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Por 21:05 Sem categoria

Após 23 anos, trabalhadores metalúrgicos lançam TV em São Paulo; CUT lança rádio e TV web

Concessão foi obtida em 2005, mas homologada ano passado. Lula estava na comitiva que pediu a primeira das quatro solicitações negadas pelo Ministério das Comunicações

São Paulo – Daqui a 15 dias, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC inaugura a TV dos Trabalhadores (TVT), primeira emissora de televisão de uma entidade de trabalhadores. O percurso levou praticamente 23 anos, desde a entrega do primeiro pedido de concessão ao Ministério das Comunicações, em setembro de 1987. Foram, no total, quatro solicitações e quatro negativas, até a conquista da concessão, em abril de 2005.

“Espero que a nossa TV seja uma porta de entrada para que o mundo do trabalho possa estar presente nas comunicações”, diz o presidente do sindicato, Sérgio Nobre. “Queremos dialogar com os movimentos sociais”, acrescenta.

A emissora vai ao ar no canal 46 de Mogi das Cruzes (SP). A outorga veio em outubro do ano passado para a Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, criada em 1991 e dirigida por um conselho que representa diversas categorias profissionais. Segundo o atual presidente da fundação, Valter Sanches, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos, toda a equipe em torno da emissora é formada por “realizadores de sonhos”, concretizando uma antiga reivindicação, aprovada em congresso da categoria.

Ainda antes do pedido de concessão, em meados dos anos 1980, os metalúrgicos haviam criado uma produtora com a preocupação de documentar e preservar a memória da categoria. A TVT começou a surgir, indiretamente, quando o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, Luiz Inácio da Silva, o Lula, ganhou uma câmera durante uma viagem à Europa. “Quando ele voltou para o Brasil, doou a câmara para o sindicato, para registrar a história”, conta Sérgio Nobre.

Então deputado federal, Lula fazia parte da comissão que, em 1987, foi recebida pelo ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, que pediu, à época, um estudo técnico a respeito do pedido de concessão. Foi o primeiro dos quatro “nãos” recebidos pelos metalúrgicos. Também estavam naquela reunião os presidentes da CUT, Jair Meneguelli, e do sindicato, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.

Até hoje, as concessões são terreno de forte influência política. Em 2009, por exemplo, entre todas as 2.364 proposições aprovadas pelo Senado – incluindo projetos de lei, medidas provisórias etc. – 901 foi referente a autorizações ou permissões para funcionamento de rádio e televisão. Isso representa 38% das aprovações.

Em 21 de julho último, decreto assinado pelo presidente Lula criou uma comissão interministerial para “elaborar estudos e apresentar propostas de revisão do marco regulatório de organização e exploração dos serviços de telecomunicações e radiodifusão”. Apesar

Inicialmente, a emissora produzirá sete programas, com uma hora e meia diária no total. A grade será completada, neste primeiro momento, com retransmissões da TV Brasil e especiais das TVs Câmara e Senado. “Toda a programação está voltada para os movimentos sociais, para a vida do trabalhador”, diz Sanches.

A transmissão será feita pelo canal UHF 46, de Mogi da Cruzes, e pelo NGT, que tem emissoras próprias em São Paulo (48 UHF) e Rio (26 UHF), cobrindo as duas regiões metropolitanas, além de uma rede de emissoras afiliadas, que atingem atualmente por volta de um quarto do território nacional. O projeto inclui transmissões via cabo por meio de canais comunitários.

Para garantir a viabilidade do projeto, foi feito um aporte de R$ 15 milhões, que os metalúrgicos calculam ser suficiente para manter a emissora durante três anos. Enquanto isso, a fundação e o sindicato buscarão outras fontes de sustentação, como apoios culturais.

Confira a programação

Seu Jornal – noticiário, de segunda a sexta, às 19h

Memória e Contexto – toda segunda, às 19h30

Clique Ligue – terças, às 19h30 (quinzenal)

Boa Gente – terças, às 19h30 (quinzenal)

Bom pra Todos – quartas, às 19h30

Melhor e Mais Justo – quintas, às 19h30

ABCD Maior em Revista – sextas, às 19h30

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual. Publicado em 29/07/2010, 16:33. Última atualização às 17:00

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TV do trabalhador vai ao ar no dia 13

São Paulo – Já está marcada para 13 de agosto a inauguração da TVT, a TV dos Trabalhadores, iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Para falar a verdade, é um baita projeto. Desde os programas até o conteúdo “a partir do mundo do trabalho”, passando pela qualidade dos programas e a interatividade.

Essa junção de TV, portal na internet e celular garante ao projeto multiplataformas e uma inovação no jeito de se fazer informação em vídeo. Por exemplo? Oito câmeras serão distribuídas ao movimento social para que contem suas experiências e as transformem em pautas. Outros cinco celulares totalmente equipados serão entregues a trabalhadores das fábricas da região para contar o seu dia a dia.

