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Lula defende mercado interno e poder aquisitivo fortalecidos

Não basta um terço da população ter acesso aos bens, é necessário que toda a população brasileira tenha, afirmou Lula durante palestra

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu na quarta-feira (2) a ampliação do mercado interno e o aumento do poder de compra da população. “O mercado interno sustenta o vigor da economia, o que permitiu um resultado recorde do PIB (Produto Interno Bruto) em 2010 com expansão prevista de 7 por cento. Um resultado extraordinário porque foi acompanhado pela redução das desigualdades sociais e regionais, com distribuição de renda”, disse Lula em palestra realizada na capital paulista para cerca de mil empresários, revendedores, clientes e fornecedores da LG.

Lula destacou a importância do crescimento econômico e a necessidade da população ter acesso aos produtos tecnológicos. “Não basta ter um terço da população tendo acesso a essas coisas”, disse, enfatizando que “é preciso que a gente tenha toda a população brasileira”.

Ele lembrou que durante seu governo “foram criados 15 milhões de vagas com carteira assinada” e ressaltou que é preciso trabalhar para que o país “continue sendo governado por gente que pensa em todos, e não apenas em uma parte”. “Em oito anos, demos um salto no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, que foi uma das prioridades do nosso governo, 28 milhões de pessoas saíram da pobreza e outros 36 milhões entraram para a classe média. É mais gente trabalhando e consumindo, fazendo a roda da economia girar cada vez mais rápido”, comentou.

Lula sublinhou que a “diminuição da desigualdade e a distribuição de renda foram importantes para reduzir os impactos [da crise internacional]. (…) Não foi por força de qualquer mágica que superamos a crise”. “Quando veio a crise econômica [dos EUA] de 2008, eu disse que ia ser uma marolinha e fui achincalhado”, afirmou. “Quando chegou a crise, em 2008, já tínhamos lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 e, portanto, já estávamos com um programa de desenvolvimento para o Brasil”, falou o ex-presidente.

Ele acrescentou que decidiu fazer um pronunciamento na ocasião para estimular o consumo. “Fui para a televisão dizer que é verdade que você corre o risco de comprar um produto, perder o emprego e não poder pagar. Mas é verdade também que você corre muito mais risco de perder seu emprego se não comprar, porque se não compram, a fábrica não produz, a loja não vende e não tem quem pague o salário. Posso dizer que foi uma atitude de muita coragem”, declarou. A expansão do crédito, continuou Lula, também foi crucial para fomentar o consumo e fazer o país enfrentar a crise financeira de 2008 gerada a partir dos EUA.

O ex-presidente também enalteceu o programa Luz para Todos. “Nunca se vendeu tantos móveis e eletrodomésticos neste país. As obras do programa Luz para Todos, que beneficiaram 13, 4 milhões de pessoas, permitiram o acesso à eletricidade e ajudaram nas vendas da indústria e do comércio. 79,3% das pessoas beneficiadas compraram televisores, 73 por cento adquiriam geladeiras e 46 por cento, equipamento de som”, frisou.

O ex-presidente ainda destacou a capitalização da Petrobrás feita em sua gestão como um marco no mundo inteiro.

Lula exaltou a política externa independente desenvolvida por seu governo e criticou a submissão que norteava a relação com os EUA na gestão de FHC. De acordo com Lula, a política externa anterior à sua padecia de um “complexo de inferioridade”. “Conseguimos uma imagem forte e respeitável no exterior de um país com uma sólida democracia, que vive em paz com os vizinhos, com uma economia equilibrada, capaz de conciliar desenvolvimento e inclusão social, com instituições sólidas e um povo orgulhoso”. E relembrou um episódio durante um dos encontros com líderes internacionais em que participou: “Tinha um tanto de gente importante: Bush, Tony Blair. Eu estou lá e estava todo mundo sentado. Cheguei e fui sentar. Quando o Bush chegou, todo mundo começou a levantar. Eu segurei na mão do [Celso] Amorim [então ministro das Relações Exteriores] e disse: ‘Nós não vamos levantar’. E ele veio justamente falar com a gente. Sem precisar de nenhuma lambeção de bota porque ninguém gosta de puxa-saco”. “Como diz Chico Buarque, a gente não fala grosso com a Bolívia, mas também não fala fino com os Estados Unidos como os outros faziam. A gente fala manso e respeitosamente com todos”, sublinhou.

Sobre a presidente Dilma Rousseff, ele assinalou que “esse é o país que nós queremos continuar construindo. E tenho certeza, pelo que conheço da companheira Dilma, esse país vai permitir que a classe C logo vá para a classe B”.

Após a palestra, ocorrida à noite no Expo Transamérica, o ex-presidente Lula aproveitou para fazer uma visita ao ex-vice-presidente José Alencar que está internado no hospital Sírio Libanês, há mais de um mês, devido a uma perfuração no intestino, provocada pelo tumor no abdome.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.horadopovo.com.br

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