fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 14:34 Sem categoria

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, juristas e intelectuais lançam manifesto de apoio a Dilma

Em São Paulo, juristas e intelectuais lançam manifesto de apoio a Dilma

Cerca de mil pessoas acompanharam o lançamento do manifesto de apoio à candidatura de Dilma Rousseff, no TUCA/PUC-SP.

Por volta das 18h15 desta terça-feira as escadarias do TUCA, lendário teatro da PUC-SP, palco da resistência contra o regime militar, estavam movimentadas, mas não repletas. A militância partidária de PT e PMDB estavam presentes, com faixas, bandeiras e materiais de campanha. Havia também representantes dos movimentos sociais, como o MST, que horas mais tarde aumentou com a chegada de outros companheiros na luta pela distribuição da terra. Estudantes e professores também compareceram, além de juristas, jornalistas, economistas, sociólogos…

No auditório, a movimentação era grande. Ao som de sambas de Chico Buarque, os presentes disputavam assentos para assistir ao lançamento do manifesto de intelectuais e juristas de apoio à candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República. No palco, várias cadeiras e uma bancada, que seriam ocupadas por personalidades da coligação “Para o Brasil Seguir Mudando” e por professores e intelectuais.

Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da justiça de Lula, entre 2003 e 2007, foi o primeiro grande nome a chegar ao TUCA. Acompanhado de seu assessor, ele atendeu aos jornalistas rapidamente e ressaltou a importância do ato. “Esse encontro serve como mobilização da militância na reta final da campanha. Aqui é um lugar onde nós temos sempre um grande suporte. Já fizemos celebrações memoráveis para o presidente Lula e agora nós vamos fazer uma para a Dilma”, ressaltou.

Bastos parecia prever um evento que ficará na memória. Após a chegada de todos os representantes, o ato teve início. Chamada ao palanque, a deputada federal Luiza Erundina fez um discurso emocionante, em que ressaltou a importância da eleição de Dilma para a democracia de gêneros na política brasileira. “Eleger Dilma, e homenagear todas as bravas mulheres que lutaram pela igualdade no nosso país. É abrir espaço para as mulheres no poder e olhar pelos excluídos do país. É continuar uma revolução política que começou com um operário que hoje é presidente”, bradou, para ser ovacionada pelos aproximadamente mil espectadores, já no auditório totalmente tomado.

Frei Betto também discursou. O frade falou sobre os rumos preconceituosos da campanha da direita e da convicção na continuação do projeto democrático brasileiro. “Lamento que nessa campanha temas importantes, mas não prioritários tenham se destacado, como o da religião. Bispos panfletários disseram muitas mentiras a respeito da Dilma. Não é a verdade e sim a opinião particular deles. Depois de anos de neoliberalismo, eleger Dilma é fundamental para consolidar a reforma democrática do país”, disse. Frei Betto também falou sobre a questão do aborto, levantado pela candidatura adversária como tema chave nessas eleições. “A Lei do Aborto não impede o aborto. O que impede é política social de saúde pública, onde as mães possam ter condições de gerar e criar seus filhos”, acrescentou.

No encerramento do ato, por volta das 22h, foi entregue a Michel Temer, candidato a vice-presidente da República, o manifesto dos juristas e intelectuais de apoio a candidatura Dilma. Depois disso, o público cantou em coro “Olé, olá, Dilma” e “Dilma, guerreira da pátria brasileira” ao ver o pronunciamento, em vídeo, da candidata, que agradeceu a participação de cada um dos presentes e ressaltou que agora é a hora da arrancada para a vitória.

Por André Rossi
[20 de outubro de 2010 – 02h40]

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://www.revistaforum.com.br/noticias/2010/10/20/em_sao_paulo_juristas_e_intelectuais_lancam_manifesto_de_apoio_a_dilma/

================================

Oscar Niemeyer e Chico Buarque protagonizam ato pró-Dilma no Rio

Artistas e intelectuais promoveram, na noite desta segunda-feira o ato em apoio à presidenciável Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando”. Manifestação similar ocorre nesta terça, no Teatro da Universidade Católica (Tuca), na PUC-SP.

