fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 22:07 Sem categoria

Flagrantes do trabalho no banco Santander

Condições precárias de trabalho motivam agressão à bancária no banco Santander

Na última sexta-feira, 11 de março, cerca de duas horas após receber do Sindicato dos Bancários da Paraíba um cartão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a funcionária Maria Inez de Melo e Silva foi agredida física e moralmente no seu local de trabalho por uma cliente do Banco Santander, que exigia atendimento prioritário por sofrer de claustrofobia.

Por volta das 13h30, Inez estava sozinha tentando atender muitas pessoas no seu setor de atendimento a pessoas físicas, da Agência Gal. Osório, quando foi interpelada por uma cliente bastante agitada, que exigia atendimento prioritário, por sofrer de ‘afobia’, conforme explicações da cliente.

“Eu tentei brincar com ela dizendo: Afobia? Todo mundo aqui tem problemas”, disse Inez à reportagem do Trocando em Miúdos. “Em seguida, quando fui apanhar um documento na impressora e passei pela cliente, esta partiu enfurecida em minha direção e meteu as mãos no meu rosto; quando afastei instintivamente o rosto, fui atingida na região peitoral de onde a enfurecida cliente arrancou o meu colar com um solavanco, machucando parte de minha região toráxica. Mas, vamos deixar esse assunto para depois… por favor!”, relatou e começou a chorar.

Segundo Carlos, marido de Inez e bancário aposentado do Paraiban, que prosseguiu na narrativa, sua esposa se dirigiu ao gerente e solicitou ajuda, recebendo como resposta apenas um seco “Resolva!”.

“Minha mulher apavorada me ligou, chorando e contando o ocorrido. Então eu resolvi buscar ajuda nos locais apropriados, pois se o Banco não quis lhe defender tomei para mim essa incumbência; até porque o Santander é o único culpado de deixar uma ou duas pessoas apenas para atender a 100 ou 200 pessoas de uma só vez. Fui ao Banco, exigi a foto da agressora e fui buscar o apoio do Sindicato da categoria”, explicou.

Inez retomou a história dizendo: “Ela estava muito nervosa, o atendimento estava muito demorado porque o sistema mudou recentemente e é muito lento e o nosso canal de apoio está sempre congestionado; portanto, não tem atendimento prioritário que deveria existir”. Enfim, uma situação péssima para o cliente e péssima para os funcionários. E continuou: “Ela saltou em cima de mim, me ridicularizou, gritou, todo mundo tomou conhecimento. Ainda bem que um vigilante veio me socorrer, senão a agressão teria sido ainda maior”.

Segundo Inez, o mais lamentável foi que o gerente geral estava na mesa dele e lá mesmo ficou. Todo mundo tomou conhecimento: “A área interna, que tem as portas fechadas, e a bateria de caixas que fica do outro lado”.

Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, ficou impressionado com a passividade da administração daquela unidade do Santander, principalmente a postura do gerente adjunto Marcelo que apenas se limitou a dizer: “Olhe, outro dia a gente conversa; eu, você e Reginaldo (gerente geral), pois isso aí já está resolvido. Não se preocupe. A funcionária está bem!”

Não encontrando respaldo na atitude do adjunto, Marcos Henriques foi falar com o gerente administrativo João, que insistiu que o caso fosse debatido depois. “Não! A gente tem de conversar é agora, senão vamos chamar a imprensa aqui para a sociedade tomar conhecimento do que vocês estão fazendo com a funcionária da agência, que deve ser liberada imediatamente, pois necessita se recompor física e psicologicamente, além de ir buscar seus direitos de cidadã”, ameaçou.

Finalmente, o administrativo liberou a bancária sob pressão da ação sindical, senão a mesma continuaria trabalhando sem as mínimas condições.

Um fato interessante que a equipe do Trocando em Miúdos constatou no local da agressão, foi que as pessoas que estavam aguardando o atendimento e assistiram a todo o episódio entendem que mais dia menos dia esse tipo de assédio iria acontecer.

Graça Alcântara, servidora da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba e cliente da agência, vê a hora enfartar quando vem ao Santander, por conta da demora no atendimento.

“Aqui sempre tem tumulto. Faltam funcionários, o atendimento é péssimo e a Lei das Filas não é cumprida. E, já que as pessoas não podem reclamar diretamente do dono do Banco, que mora do outro lado do oceano, nem tem acesso ao gerente, o jeito é se vingar em quem está na ponta do atendimento, que é o bancário”, comentou.

