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ICV-DIEESE acumula alta de 3,75 porcento entre setembro de 2008 e agosto de 2009; esta inflação é medida no município de São Paulo

Saúde pressiona a inflação

Em agosto de 2009, o custo de vida no município de São Paulo apresentou taxa de 0,30%, ou seja, 0,19 ponto percentual (pp) menor que a de julho (0,49%), segundo cálculo do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Saúde (1,03%), Transporte (0,50%) e Habitação (0,30%) foram os grupos que mais pressionaram a inflação, com contribuição conjunta de 0,29 pp no cálculo do ICV, sendo responsáveis, na prática, pela inflação de agosto. Reduções foram observadas nos grupos: Vestuário (-0,28%) e Despesas Pessoais (-0,28%). Alimentação (0,08%) e Equipamento Doméstico (0,14%) registraram pequenas taxas positivas.

O maior aumento foi observado no grupo Saúde (1,03%), determinado pelo subgrupo assistência médica (1,29%). A pressão originou-se na elevação apurada para seguros e convênios médicos (1,49%) que, isoladamente, contribuiu com 0,13 pp no cálculo da taxa de agosto, enquanto os demais itens deste subgrupo apresentaram impactos pequenos. O subgrupo medicamentos e produtos farmacêuticos registrou estabilidade.

A taxa do grupo Transporte (0,50%) foi resultado tanto do reajuste ocorrido para o individual (0,58%) como para o coletivo (0,32%). O primeiro subgrupo foi pressionado pela alta no álcool (4,09%) e o segundo pelo ônibus interestadual (3,31%).

Na Habitação, a alta foi de 0,30%, com seus subgrupos apresentando taxas distintas: locação, impostos e condomínio (1,03%), operação do domicílio (-0,11%) e conservação (0,58%). No primeiro
subgrupo, a locação (2,50%) foi a grande responsável com contribuição de 0,07 pp no cálculo da inflação.

A aparente estabilidade de preços do grupo Alimentação (0,08%) não se verifica ao se desagregar seus subgrupos, itens e produtos, como se pode constatar a seguir:

Para os produtos in natura e semielaborados os principais destaques foram:

• Frutas (3,50%) – as maiores taxas foram apuradas para limão (71,22%), mamão (13,57%) e uva (11,66%) ao passo que houve queda acentuada no melão (-16,43%);
• Hortaliças (3,65%) – houve alta significativa na alface (8,94%);
• Legumes (7,98%) – foram registradas taxas elevadas na berinjela (27,60%), chuchu (12,04%) e tomate (8,89%);
• Raízes e Tubérculos (-3,79%) – houve queda acentuada na batata (-10,12%);
• Grãos (-0,39%) – o arroz teve aumento de 1,38% e o feijão, queda de 5,41%;
• Carnes (-0,72%) – a retração derivou tanto da carne bovina (-0,75%) como na suína (-0,16%).

Entre os produtos da indústria alimentícia (-0,36%), foram detectadas quedas nos bens: leite longa vida (-9,22%) e óleos (-4,54%). Altas foram observadas no café em pó (2,25%) e no açúcar (2,23%). Nos demais produtos as variações foram pequenas.

A maior variação entre os subgrupos da Alimentação foi apurada para a alimentação fora do domicílio (0,58%), resultado de taxas semelhantes de seus itens: refeição principal (0,43%) e lanches (0,78%).

Nos grupos Equipamento Doméstico (0,14%), Vestuário (-0,28%) e Despesas Pessoais (-0,28%) as variações foram pequenas. As taxas de seus subgrupos situaram-se entre -0,50% (apurado para roupas e produtos de higiene e beleza) a 1,45%, registrado para os utensílios domésticos.

Inflação acumulada

Nos últimos 12 meses – entre setembro de 2008 e agosto de 2009 – o ICV-DIEESE acumula alta de 3,75%. Ao se considerar os diferentes estratos, as taxas são distintas: estrato 1, 3,31%; estrato 2, 3,27% e estrato 3, 4,11%. Neste ano, entre janeiro e agosto, a inflação medida pelo DIEESE é de 2,53%. A maior variação (2,70%) foi detectada para o 3º estrato, enquanto para os dois outros foram registradas taxas menores: 2,18%, para o 2º e 2,46%, para o 1º.