Uma vez que os 926 lugares do teatro carioca, palco de lutas históricas durante a ditadura militar (1964-1985), estavam ocupados, quem não conseguiu um lugar ficou nos corredores e nas escadas. Centenas de militantes sequer conseguiram entrar no auditório e assistiram ao ato, de quase três horas, por um telão instalado do lado de fora do Casagrande.

Dentro, Dilma recebeu manifesto em defesa da dignidade reconquistada no governo Lula, da reconstrução do Estado e da soberania nacional. “É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana”, diz o texto, com mais de 10 mil assinaturas. Entre os signatários estão personalidades como a economista Maria da Conceição Tavares, o filósofo Frei Betto, a psicanalista Maria Rita Kehl e o escritor Eric Nepomuceno.

Chico Buarque, de volta à militância, e Niemeyer, aos 102 anos e de cadeira de rodas, não eram as únicas presenças de destaque. As cantoras Alcione e Margareth Menezes foram as primeiras a chegarem, a exemplo da sambista Lecy Brandão, eleita deputada estadual em 3 de outubro pelo PCdoB-SP. Zeca Pagodinho não foi, mas mandou dizer que está com Dilma. Beth Carvalho, empolgada, fez uma versão de um dos sambas mais famosos de Zeca. No lugar do refrão “Deixa a vida me levar”, improvisou “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”.

Antes da chegada de Dilma, foi transmitida ao vivo a entrevista que a candidata deu ao Jornal Nacional, da TV Globo. O público assistiu, ainda, a vídeos com declarações de voto de Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, e Juca Ferreira, atual ministro. O dramaturgo José Celso Martinez também apareceu no telão do teatro e anunciou Dilma como “a musa desta noite antifundamentalista”.

Segundo Zé Celso, “ela vai realizar o que Oswald de Andrade queria: o matriarcado de Pindorama”. O relato emocionou o cantor e compositor Otto. “Se a gente não se emocionar, não levanta”, disse o músico pernambucano, de olhos marejados. “O mais importante para quem faz arte é que a população tenha mais subsídio.”

“De igual para igual”

“A nossa batalha é a batalha para que a construção da democracia no Brasil se consolide”, resumiu a filósofa Marilena Chauí – que denunciou os panfletos apócrifos que circulam em igrejas paulistas e que mostram Dilma a favor do aborto e do casamento entre homossexuais. Segundo a filósofa, os materiais são “obscenos tanto politicamente como religiosamente por ser contra a liberdade de crença e a laicidade do Estado”.

Chico Buarque dominou a timidez para discursar em defesa de Dilma. “Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma – a essa mulher de fibra, que já passou por tudo e não tem medo de nada. Vai herdar um governo que não corteja os poderosos de sempre. O Brasil é um país que é ouvido em toda parte porque fala de igual para igual com todos. Não fala fino com Washington, nem fala grosso com a Bolívia e o Paraguai. Por isso, é respeitado e querido mundo afora, como nunca antes na história deste país”, afirmou Chico.

O ex-ministro Marcio Thomaz Bastos levou um manifesto dos advogados. Ganhou um beijo de Dilma. Já o escritor Fernando Morais bateu nas privatizações feitas pelo PSDB. “Estou com a Dilma porque sou brasileiro e quero o Brasil nas mãos dos brasileiros. Eu sou contra a privatização canibal que esses tucanos fizeram e sei o mal que o José Serra pode fazer para o Brasil.”

O filósofo Leonardo Boff disse que o PSDB faz políticas ricas para os ricos e políticas pobres para os pobres. “A esperança venceu o medo. Agora, a verdade vai vencer a mentira”, declarou Boff, comparando as eleições presidenciais de 2002 e 2010. “A alternativa a Dilma é obscurantismo, a repressão, o caminho do fascismo”, pontuou o sociólogo Emir Sader, referindo-se à coligação de José Serra.

Também estavam lá o cartunista Ziraldo, os atores Hugo Carvana, Osmar Prado e Paulo Betti, as cantoras Alcione, Elba Ramalho e Lia de Itamaracá, os cantores Wagner Tiso, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Diogo Nogueira, o músico Yamandu Costa, o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto, os diretores de teatro como Aderbal Freire-Filho e Domingos de Oliveira, entre outras personalidades artísticas.

