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Redes sindicais debatem a aplicação e efetividade do diálogo social

Após dois dias de debate sobre o tema Diálogo Social: Reflexões e Desafios para o Movimento Sindical, promovido durante a 9ª Conferência Internacional Pesquisa & Ação Sindical, o projeto CUTMulti “Ação Frente às Multinacionais” organizou nesta quinta-feira (24), em São Paulo, uma oficina especial para discutir o assunto com os representantes das redes sindicais presentes. Organizar uma síntese do aprendizado acumulado durante os debates prévios e criar subsídios para que o tema entre na pauta de discussões da CUT são os principais objetivos da iniciativa.

Nos últimos dois dias de conferência, promovida em parceria pelo Instituto Observatório Social, Fundação Friedrich Ebert e pelo projeto da CUT-FNV nos dias 22 e 23 de setembro de 2009, integrantes de redes sindicais, sindicatos, empresas e sociedade civil puderam debater a teoria e a prática do diálogo social em painéis que abordaram desde o comportamento empresarial frente ao diálogo em tempos de crise, os indicadores e ferramentas do diálogo social até experiências nacionais e internacionais no uso do instrumento.

Guiados pela pergunta O diálogo social pode ser uma ferramenta para ampliar a negociação e a ação sindical?, os participantes da oficina se dividiram em grupos para aprofundar o debate e elaborar conceitos e propostas para a utilização da ferramenta.

Após um período para a troca de idéias, os grupos apresentaram novos conceitos e apontaram a comunicação como um dos principais problemas para impulsionar a proposta do diálogo social. Promover uma sensibilização da ferramenta com dirigentes sindicais foi uma das soluções apresentadas pelos grupos.

Confiantes de que o diálogo social pode contribuir e deve fazer parte da agenda sindical, os sindicalistas decidiram pela criação de um grupo de trabalho (GT) permanente para desenvolver o tema. Estruturar e organizar conteúdos/estudos, promover reuniões periódicas (que podem ser virtuais) e iniciar o processo de convencimento dos atores estão entre as propostas de atuação para o GT.

O coordenador do projeto CUTMulti, José Drummond, prometeu em sua fala final todo o esforço dos envolvidos para avançar nesse debate e para a produção de um documento que possa subsidiar futuras discussões.

“Este é um tema estimulante, interessante e tenho certeza de que o grupo aqui formado terá muito trabalho para colocar em prática. É um desafio importante e agora teremos muito mais gente para convencer: trabalhadores(as), sindicatos e empresas”, disse Aparecido Donizete, presidente do Instituto Observatório Social, ao encerrar a oficina.

Novas tecnologias na agenda das redes sindicais

A utilização de novas tecnologias para potencializar a ação sindical das redes de trabalhadores(as) também foi tema de debate durante a atividade especial do projeto CUTMulti.

O professor da Fundação Cásper Libero, Sérgio Amadeu da Silveira, falou sobre o ativismo digital e como os movimentos podem se apropriar da internet. Além de uma apresentação sobre as diferenças básicas entre os principais meios interativos, o professor chamou a atenção da platéia para as possibilidades de comunicação que as redes oferecem e como essas ferramentas proporcionam muito mais formas de interação que os meios tradicionais como rádio, jornal e TV. “A tecnologia amplia a capacidade de armazenar, processar e distribuir informações”, alertou.

De acordo com Silveira, as redes estão entre as principais formas de organização humana nos dias de hoje. “As grandes empresas já atuam dessa forma e quem não se adequar vai ficar em situação difícil”. O professor citou uma série de exemplos de como as novas tecnologias podem auxiliar na disseminação de conhecimentos e idéias. Enciclopédias online, blogs, TVs virtuais, redes sociais como orkut e facebook foram apenas algumas das ferramentas mencionadas. “O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou o twitter em sua campanha eleitoral e na ocasião conseguiu mais de 2 milhões de seguidores que usavam a ferramenta para replicar suas propostas e agenda”, exemplificou.

Silveira terminou sua apresentação lembrando os participantes de que a rede não serve apenas para simplificar processos e fazer reuniões, mas também como um meio para criar novos formatos de comunicação que potencializem as ações dos sindicatos. “O movimento sindical precisa digitalizar a sua base”, concluiu.

Ronaldo Baltar, representante do IOS – Instituto Observatório Social e professor da Universidade de Londrina, também falou sobre a importância da informação para o desenvolvimento do movimento sindical. “É impossível deixar de pensar na internet como um canal importante de inclusão e participação”, comentou.

Baltar frisou em sua apresentação que a internet é mais um mecanismo de divulgação das idéias do sindicato e pode complementar os meios tradicionais como boletins e jornais. As novas tecnologias podem ser úteis para intensificar aprendizados, para a criação de campanhas e disseminação de conceitos. “O movimento sindical pode e deve ser um provedor de conhecimentos com a produção de conteúdos por meio desses instrumentos”, enfatizou.

Fomentar a criação de grupos de discussão e priorizar a sistematização de informações foram algumas das dicas do professor Baltar para que as redes sindicais consolidem a sua organização. A ferramenta Conexão Sindical, criada e administrada pelo Instituto Observatório Social, foi apresentada como uma das possibilidades para a troca de informações e divulgação de acordos, leis, pautas de reivindicação e outras informações relevantes para a ação sindical. “As informações se perdem. Quando formos capazes de organizar todos os dados que produzimos e disponibilizá-los para a tomada de decisões, chegaremos mais perto das empresas e com a força necessária para avançar na prática do diálogo social”, concluiu.

O coordenador do projeto CUTMulti, José Drummond, destacou a importância do debate para o desenvolvimento e consolidação das redes sindicais e incentivou o uso de novas tecnologias a favor da construção de novas formas de organização da classe trabalhadora.

Por Instituto Observatório Social.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.

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