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Contraf-CUT se reúne com a Comissão de Valores Mobiliários e defende transparência nos balanços dos bancos

A Contraf-CUT foi recebida em audiência na tarde da sexta-feira, dia 22, pela presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana, em São Paulo, onde a entidade abriu novo canal de diálogo e manifestou as preocupações dos bancários diante da falta de transparência na forma de publicação dos balanços dos bancos. A reunião teve duas horas de duração.

Participaram da audiência, pela Contraf-CUT, o secretário-geral Marcel Barros, o secretário de imprensa, Ademir Wiederkehr, e o diretor executivo José Carlos Alonso. Também estiveram presentes o professor da Unicamp e assessor da Contraf-CT, Fernando Nogueira da Costa, e a economista do Dieese, Ana Carolina. Ainda compareceu o diretor da CVM, Alexsandro Broedel Lopes.

“Apresentamos a necessidade de mais transparência e credibilidade nos balanços das instituições financeiras, visando trazer mais confiança a clientes, acionistas e trabalhadores”, destacou Marcel. O dirigente da Contraf-CUT salientou que isso interessa, e muito, aos bancários, sobretudo diante da apuração dos valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Além disso, muitos trabalhadores são hoje participantes e assistidos de fundos de pensão, como a Previ, cujos investimentos também passaram a ser acompanhados com interesse cada vez maior.

Na reunião, a Contraf-CUT elogiou a iniciativa da CVM, que editou no dia 17 de dezembro a Instrução n° 481/09, que altera as normas dos balanços e das assembléias de acionistas, obrigando as empresas a darem mais transparência às informações corporativas, inclusive no que se refere ao emprego e à remuneração dos diretores e executivos, além de democratizar o acesso dos sócios minoritários. “Esses novos procedimentos já valerão para os balanços de 2010 dos bancos”, explicou Maria Helena.

Os dirigentes sindicais questionaram os lucros diferenciados (líquido, operacional, recorrente e pró-forma) que têm sido anunciados pelos bancos. “Essa forma traz muita confusão na categoria e na sociedade e, na medida em que o resultado menor é usado para o cálculo da PLR, traz ainda a sensação de prejuízo para os trabalhadores”, destacou Ademir. Os representantes da CVM disseram que essas variações têm amparo legal e buscam levar mais informações para os acionistas e o mercado financeiro, esclarecendo que as normas contábeis são definidas pelo Banco Central.

Os trabalhadores também alertaram a CVM para os excessivos provisionamentos feitos para devedores duvidosos. “Mais do que conservadoras, essas provisões para inadimplência têm causado distorções nos lucros e resultados”, frisou Alonso. “As provisões são complexas e subjetivas, mas a CVM não tem elementos para verificar”, reconheceu Maria Helena. “A preocupação dos bancários é legítima”, acrescentou Alexsandro dizendo que o “o provisionamento é considerado uma boa prática bancária”.

O ágio referente à aquisição de empresas também foi objeto de questionamento dos bancários, pois tem impactado os resultados e encolhido a PLR dos bancários. O Santander, por exemplo, lançou ágio de R$ 26,334 bilhões no balanço de 2008 pela compra do Banco Real, o que pode ser abatido ao longo de dez anos. “As regras para o ágio mudaram a partir deste ano e, daqui para frente, ele não será mais deduzido nos balanços”, afirmou Maria Helena.

A audiência foi considerada positiva pela Contraf-CUT, enquanto representante de mais de um milhão de trabalhadores do ramo financeiro em todo o país, dos quais 400 mil bancários. “Tivemos oportunidade de mostrar a atuação dos bancários para a CVM e frisar a necessidade de transparência nos balanços e de regulamentação do sistema financeiro. Com as normas vigentes, tem sido uma tarefa quase impossível obter informações detalhadas e confiáveis nos balanços das instituições financeiras, especialmente no que se refere aos dados sobre emprego e remuneração. A demonstração sem maquiagens dos resultados é uma demanda dos acionistas, trabalhadores e da sociedade, e fator de responsabilidade social”, avaliou Marcel.

Fonte: Contraf-CUT.

NOTÍCIA COLIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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