Como diz o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, Valter Sanches, “uma TV que dialogue com a sociedade”.

Por isso, a Revista do Brasil deste mês traz, em sua reportagem de capa da edição de agosto, a história da construção da TVT.

A Rádio Brasil Atual entrevistou Sanches. Confira a reportagem em duas partes. Para tanto, acesse oendereço eletrônico http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/blogs/blog-na-rede/tv-do-trabalhador-vai-ao-ar-no-dia-13

Por: Ricardo Negrão, Rede Brasil Atual. Publicado em 29/07/2010.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.redebrasilatual.com.br.

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TVT pretende ousar para mudar a TV

Valter Sanches, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos e presidente da Fundação Sociedade Cultura e Trabalho, entidade responsável pela TVT, conversou, na manhã de hoje, com alguns midialivristas e blogueiros.

Compartilho os pontos que me pareceram mais interessantes.

1) Chama a atenção no projeto o fato de as preocupações não se aterem apenas a aspectos comerciais e tecnológicos. Diria que há uma preocupação filosófica bastante antenada com o novo mundo onde colaboração e reputação se tornaram palavras chaves. Ou seja, a TVT está falando em introduzir um novo modelo de fazer TV no Brasil.

A TVT, por exemplo, vai levar ao ar conteúdos produzidos a partir de celulares e máquinas fotográficas. E para que isso não se limite à produção espontânea, adquiriu e entregou oito câmeras a grupos do movimento social. Além de cinco celulares 3G que ficarão com trabalhadores que estão no chão da fábrica.

2) A grade própria vai ocupar 1h30 ao dia no início. O resto do tempo será da TV Brasil. A faixa ocupada será a das 19h às 21h, ou seja, o horário nobre. A TVT será distribuída pelo canal 46 UHF, mas já fechou um acordo com a NGT, canal 48, que das 19h às 21h também divulgará o conteúdo da TVT. Além da concessão do canal 46, já foram solicitadas 26 retransmissoras no estado de São Paulo.

3) Além de um telejornal diário de 30 minutos, outros sete programas irão ao ar nesses primeiros meses. São eles: Melhor e mais justo (debates); Bom para todos (serviços e direitos); ABCD Maior em revista (realizado pela equipe do jornal de mesmo nome e com foco na região do ABC); Boa Gente (destacando um entrevistado que dedique boa parte da sua vida à uma questão pública); Coopera Brasil (economia solidária); Click e Ligue (voltado para o desenvolvimento de redes sociais) e Memória e Conteúdo (que a partir de um banco de imagens de 4 mil horas produzidas pela TVT desde 1984 vai debater questões do país).

4) A TVT entre trabalhadores fixos e colaboradores já conta com aproximadamente 100 pessoas e um orçamento mensal de 400 mil reais. Como para conseguir a concessão foi necessário fazer um aporte de 12 milhões, a TVT tem assegurada recursos para aproximadamente 3 anos.

5) A idéia de Valter Sanches é tornar a TVT uma agenciadora de notícias e com ela criar um novo modelo de lojistica de produção, que modificaria a lógica da difusão informativa no Brasil. Até por isso a TVT já nascerá com uma plataforma web altamente colaborativa. Os telespectadores poderão, por exemplo, postar comentários sobre os programas em vídeo e não só em textos escritos. Além disso, vão eleger imagens e vídeos que irão ao ar no telejornal e em outros programas e poderão assistir e participar remotamente da discussão de pauta dos programas.

O lançamento da TVT será no dia 13 de agosto, no Centro de Formação dos Professores, em São Bernardo do Campo. O presidente Lula já confirmou presença. É ele quem vai apertar o botão que vai colocar a TV no ar.

Este blogueiro está fazendo figas para que de fato a TVT signifique um cavalo de pau na lógica de fazer TV no Brasil. Nem uma TV Lixo, com programas apelativos e caça-audiência, e nem uma TV Daslu, cheia de gente bonita falando de coisas que só se prestam a vender produtos. Uma TV cidadã.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/07/29/tvt-pretende-ousar-para-mudar-a-tv/

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Comunicação e eleições 2010

Lançamento de rádio e TV web da CUT e campanha por “jornalismo ficha limpa” são destaques em debate

As discussões sobre estratégias de comunicação e os caminhos para furar o bloqueio da imprensa marcaram o segundo dia do encontro da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores, nesta quinta-feira (29), na região central de São Paulo.

Secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, coordenou a mesa e lembrou aos presentes no plenário que os sindicatos não podem mais falar excluvisamente para si próprios. “Nossos inimigos são muito mais ousados e possuem maior capacidade para desinformar ou encaminhar ações que acabam dificultando o processo de comunicação. Precisamos encontrar outras formas de dialogar com a sociedade e, especialmente, com os trabalhadores.”

