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Lula diz que países ricos não souberam assumir seus erros diante da crise mundial

Isla de Margarita (Venezuela) – O presidente Lula voltou a criticar a maneira com que os países desenvolvidos trataram a crise financeira internacional. No discurso de abertura da 2ª Reunião de Cúpula que está sendo realizada na Isla de Margarita, na Venezuela, com a participação de 30 chefes de Estados e de governo. O presidente brasileiro disse que alguns países ricos foram incapazes de assumir seus erros.

“Desde nossa primeira cúpula em Abuja [Nigéria], a economia mundial enfrentou uma das maiores crises de sua história. Incapazes de assumir seus próprios erros, alguns governantes buscam transferir o ônus da crise para os mais fracos. Responsabilizam os imigrantes pelo desemprego, mas vacilam em coibir os bônus milionários pagos aos executivos que promoveram a crise. Adotam medidas protecionistas, que oneram os bens e serviços exportados por países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, se mostram lenientes com os paraísos fiscais”, afirmou.

“A comunidade internacional precisa reagir. Na reunião do G20, em Pittsburgh, reiterei que a prioridade não deve ser de salvar bancos falidos. Precisamos oferecer respostas aos milhões que perderam os empregos e tiveram as esperanças frustradas”, completou.

Ao ressaltar que os países não podem ser complacentes com sinais do retorno à especulação desenfreada, o presidente defendeu a presença do Estado na regulação dos mercados. “A mão visível do Estado deve preencher o vácuo regulatório deixado pela mão invisível do mercado. Não há melhor resposta à crise que a integração. A aposta que fizemos no eixo Sul-Sul foi vitoriosa. Graças ao crescimento das trocas entre a América do Sul e a África

Segundo Lula, os países da América do Sul e da África estão construindo “uma ponte de diálogo e de colaboração que já levou ao aumento de 50% nas trocas comerciais entre os dois continentes desde a 1ª Reunião da Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo realizada há dois anos, na Nigéria, na África.

“Queremos fazer da cooperação um fator de emancipação técnica e tecnológica, compartilhando experiências bem sucedidas em matéria de saúde, agricultura e energia, pois acreditamos no poder de transformação de uma parceria entre as regiões que vivem realidades semelhantes e enfrentam problemas comuns’, disse o presidente Brasileiro.

Para Lula, os resultados concretos que estão sendo colhidos são visíveis e podem ser constatados pelos números. “Nos últimos seis anos, o comércio entre as duas regiões saltou de US$ 6 bilhões para US$ 36 bilhões. Esse processo de fortalecimento de nossa soberania econômica só faz ganhar força”, disse.

Na avaliação do presidente brasileiro, “os sinais de recuperação econômica não nos autorizam a abandonar as medidas de estímulo ao consumo e à produção, nem de combate à pobreza e à fome. Afinal, os países mais pobres têm pressa em recuperar suas economias e as perspectivas de prosperidade para seus povos”, disse.

Por Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil. Edição: Aécio Amado.

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Lula afirma que Brasil não acata ultimato de golpista

Isla Margarita (Venezuela) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (27) que não acata o ultimato do governo de Honduras para que o Brasil defina em dez dias a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, que encontra-se abrigado na embaixada brasileira.

“Primeiro, o governo brasileiro não acata ultimato de um golpista e nem reconhece Micheletti [Roberto Micheletti, presidente interino de Honduras] como um governo interino. Não sei por que o editor de vocês pediu para vocês falarem em governo interino, uma vez que a palavra correta é golpista, usurpadores de poder, essa é a palavra correta, e o governo brasileiro não negocia com eles”, afirmou o presidente, que está na Venezuela para a 2ª Cúpula América do Sul-África.

Segundo Lula, quem tem que negociar com Micheletti é a Organização dos Estados Americanos (OEA), assim como o Conselho de Segurança das Nações Unidas, e não o Brasil.

“Portanto, este caso, para mim, estará encerrado na medida em que houve a decisão por unanimidade da OEA, como foi a decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Então o Brasil não tem que conversar com estes senhores que usurparam o poder. Se a ONU ou a OEA fizerem um pedido ao Brasil, poderemos simplesmente acatar esse pedido, mas não desses senhores”, afirmou o presidente.

O presidente Lula negou que jornalistas brasileiros estejam impedidos de entrar na embaixada de Honduras. “Essa noticia não procede. Ontem (sábado) nós conversamos com a embaixada em Honduras, e hoje eu conversei com o embaixador Celso Amorim [ministro das Relações Exteriores], e eu não sei de onde saiu esta noticia, que não procede”.

Lula disse que poucas vezes na história houve tanto consenso de repúdio a um governo como está havendo agora em Honduras. “É toda a América do Sul, toda a América Latina, toda a Europa e os Estados Unidos. É toda a África e a Ásia. Não tem um único governo no mundo defendendo este golpista”.

O presidente informou que o embaixador Celso Amorim ligou para a embaixada brasileira Honduras e pediu ao presidente deposto Manuel Zelaya para não fazer incitações. “Que se ele quiser falar com os jornais, que fale, mas sem fazer incitações. Porque evidentemente que se ele extrapolar nós vamos falar que não é politicamente correto ficar utilizando a embaixada para incitação a qualquer coisa além do espaço democrático que nós estamos dando para ele”.

O presidente Lula já embarcou de volta para Brasília.

Por Nielmar de Oliveira – Enviado especial da EBC. Edição: Fernando Fraga.

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