Comportamento dos preços em 2009:

A análise dos grupos e subgrupos entre janeiro e agosto mostra altas superiores à taxa geral nos grupo Despesas Pessoais (11,12%), cujo aumento se deu nos produtos de higiene e beleza (3,91%) e, de forma mais acentuada, no subgrupo fumo e acessórios (21,60%); Educação e Leitura (7,24%), resultado do reajuste ocorrido nas mensalidades escolares incluídas no subgrupo educação (7,43%); e Habitação (4,18%) devido, principalmente, ao subgrupo locação, impostos e condomínio (5,39%).

Foram observadas taxas negativas para os grupos: Transporte (-0,18%), com comportamento distinto em seus subgrupos, ou seja, queda no individual (-1,06%) e alta no coletivo (1,97%); Vestuário
(-2,13%) com diminuição nas roupas (-3,46%); e pequena variação positiva em Equipamento Doméstico (0,03%), em que pese as retrações em eletrodomésticos (-0,84%) e na rouparia (-2,74%).

O grupo Alimentação (1,62%) apresentou taxa inferior ao índice geral, porém com comportamento bastante distinto entre seus subgrupos: produtos in natura e semielaborados (-1,15%), indústria da alimentação (2,66%) e alimentação fora do domicílio (5,92%). Os produtos in natura e
semielaborados tiveram taxas acumuladas bastante díspares, em parte influenciadas pela sazonalidade, quando se analisa apenas os primeiros oito meses de 2009. Na indústria da alimentação, ocorreu aumento extraordinário do leite longa vida (33,17%) e do açúcar (24,58%) e quedas no pão francês (-13,44%) e óleos (-11,46%).

Comportamento dos preços nos últimos 12 meses

Os aumentos verificados em 12 meses deram-se de maneira bastante heterogênea entre os grupos que compõem o ICV-DIEESE. Para uma inflação da ordem de 3,75%, as maiores altas foram apuradas nos grupos: Despesas Pessoais (13,14%), Educação e Leitura (7,52%), Habitação (5,75%) e Saúde (4,34%). Já as menores variações foram detectadas nos grupos Vestuário (-1,22%), Equipamento Doméstico (0,27%) e Transporte (0,77%). Taxa em patamar mais elevado, ainda que inferior à inflação (3,75%) foi observada na Alimentação (2,44%).

Nas Despesas Pessoais (13,14%), a alta taxa deve-se ao grande aumento no subgrupo fumo e acessórios (25,98%), resultado do aumento no cigarro (26,53%). A taxa anual do grupo Educação e Leitura (7,52%) é decorrente do reajuste ocorrido no início de 2009 no subgrupo educação (7,71%). A alta na Habitação (5,75%) foi relativamente semelhante para seus subgrupos: locação, impostos e condomínio (6,87%), operação do domicílio (5,36%) e conservação (5,22%).

Nos grupos Vestuário (-1,22%) e Equipamento Doméstico (0,27%) os preços caíram, principalmente, para: rouparia (-3,43%), roupas (-2,80%) e eletrodomésticos (-0,50%). A variação anual do Transporte (0,77%) apresentou taxas pequenas em ambos os seus subgrupos: individual (0,27%) e coletivo (1,97%).

Na Alimentação (2,44%), os subgrupos apresentaram variações distintas, com taxas, menores que a inflação no caso dos produtos in natura e semielaborados (-0,69%) e da indústria alimentícia (2,86%). A alimentação fora do domicílio (8,83%) revelou alta bem acima da inflação em ambos os itens: refeição principal (8,35%) e lanches (9,51%).

No caso dos produtos in natura e semielaborados, as taxas anuais variaram de forma acentuada, entre – 46,92%, para o feijão, até 8,31%, para o leite in natura, uma vez que são bens que têm muita influência de fatores climáticos. Na indústria alimentícia, três produtos apresentaram quedas marcantes:

óleos (-21,66%), farinha de trigo (-12,85%) e pão (-13,61%) e dois outros, fortes altas: açúcar (38,83%) e leite longa vida (26,60%).

NOTÍCIA EXTRAÍDA DA NOTA À IMPRENSA DISTRIBUÍDA PELO DIEESE EM 09 DE SETEMBRO DE 2009.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.dieese.org.br.

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AMANHÃ, 10 DE SETEMBRO, SERÁ DIVULGADO O RESULTADO DO ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (INPC) PELO IBGE.

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