A seguir, o jornalista e professor da (USP) Universidade de São Paulo, Bernardo Kucinski, traçou um panorama da estrutura de comunicação que o movimento sindical encontra neste período de eleições e quais ações os trabalhadores podem adotar para dialogar com a sociedade sobre suas propostas.

Jornalismo decente – Para ele, diante do bloco bloco homogêneo formado pela grande mídia, que defende conceitos presentes no neoliberalismo como a eliminação de todos os obstáculos para a movimentação financeira, é preciso veicular uma campanha pelo “jornalismo ficha limpa” durante as eleições 2010. “Minha proposta é que alguns jornalistas, conhecidos pela qualidade, respeito aos leitores e pela integridade, subscrevam um manifesto contendo alguns compromissos como o respeito à verdade dos fatos e o tratamento equânime”, disse.

Kucinski defende ainda a criação de uma rede de observatórios da imprensa, que integre aqueles já existentes no Brasil – inclusive aquele mantido pela CUT, e a publicação de uma portaria do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) lembrando aos meios de comunicação de massa que são outorga do Estado e estão obrigados estatutariamente à neutralidade e isenção política.

Ele prevê que os canais comerciais irão buscar mecanismos para aprofundar o apoio ao candidato José Serra como forma de compensar a diferença de tempo favorável à candidata Dilma Rousseff no horário político obrigatório. Assim, defende, “a mídia de maior potencial de ganha é a internet, que independe do capital financeiro e dos grandes meios de comunicação”.

Avaliação dos congressistas – De acordo com o professor, os movimentos sociais devem forçar a entrada dos temas sociais na agenda dos candidatos e da mídia, recorrendo a atos políticos ou ações que forcem os jornais a reportá-los. É preciso também demonstrar o caráter antisocial e antinacional dos governos do PSDB. “Em São Paulo, por exemplo, os desastres causados pelo apressamento de obras da Linha 4 do Metrô, os escândalos do Detran, da polícia militar e do DEM, em Brasília, serão escondidos pela grande mídia”, aposta.

Outras sugestões foram o convite aos candidatos para um debate no ambiente sindical onde ficariam claras as diferentes concepções em relação aos temas que interessam os trabalhadores, e a elaboração, por meio do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), de uma avaliação dos congressistas que agoram concorrem a reeleição ou a outros cargos públicos.

Justiça x Democracia

O advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh acredita que há uma dicotomia no país. “Nunca houve tanta liberdade no Brasil, porém, nunca observamos todos os espaços de discussão nas mãos da mídia conservadora”, criticou.

Ele aproveitou ainda para critica o papel que o legislativo desempenha e tem acirrado no período de campanha. “A legislação vigente está procurando criminalizar os movimentos sociais e o processo eleitoral. Os debates na Justiça Eleitoral não consagram a democracia”, afirmou.

Plano nacional de comunicação da CUT

Como forma de romper o bloqueio da grande mídia, a secretária nacional de comunicação da CUT, Rosane Bertotti, e o secretário de comunicação da CUT/SP, Daniel Reis, apontaram as ações que a CUT desenvolve e os projetos que pretende implementar.

Rosane ressaltou que a estratégia para dialogar com a sociedade deve ser permanente e destacou dois pontos importantes presentes em uma pesquisa encomendada pela central. “Enquanto, por um lado, sempre que se fala em central sindical o primeiro nome que aparece é a CUT, por outro, ainda há grande desconhecimento sobre o papel que desenvolvemos.”

Para superar esse ponto negativo, a dirigente apresentou o Plano Nacional de Comunicação, focado na democratização da informação e na construção do diálogo com os trabalhadores.

O programa baseado em ações estratégicas a partir da Internet e que integrará internet, rádio, TV e redes sociais, porém, depende da colaboração de todos os cutistas. “A comunicação deve estar ligada a uma ação política para se ramificar e multiplicar nos movimentos sociais. Sem um trabalho articulado da rede CUT, com participação das CUTs estaduais e dos ramos, não será possível garantir a visão plural e diversificada que desejamos”, disse, antes de divulgar o vídeo com os projetos do novo site, rádio e TV Web da Central que estarão no ar já em agosto.

Ampliar a rede – Daniel Reis lembrou da iniciativa da Rede Brasil Atual, que inclui a Revista do Brasil, o programa de rádio Jornal Brasil Atual (98,9 FM) e a página www.redebrasilatual.com.br .Também destacou o lançamento da TVT, uma emissora com programação produzida e voltada aos trabalhadores que entra no ar no dia 13 de agosto.

Contudo, da mesma forma que Rosane, Daniel afirmou a necessidade da estrutura cutistas estar integrada ao processo. “Temos a necessidade clara e óbvia de ampliar a rede e isso depende tanto da informação gerada pelos estados, quanto pela divulgação de nosso trabalho”, apontou.

Por Luiz Carvalho.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br.

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