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Por 23:19 Sem categoria

Bancários cobram Santander para retomada das negociações do aditivo e PPR

Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo A Contraf-CUT, entidades sindicais e Afubesp enviaram na quarta-feira, dia 28, um documento ao Santander Brasil, cobrando a retomada das negociações, “com a maior brevidade possível”, para o aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2009/2010 e o Programa de Participação nos Resultados (PPR) do exercício de 2009. A segunda rodada, agendada para a última quinta-feira, dia 22, foi cancelada pelo banco na véspera e, após uma semana, nova data ainda não foi marcada.

“Mais de 50 mil trabalhadores do banco, principais responsáveis pelos lucros do banco, estão na expectativa da continuidade das negociações sobre as reivindicações específicas, como emprego, melhoria das condições de trabalho, saúde, previdência complementar e ampliação das bolsas de auxílio-educação, dentre outras demandas”, afirma o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Não queremos entrar outra vez dezembro, janeiro e fevereiro adentro discutindo o aditivo e o PPR, como ocorreu no ano passado, e sim resolver agora com agilidade buscando a valorização do esforço dos trabalhadores”, destaca.

No documento também foi solicitada a prorrogação dos aditivos do Santander e Real, com vencimento nesta sexta-feira, dia 30 de outubro, até a assinatura de novo instrumento coletivo. O Santander é o único banco privado que possui aditivo à convenção coletiva, construído após a privatização do Banespa, com vários avanços além das conquistas gerais dos bancários. Já o PPR representa mais uma forma de remuneração para os trabalhadores do banco.

Protesto contra a PLR sobre lucro menor

O Sindicato dos Bancários de São Paulo realizou na quarta-feira, dia 28, protesto (foto) contra a decisão do Santander de publicar balanços diferentes e pagar a PLR dos trabalhadores pelo lucro mais baixo, o que reduziu sensivelmente o pagamento aos bancários.

O primeiro protesto aconteceu logo nas primeiras horas da manhã, em frente ao Centro Administrativo Santander 3 (Casa 3), em Interlagos, onde trabalham cerca de 1.500 pessoas. “Todos estão revoltados com esse desrespeito do banco, especialmente porque sabem que a conversa na hora de pagar os dividendos para acionistas e os bônus para executivos é bem diferente”, afirmou o funcionária do banco e diretora do Sindicato Tânia Costa. Às 12h, o protesto prosseguiu em frente ao Centro Administrativo Santander 1 (Casa 1), em Santo Amaro.

Santander divulga outra vez dois balanços do terceiro trimestre

O Santander também anunciou na quarta-feira os resultados do terceiro trimestre de 2009. Novamente foram divulgados dois balanços, a exemplo do primeiro semestre, com dois lucros diferentes.

Um balanço apresenta lucro líquido no terceiro semestre de R$ 413,763 milhões. Segundo o banco, esse valor segue a norma contábil brasileira. Foi esse o balanço, com o resultado do primeiro semestre de R$ 1,6 bilhão, utilizado para o pagamento da antecipação da PLR, gerando protestos dos trabalhadores.

O outro balanço, conforme o banco, atende a regra internacional, IFRS, que passará a ser obrigatória por aqui apenas no próximo ano – para o resultado consolidado. Assim, pelas normas internacionais, o Santander registrou no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 1,472 bilhão, um crescimento de 92,1% em relação ao mesmo período de 2008. Com isso, o resultado acumulado nos primeiros nove meses do ano é de R$ 3,917 bilhões.

De acordo com o jornal Valor Econômico, as normas brasileiras e o IFRS têm formas diferentes para a apuração do lucro, mas a variação mais discrepante se dá na amortização do ágio das compras. No caso do Banco Real, essa diferença foi de R$ 979,458 milhões no terceiro trimestre. Na regra brasileira, o ágio precisa ser amortizado sistematicamente num período de dez anos.

Ainda segundo o jornal, de janeiro a setembro o banco já apropriou R$ 831 milhões em sinergias, dentro do esperado pela direção do grupo. A previsão é que até o fim do processo, em 2011, os ganhos atinjam R$ 2,7 bilhões.

“Queremos que a PLR dos bancários seja calculada sobre o lucro maior, pois foi esse balanço apresentado aos investidores no processo de abertura de capital e levou à captação de R$ 14 bilhões, na maior oferta de ações do mundo em 2009. Os trabalhadores reivindicam igualdade de tratamento”, defende o diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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