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Bônus para executivos dos bancos Bradesco e Itaú Unibanco continuam nas alturas

A edição de 5 de fevereiro da Revista Istoé Dinheiro publicou reportagem sobre os bônus milionários nos bancos. “Uma bolada de R$ 250 milhões foi depositada na conta de 150 executivos do Bradesco no ano passado. O Itaú Unibanco foi além. Recompensou os seus com um pacote de R$ 272 milhões”, revela o veículo.

“Bancos de investimento, como Credit Suisse e BTG Pactual, também não ficaram atrás. Neste início de 2010, desembolsaram entre R$ 300 mil e R$ 6 milhões por sócio. Esses incentivos transformaram o mercado brasileiro num dos mais atrativos do mundo, mas a era dos bônus milionários pode estar chegando ao fim”, destaca.

Dias atrás, as duas principais autoridades da área econômica, os ministros Guido Mantega e Henrique Meirelles, anunciaram um plano para conter a remuneração variável dos banqueiros. “A intenção é evitar que os executivos do sistema financeiro assumam riscos que depois sejam negativos para o País, para o setor público e para o próprio sistema financeiro”, explicou Meirelles a uma plateia de empresários, na manhã da terça-feira 2. “Isso faz parte de um plano mundial de controle do sistema financeiro”, reforçou Mantega, no mesmo encontro.

A proposta do governo, que foi disponibilizada no site do Banco Central, impediria o pagamento dos bônus totalmente em dinheiro. Os ganhos seriam divididos da seguinte forma: 50% em ações, 40% diluídos num prazo de três anos e apenas 10% sob livre escolha da instituição financeira. Em tese, a preocupação de Mantega e Meirelles é até coerente, diante do que aconteceu no mundo em 2009, conforme a revista.

Na Europa e nos EUA, bancos como UBS, Merrill Lynch, Citibank e Bank of America sofreram prejuízos bilionários porque havia um incentivo perverso. Como os ganhos dos executivos estavam atrelados a resultados de curto prazo, eles eram estimulados a fazer apostas de altíssimo risco. Resultado: os bancos quebraram, os governos injetaram trilhões no sistema financeiro, mas muitos executivos continuaram com suas mansões, aviões e iates. Um escândalo moral que levou governantes como Barack Obama, nos EUA, e Nicolas Sarkozy, na França, a iniciar uma cruzada contra os bônus dos banqueiros.

Esse mesmo discurso também foi encampado pelas autoridades econômicas do G20, o grupo das 20 nações mais ricas do mundo, no qual o Brasil tem tentado exercer um papel de protagonista.

A Federação Brasileira de Bancos, comandada por Fábio Barbosa, limitou-se a afirmar que os bancos seguem uma política conservadora de bonificação, assim como práticas rigorosas de controle de risco.

Para a Contraf-CUT, esses bônus milionários contrastam com a política de remuneração para os bancários. Na campanha salarial de 2009, por exemplo, a greve travou a manobra da Fenaban de reduzir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os banqueiros queriam distribuir menos recursos para os trabalhadores, principais responsáveis pelos lucros astronômicos dos bancos.

Fonte: Contraf-CUT com Revista Istoé Dinheiro.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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2/2/2010 – 20:53:47
Contraf-CUT proporá ao BC reduzir bonificação dos executivos dos bancos

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apresentará propostas, na audiência pública que o Banco Central anunciou ontem que será instalada nesta terça-feira 2 de fevereiro, visando conferir mais transparência às demonstrações contábeis dos bancos que operam no país e disciplinar a política de bonificação dos executivos do setor.

“A iniciativa do Banco Central de ouvir a sociedade, seguindo as recomendações do G20 para evitar que se repitam as irresponsabilidades que provocaram a crise financeira mundial de 2008, é um passo importante na consolidação de um sistema financeiro mais transparente e mais comprometido com o desenvolvimento econômico e social do país”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A Confederação vem fazendo em vários fóruns, inclusive no âmbito da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra (que contou com a participação da Febraban), e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em São Paulo, a discussão sobre a ausência de transparência nos balanços das instituições financeiras, reforçando a percepção de que as demonstrações contábeis possam estar sendo manipuladas, e sobre a disparidade de remuneração entre os altos executivos dos bancos e a maioria dos trabalhadores.

Os bancários fizeram uma greve de duas semanas no ano passado para impedir que as empresas financeiras reduzissem a distribuição de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores, enquanto aumenta os bônus de seus altos executivos.

Reportagem publicada pelo Valor Econômico dia 2 de dezembro com base nas demonstrações financeiras das empresas mostra que os cinco maiores bancos que atuam no Brasil (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) pagaram cerca de R$ 1 bilhão de remuneração a seus diretores e altos executivos somente nos primeiro nove meses de 2009.

“Isso significa que um grupo de menos de 500 gestores recebeu de remuneração, em nove meses, mais que o total distribuído a título de PLR a cerca de 410 mil bancários que trabalham nesses cinco bancos”, diz Carlos Cordeiro. O caso mais notável é o do Itaú Unibanco, que distribuiu R$ 504 milhões (mais da metade do total desse grupo de bancos) para o alto escalão, o equivalente a 7,38% do lucro líquido do período (R$ 6,85 bilhões). Já os 102.700 bancários do Itaú receberam de PLR durante todo o ano 5,10% do lucro líquido.

