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Por 14:43 Sem categoria

Apesar de interditos, adesão à greve cresce a cada dia

Nesta sexta-feira, 1º de outubro, terceiro dia de greve dos bancários em todo o país, a mobilização no Paraná envolve 18,9 mil trabalhadores, com 510 agências fechadas. Essas agências incluem 275 em Curitiba e 235 nas demais cidades da base dos sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR e respectivas regiões. Dos trabalhadores mobilizados, 15,1 mil estão na capital e na região metropolitana; 3,7 mil nas demais regiões (Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama).

A greve uniu 90,2% da categoria na base do Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateaubriand e região. Nas regiões de Paranavaí, Guarapuava e Curitiba mais de 80% dos trabalhadores dessas bases estão mobilizados. E, em Apucarana e Toledo e respectivas regiões, mais de 70% dos bancários engrossam o movimento por aumento real, menos metas, melhores condições de trabalho e garantia de emprego.

Na avaliação de Elias Jordão, presidente da FETEC-CUT-PR e um dos representantes do Paraná no Comando Nacional dos Bancários, a greve se mantém forte. “Mesmo com o grande número de interditos no Estado, os bancários não deixaram de continuar se mobilizando e o número de trabalhadores em greve aumenta a cada dia”. Já foram negados pela Justiça liminares em Apucarana (para agências do Bradesco de Arapongas), Guarapuava (Bradesco), Toledo (mais uma vez Bradesco, em Marechal Candido Rondon) e Umuarama (agências do Itaú Unibanco). E mesmo com os dois interditos obtidos pelos banqueiros no Paraná (Bradesco – Curitiba e Itaú Unibanco – Paranavaí), os trabalhadores bancários continuam aderindo à greve.

Confira a avaliação nos sindicatos:

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Toledo e região, João Carlos Padilha, os bancários estão mais conscientes. “A nossa assembleia para votar a greve foi um sucesso. Esta greve é uma das melhores dos últimos anos, pois não estão acontecendo os incidentes ocorridos nas greves passadas, como o envolvimento dos gerentes. Eles saíram da assembleia sabendo que não poderiam contar com os bancários para o contingenciamento”, avalia o dirigente.

Em Londrina e região, a mobilização está crescendo nos bairros, conforme explica o presidente do sindicato, Wanderley Crivellari: “Estamos nos organizando para estender a greve para as agências mais distantes do Centro, ampliando ainda mais a mobilização”.

Na base do Sindicato de Cornélio Procópio e região, o presidente da entidade Dirceu Casa Grande Junior, avalia que a mobilização mostra que a categoria abraçou a Campanha Nacional Unificada 2010 e quer resultados positivos. “Ninguém concordou com a proposta de reajuste oferecida pela Fenaban. Quem dá duro para atingir metas e trabalhar para cobrir a falta de pessoal sabe muito bem que os bancos podem e devem oferecer mais, basta ver os lucros milionários do primeiro semestre deste ano”.

A mobilização na regional de Apucarana já obteve uma vitória, já que interditos pretendidos pelos banqueiros foram negados. Para o presidente do Sindicato de Apucarana e região, Damião Rodrigues, o juiz da cidade de Arapongas agiu corretamente ao rejeitar os Interditos Proibitórios. “Esse instrumento tem sido utilizado de forma equivocada pelos bancos nos últimos anos para impedir a ação do movimento sindical na mobilização dos bancários. Nosso objetivo é paralisar as atividades das agências e não tomar posse delas, como costumam alegar os bancos quando solicitam Interditos na Justiça”.

Já em Paranavaí, um interdito foi deferido para o Itaú Unibanco, mas isso não desmobilizou a categoria, na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários de Paranavaí e região, Neil Emídio Junior. “Estamos dialogando com os trabalhadores e essa atitude não vai desmerecer a mobilização da categoria, que está mais forte a cada dia de greve”.

A crescente mobilização da categoria no Paraná também foi avaliada pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias. “Os dados comprovam que os trabalhadores estão unidos na defesa de seus direitos. E que não aceitaremos calados o descaso dos banqueiros”.

O descaso e desrespeito dos banqueiros atingiu o Banco do Brasil de Campo Mourão: “Justamente num banco público, em que os trabalhadores estão mais mobilizados, estamos com dificuldades nesta greve. Os funcionários do BB estão com medo, o gerente está coagindo para que metade da agência continue trabalhando e nós estamos brigando pelo direito de greve”, denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e região Luís Marcelo Legnani.

Paula Padilha
Jornalista
FETEC-CUT-PR

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