Cabe lembrar que, desde 2003, as economias do Brasil, Rússia, Índia e China foram responsáveis por 65% do crescimento mundial. Em 2008, por exemplo, o intercâmbio comercial do Brasil com os três parceiros do grupo alcançou a cifra de US$ 49 bilhões, o que representa um crescimento de 500% na comparação com 2003.”

Conselho de Segurança – “O Brasil defende como urgente e prioritária a reforma das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança. Ainda que neste tema seja mais difícil obter consensos, inclusive entre os BRIC. (…) O que o Brasil quer é que a composição dos membros permanentes do Conselho venha a refletir a atual realidade mundial, e não seja mais o resultado de um equilíbrio de forças do final da década de 40. evidentes, não tenham acesso à condição de membros permanentes do CSNU.”

Dólar – “Brasil e Argentina, por exemplo, já utilizam suas moedas locais nas operações de importação e exportação. Isso não significa eliminar o dólar, que ainda pode ser utilizado pelos agentes econômicos que queiram continuar a utilizá-lo. Mas oferece uma possibilidade de baratear as operações de compra e venda entre empresas dos dois países, ao eliminar o custo da intermediação cambial pelo dólar. A experiência é recente, e já demonstra ser viável, mas isso não se faz da noite para o dia. Demanda uma longa negociação e muito empenho, já que se trata de um assunto de grande complexidade técnica.”

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.brasil.gov.br. EXTRAÍDA DO BOLETIM EM QUESTÃO. Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – Nº 825 – Brasília, 16 de Junho de 2009. ADAPTADA PELA FETEC-CUT-PR.

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