No Santander, diretores chegaram a receber R$ 1,5 milhão em bônus no ano passado, enquanto a maioria dos bancários recebeu cerca de R$ 2 mil de PLR – ou seja, 750 vezes menos. “É preciso impor regras e limites a essa política de premiação e estabelecer uma relação mais equilibrada entre a maior e a menor PLR”, propõe o presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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BC coloca em audiência pública proposta de norma sobre remuneração de executivos de instituições financeiras
1/2/2010 18:45:00

NOTA À IMPRENSA

Brasília – A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil decidiu colocar em audiência pública, pelo prazo de noventa dias, proposta de resolução que dispõe sobre a política de remuneração de administradores e empregados das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Para acessar o Edital 035/2010, visite o endereço eletrônico http://www.bcb.gov.br/?SISAUDPUB.

A proposta de regulação baseia-se nos compromissos assumidos pelos líderes do G20 em abril (“London Summit”) e setembro de 2009 (“Pittsburgh Summit”) voltados ao fortalecimento do sistema financeiro e à implementação coordenada de padrões de regulação prudencial para gestão de riscos. Em Londres, os Líderes do G-20 assumiram compromisso com a implementação de boas práticas para políticas de remuneração. Tal compromisso foi reafirmado em Pittsburgh, quando os Líderes destacaram ainda a necessidade de implementar padrões internacionais robustos para a política de remuneração, visando desencorajar práticas que levem à assunção de riscos excessivos, como forma de fortalecer a estabilidade do sistema e alinhar práticas de remuneração com criação de valor a longo prazo.

Nesse contexto, foram utilizadas como base as recomendações contidas em dois documentos divulgados pelo Financial Stability Board (FSB) em 2009 e referendados pelo G20: FSB Principles for Sound Compensation Practices e FSB Implementation Standards on Compensation. O propósito é adequar o arcabouço regulatório nacional às boas práticas bancárias internacionais. O primeiro documento define princípios gerais com o objetivo de alinhar as políticas de remuneração das grandes instituições financeiras a uma prudente filosofia de gerenciamento de riscos. O segundo adota abordagem mais prática, contendo propostas específicas e detalhadas de reformas na governança corporativa e nos padrões globais de estrutura de remuneração, trazendo ainda recomendações destinadas a elevar a transparência das políticas e práticas de remuneração de administradores e empregados.

A participação em fóruns como o G20 pode demandar ações específicas inclusive no que se refere a iniciativas que tenham como objetivo desenvolver e fomentar a implementação de políticas de regulação e de supervisão no interesse da estabilidade financeira, foco principal das discussões desenvolvidas no âmbito do FSB. O FSB é um organismo internacional integrado por representantes de bancos centrais, autoridades nas áreas de regulação e supervisão, ministros de finanças e instituições financeiras internacionais, entre outros. São representantes brasileiros no FSB o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários e o Ministério da Fazenda.

O objetivo da proposta de normativo colocada em audiência pública é alinhar, de um lado, as políticas de remuneração aplicáveis a administradores e empregados que exerçam funções com impacto relevante sobre a exposição ao risco, e de outro, os riscos assumidos pelas instituições financeiras. Busca-se, assim, promover o desenvolvimento de políticas de remuneração compatíveis com a estratégia global de gestão de riscos, formuladas de modo a não incentivar comportamentos capazes de elevar a exposição ao risco acima dos níveis considerados prudentes no curto, médio e longo prazos.

A proposta normativa dispõe que uma política de remuneração variável implementada pelas instituições financeiras deve levar em conta, entre outros fatores, os riscos correntes e potenciais; o resultado geral da instituição, excluídos os resultados extraordinários; a capacidade de geração de fluxo de caixa da instituição financeira; e o ambiente econômico e suas tendências. Além disso, o valor final da remuneração variável paga a administradores e empregados cujas ações tenham impacto material sobre a exposição a risco deverá considerar fatores como desempenho individual; desempenho da unidade de negócios; desempenho institucional; e a relação entre desempenho e risco assumido (desempenho ajustado pelo risco).

A proposta estipula ainda que o Conselho de Administração deve ser o órgão responsável pela política de remuneração, cabendo-lhe supervisionar o planejamento, operacionalização, controle e revisão da referida política. Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, constituídas sob a forma de companhia aberta ou que sejam obrigadas a constituir comitê de auditoria nos termos da regulamentação em vigor, passariam a ser obrigadas a instituir órgão estatutário denominado “Comitê de Remuneração”. Tal comitê será responsável por elaborar a política de remuneração da instituição, propor ao Conselho de Administração as diversas formas de remuneração, fixa e variável; supervisionar a implementação e operacionalização da política de remuneração da instituição; e zelar para que a política de remuneração esteja permanentemente compatível com a política de gestão de riscos, com as metas e a situação financeira atual e esperada da instituição e com o disposto na regulamentação.

Após o período de audiência pública, a proposta revisada deverá ser submetida à aprovação da Diretoria Colegiada do Banco Central e, posteriormente, do Conselho Monetário Nacional.

Brasília, 1 de fevereiro de 2010

Banco Central do Brasil.
Assessoria de Imprensa.
imprensa@bcb.gov.br
(61) 3414.3462

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bcb.gov.br.

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