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Especialista reforça que bancos lucram com inadimplência

Banqueiros fogem da responsabilidade por problema com pagamentos e ainda usam como desculpa para manter o spread em alta

São Paulo – O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, engrossa o coro do Sindicato de que os bancos não só também são responsáveis pela inadimplência como também lucram com ela.

“O problema da inadimplência é, além da falta de planejamento financeiro do próprio consumidor, a concessão de crédito pelas financeiras superior à capacidade de pagamento das pessoas. Assim, os deslizes são inevitáveis e as empresas financeiras lucram com ele, cobrando juros e encargos sobre o atraso nas parcelas, sabendo que mais cedo ou mais tarde receberão, pois caso contrário o consumidor fica negativado nos órgãos de proteção ao crédito”, diz Tardin.

Além de lucrar com a inadimplência, os bancos usam o problema como desculpa para manter o spread bancário nas alturas. O spread é a diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e cobra para emprestar para os clientes. Os bancos dizem que precisam manter o índice nos altos patamares atuais porque têm de cobrar de quem paga o montante que supõem não receber dos inadimplentes. O que eles não falam, porém, é que a inadimplência é motivada principalmente pelos altos juros cobrados pelos bancos. Um círculo vicioso em que os bancos só ganham.

Segundo relatório do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base em dados do Banco Central (BC), o prejuízo que o aumento do spread trouxe ao Brasil entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009 chegou a R$ 8,2 bilhões. Em todo o ano passado, de acordo com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o país pagou R$ 134,5 bi.

Por Redação – 02/07/2009.

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Desculpas por alta do spread não convencem parlamentares

Representante de banco foi bombardeado por membros de comissão especial que avalia impactos da crise

São Paulo – As desculpas que o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, tentou emplacar para a alta do spread no Brasil não conseguiu convencer os membros da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que avalia os impactos da crise financeira mundial no Brasil.

O spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam na hora de pegar dinheiro (captação) e quanto cobram dos clientes na hora do empréstimo.

Em audiência pública realizada na quarta, dia 20, apenas um dos sete integrantes ficou com o representante dos bancos, até porque ele também fala pelos banqueiros: Sérgio Werlang, diretor executivo do Itaú. Dos outros seis, Sardenberg recebeu apenas discordâncias.

As principais justificativas que o economista tentou passar são as já tradicionais: alta da inadimplência, tributação, custos administrativos, dentre outras. Entretanto, ele se “esqueceu” de mencionar a margem de lucros, que segundo o Rodrigo Loures (PMDB-PR), beira os 30%. O argumento de Sardenberg de que a composição do spread no Brasil é semelhante às que o resto do mundo usa foi rechaçada em uma simples frase do deputado Pedro Eugênio (PT-PE): “mas é aqui que se cobra a taxa mais alta”.

O deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE) foi outro que rebateu o representante dos banqueiros no argumento de que o spread está caindo. “Só que em um ritmo bem menor que o da taxa Selic”, disse o parlamentar, que destacou ainda que “a inadimplência é alta porque as taxas bancárias são mais altas ainda”.

15% – Segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o spread ideal deveria ser de cinco pontos percentuais acima da taxa básica de juros (a Selic), hoje em 10,25% anuais. Entre março e abril, porém, o valor girava em torno dos 35%.

Por Redação, com informações da Agência Brasil – 21/05/2009.

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Bancos reclamam, mas lucram com inadimplência

Juros altos fazem dos devedores fonte de renda para instituições financeiras

São Paulo – Mais uma vez os bancos divulgam a sombria conclusão de que a inadimplência está aumentando – uma das principais desculpas que usam para manter o spread em patamares muito acima do normal. O que eles não contam é que muito de seus lucros vem justamente da exploração dos devedores.

O spread é a diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e cobra para emprestar para os clientes. Os bancos dizem que precisam manter o spread nos altos patamares atuais porque precisam cobrar de quem paga o montante que não vão receber dos inadimplentes. O que eles não falam, porém, é que a inadimplência é motivada principalmente pelos altos juros cobrados pelos bancos. Uma roda em que os bancos nada perdem e muito ganham.

