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Comitê de Política Monetária do Banco Central mantém uma vez mais taxa básica de juros em 8,75 porcento ao ano

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 8,75% ao ano, sem possibilidade de revisão. O índice está em vigor desde julho do ano passado e é o mais baixo da história do Copom, criado em junho de 1996.

O anúncio foi feito há pouco, ao final do segundo dia de reunião do comitê. A decisão foi tomada por unanimidade e reafirmou a expectativa geral dos analistas de mercado, ouvidos pela pesquisa Focus do BC na última sexta-feira (23).

Segundo nota divulgada pelo colegiado, “avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom definiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, sem viés. O comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”. A reunião está marcada para os dias 16 e 17 de março.

Embora a taxa nominal de juros permaneça igual, a taxa de juros real (descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses) está estimada em 4%, o que se constitui na taxa mais alta dentre os 40 países desenvolvidos e em desenvolvimento pesquisados pela UpTrend Consultoria Econômica.

O Brasil retoma, assim, o lugar mais alto no ranking dos juros mundiais, posição que havia perdido há nove meses e era ocupado pela China. Mas, com o recrudescimento da inflação no país asiático, no mês passado, o Brasil voltou ao topo dos juros reais mais altos, seguido de perto pela Indonésia.

Por Stênio Ribeiro – Repórter da Agência Brasil. Edição: Lana Cristina.

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Indústria diz que Selic ajuda a manter investimento e CUT chama decisão de miopia econômica

Rio de Janeiro e Brasília – A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter os juros básicos da economia em 8,75% ao ano vai garantir o processo de retomada dos investimentos. Foi o que afirmou hoje (27) o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.

“O cenário de juros estáveis é importante para voltarmos ao nível de investimentos anterior à crise”, disse Monteiro Neto. Ele disse, ainda, que a estabilidade dos juros garante a expansão da produção, a saúde financeira das empresas e a melhoria da infraestrutura do país.

Monteiro Neto ressaltou que a decisão também se explica pelo controle da inflação. “O aumento da demanda interna está sendo plenamente atendido pela produção doméstica ou pelas importações, sem causar pressões sobre os preços.”

Segundo o presidente da CNI, a utilização da capacidade instalada na indústria vem crescendo gradualmente, acompanhando a retomada da atividade e da demanda interna.

Ele acrescentou que o indicador de capacidade instalada está longe do patamar pré-crise e afirmou que o processo de deflação dos produtos industriais é suficiente para cobrir eventuais pressões oriundas de outros setores. Para ele, existe espaço para estimular a produção.

O chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Guilherme Mercês, disse que, mesmo com a manutenção dos juros, o país ainda precisa de medidas complementares que levem ao aumento da competitividade das empresas.

Segundo Mercês, essas medidas teriam que priorizar o aperfeiçoamento do sistema tributário e do comércio exterior. “E a contenção dos gastos públicos, para que se abra espaço à retomada da trajetória de queda da taxa Selic.” Ele tem receio de que, com um possível aumento dos gastos, haja uma pressão sobre a demanda, forçando o BC a elevar os juros mais adiante.

Do lado dos trabalhadores, a decisão do Copom não foi bem aceita. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) criticou a manutenção da Selic. Para ele, a decisão demonstra “miopia econômica” do colegiado de diretores do BC.

“Enquanto todos os indicadores sinalizam para o crescimento econômico, inflação sob controle e queda no índice de desemprego, o Copom insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento.” Paulinho disse ainda que a manutenção dos juros é “nefasta para o setor produtivo e totalmente insensível para com os consumidores do mercado interno”.

Por Alana Gandra e Stênio Ribeiro – Repórteres da Agência Brasil.
Edição: Lana Cristina.

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