O secretário geral do Seeb – PB, Marcelo Alves afirmou que tudo isso decorre de uma migração intempestiva e mal sucedida do sistema Real para o Santander. “Os funcionários não foram devidamente treinados para absorver as novas rotinas de trabalho, que deveriam ter sido exaustivamente repassadas pelas ‘gerentes-madrinhas’ e o resultado negativo está surgindo agora com a irritação dos clientes, que se acham no direito de agredir os bancários, quando o Banco é o grande responsável, inclusive em capacitar os gestores a quem compete gerenciar os conflitos nas suas unidades”, arrematou.

Para Marcos Henriques está muito clara a falta de condições de trabalho nas unidades do Banco Santander. “A diretoria vai se reunir e discutir um conjunto de ações para melhorar as condições de trabalho, entre elas, a contratação de mais funcionários. Outra medida a ser tomada é denunciar o gerente geral da agência, o Sr. Reginaldo, que tomou conhecimento do fato e não mostrou nenhuma sensibilidade em proteger a bancária agredida, que ficou jogada à sua própria sorte, humilhada perante a clientela”, concluiu.

No finalzinho do expediente desta sexta-feira, o gerente Reginaldo entrou em contato telefônico com o Sindicato dos Bancários da Paraíba e negou que tivesse tomado conhecimento de tal agressão, mesmo estando próximo à funcionária. A reportagem do Trocando em Miúdos, boletim informativo do Seeb-PB, vai continuar de olho nesse caso específico e no Santander como um todo, aqui na jurisdição da Entidade.

Fonte: Otávio Ivson / Seeb- PB.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br

=============================

Banco condenado por terceirizar atividades-fim

Em duas decisões do TST, Santander foi condenado a reconhecer funcionários como bancários; trabalhadores devem procurar seus direitos

São Paulo – Empresas são proibidas de terceirizar atividades fim. Em duas decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) o banco Real, hoje Santander, e a empresa Proservv, atual Fidelity, foram condenados por contratar e oferecer, respectivamente, serviços considerados atividades-fim do banco. Uma das ações é de autoria do Ministério Público do Trabalho (MPT) de São José dos Campos (SP) e outra do MPT do Rio de Janeiro.

Em ambos os acórdãos, o TST manteve as decisões contrárias ao banco da primeira e segunda instâncias, e condenou Real e Proservv a pagarem R$ 50 mil como indenização por danos morais coletivos. O valor das indenizações dos dois acórdãos será revertido para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Segundo o MPT de São José dos Campos, os funcionários da Proservv realizavam atividades de bancários como abertura de malotes, preparação de material para autenticar e compensar cheques. O TST declarou nulo o contrato do Santander com a empresa e reconheceu o vínculo dos trabalhadores com o banco. Também proibiu o Santander de contratar qualquer empresa para realizar essas tarefas e proibiu a Fidelity de oferecer esses serviços aos bancos.

Segundo parecer da Junta da 3ª Vara do município, o banco contratou a terceirizada com o intuito de “fraudar a legislação trabalhista, para baratear o custo da mão de obra, com a visão do capitalismo selvagem de lucros máximos a custos mínimos”. E os juízes ainda questionam: “Até onde essa mentalidade vai nos levar?”.

Rio – A 1ª Turma do TST manteve o parecer da 11ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro e acrescentou à decisão do TRT do Rio os R$ 50 mil em indenização. O MPT reclamou que a instituição financeira deveria contratar diretamente os funcionários para que eles pudessem usufruir de todos os direitos da categoria bancária.

Em seu parecer, a juíza Comba Marques Porto, da 11ª Vara, afirmou que o Real teria a intenção de “desvirtuar a aplicação da lei trabalhista, mecanismo que acaba por servir ao propósito de manter tal contingente de trabalhadores excluídos do alcance das regras específicas e mais benéficas, historicamente conquistadas pela categoria profissional dos bancários nos processos de negociação coletiva”.

“Com a anuência do BC, os bancos encontram brechas para precarizar o trabalho bancário, economizando com mão-de-obra e aumentando assim seus lucros. Esses trabalhadores ganham menos que bancários, não recebem os benefícios conquistados pela categoria e têm carga horária maior. Isso é inadmissível. As decisões do TST reforçam a convicção de que nossa luta contra as terceirizações está correta e deve continuar”, afirma a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Direitos – Os trabalhadores da Proservv (atual Fidelity) devem procurar o MPT ou o sindicato de bancários de sua região para terem reconhecidos seus direitos junto ao banco, todos os benefícios da categoria e a anotação na carteira de trabalho tendo o banco como real empregado.

Por Andréa Ponte Souza – 14/03/2011

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br

Close