“Muitas vezes as pessoas passam por dificuldades financeiras momentâneas e não conseguem pagar um empréstimo ou o cartão de crédito por um mês ou dois. Não são caloteiros ou pessoas de má-fé, pelo contrário. Acontece que os juros bancários são tão altos, que logo uma pequena dívida vira um monstro impagável que não cabe mais no orçamento familiar. Aí, o cidadão passa meses ou anos pagando apenas juros, que vão crescendo ainda mais, e enchendo o cofre dos bancos sem conseguir diminuir, ou reduzir consideravelmente, a dívida real”, explica o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

Financeiras – As vantagens que os bancos têm com a inadimplência vão além. Os bancos estão por trás das financeiras que oferecem dinheiro com juros ainda mais altos para pessoas que não têm acesso ao crédito nas agências bancárias. Vendem, por meio de uma ação ofensiva, e por vezes até intimidante, a ilusão da libertação das dívidas. Ou seja, como não podem mais emprestar via banco para aqueles que estão endividados, usam as financeiras para voltar a explorar os inadimplentes.

“Com técnicas de persuasão apuradas e ousadas, convencem as pessoas, muitas com pouca informação em assuntos econômicos e desesperadas, a pegar ainda mais dinheiro emprestado, mesmo sabendo que essa vítima vai se enrolar ainda mais”, diz Marcolino. “Ora, se o endividado não consegue pagar a dívida com o banco, como pagará para a financeira, onde os juros são ainda maiores? Novamente, os clientes vão passar meses e meses, ou anos e anos, pagando apenas juros sem pagar a dívida”, denuncia o presidente do Sindicato.

Solidez – O discurso dos bancos, que tenta passar vulnerabilidade diante da inadimplência e justificar a alta de juros, contradiz o que dizem para ver suas ações em alta na bolsa: vangloriam-se de estarem fortes, lucrativos e reais, o que, de fato, é constatado em todos os cantos do mundo.

Recentemente, o Banco do Brasil foi avaliado como o banco mais rentável em 2008 da América Latina e Estados Unidos. E ele não está sozinho, em segundo lugar aparece o Bradesco e, em quinto, o Itaú. No quesito lucros, também ficaram em evidência no ano passado: o Banco do Brasil em terceiro, seguido pelo Itaú (4º) e Bradesco (5º). Aqui, o Santander também aparece, em 17º. O motivo de tantos lucros, de acordo com a renomada revista britânica The Economist: o spread.

Por André Rossi – 25/03/2009.

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Sem garantias, cadastro positivo não deve reduzir spread

Sindicato é contra medida defendida pelos bancos por achar que não terá eficácia e ainda é discriminatória

São Paulo – A nova moda dos bancos é defender a criação de um cadastro positivo de crédito para “ajudar na redução do spread”. O Sindicato é contra a medida, pois considera que, isoladamente, não terá eficácia e ainda por cima é discriminatória. A entidade avalia que a norma, se aplicada, vai motivar o aumento de juros.

O cadastro positivo seria uma listagem das pessoas que não estão inadimplentes e poderiam ter acesso ao crédito. Ou seja, aquelas em dificuldades e que necessitam de dinheiro para recuperar suas finanças, teriam ainda mais problemas do que já têm atualmente para conseguir empréstimos.

“O Sindicato cobra garantias de que os bancos realmente vão reduzir os juros e, conseqüentemente o spread, se o cadastro positivo vingar”, diz o presidente da entidade, Luiz Cláudio Marcolino. “O que a história e a nossa vasta experiência nos diz é que os bancos vão manter os atuais níveis de juros para quem está na lista e aumentar ainda mais para aqueles que não estão”, completa.

Em meados de 2004, como lembrado em reportagem da Folha de S.Paulo, os bancos usaram o mesmo discurso para defender a aprovação da Lei de Falências. Mas, passados mais de quatro anos da aprovação da norma, os banqueiros não reduziram os juros. “Os bancos são sedentos por lucros, isso é muito mais real do que qualquer discurso. Portanto, sem garantias, eles vão fazer o que puderem para manter os juros em alta a fim de encher ainda mais seus cofres”, afirma Marcolino.

André Rossi com Folha de S.Paulo – 25/03/2009.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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