Do meio político, marcaram presença o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o candidato a vice-presidente Michel Temer, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, entre outros. “O Rio é um lugar sem preconceitos, onde as vanguardas são recebidas de braços abertos pelo Cristo Redentor”, afirmou Sérgio Cabral.

Semanas para entender aquele “você”

Num contundente discurso, Dilma reconheceu nos artistas e intelectuais presentes as músicas e os livros que marcaram sua vida. “Somos a soma de gerações que vem sonhando o Brasil, como Oscar Niemeyer, sonhando de décadas mais antigas. Eu comecei a sonhar nos anos 60. Era o sonho que o Brasil tinha de mudar, não podia ser de extrema desigualdade.”

Ela recordou ter escutado Apesar de você, de Chico Buarque, quando estava na prisão. “A gente não entendeu direito quem era ‘você’”, disse Dilma, arrancando risos da plateia e do próprio compositor. “Levamos alguns dias, algumas semanas, para perceber quem era esse ‘você’…”. A música de Chico critica, de forma alegórica, a ditadura militar que estava em vigor no Brasil – e contra a qual Dilma lutou.

A candidata falou do orgulho que sente até das derrotas que sofreu. “Quem perde ganha uma grande capacidade de lutar e resistir. Disso uma geração não pode abrir mão”, afirmou Dilma. “Tenho muito orgulho das minhas derrotas, que fizeram parte da luta correta.”

Dilma evitou ataques diretos a Serra, mas não deixou de alfinetar a gestão Fernando Henrique Cardoso e o PSDB. “Recebemos o país de joelhos diante do Fundo Monetário Internacional”, disparou. “Tínhamos recebido também, misteriosamente, um país onde, depois de vender R$ 100 bilhões do patrimônio, a dívida tinha dobrado – o maior ‘milagre’ da gestão financeira dos tucanos.”

Não ser os EUA da América do Sul

Segundo Dilma, a transformação vivida pelo Brasil nos últimos oito anos quebrou o tabu segundo o qual era impossível crescer e distribuir renda. “Mudamos a trajetória deste país. Não foram mudanças pontuais. Hoje, o Estado dá subsídio direto para a população. Faz isso na casa própria e na luz elétrica”, afirmou ela, lembrando que 28 milhões de pessoas saíram da pobreza no governo Lula.

“O meu compromisso é erradicar a pobreza no Brasil. Ninguém respeita quem deixa uma parte de seu povo na miséria”, agregou. “Não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em trailer e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna.”

A petista se lembrou de Marina Silva ao citar dados a respeito da redução do desmatamento na Amazônia e no cerrado. “Temos que ter orgulho de todas as políticas de meio ambiente implantadas no Brasil, inclusive pela ministra Marina, pelo ministro [Carlos] Minc”. Minc também estava presente no encontro.

Dilma aproveitou o assunto para abordar a questão do pré-sal. “O petróleo que nós extrairmos do pré-sal é para exportar, é para garantir que haja riqueza suficiente no Brasil”, afirmou a candidata. “Manter o modelo anterior (de FHC e Serra) é privatizar o petróleo: botar o pré-sal – que é a maior riqueza de petróleo descoberta nos últimos anos – de ‘mão beijada’ para empresas privadas internacionais. É por isso que a bancada do PSDB votou contra o modelo de partilha”, afirmou.

O público que ficou do lado de fora do teatro permaneceu até o fim do evento para aplaudir a candidata de perto. Mesmo sob chuva, o grupo gritou “Olê, olê, olê, olá / Dilma, Dilma” na saída da presidenciável . Dilma, emocionada, recebeu beijos e abraços no trajeto do palco até o carro, diante da multidão que a acompanhava. A atividade deu um ânimo imensurável à sua candidatura.

A partir do Vermelho: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=139572&id_secao=1

Por Redação
[19 de outubro de 2010 – 15h57]

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://www.revistaforum.com.br/noticias/2010/10/19/oscar_niemeyer_e_chico_buarque_protagonizam_ato_pro-dilma_no_rio/

Close