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Trabalhadores de Londrina e Região realizam manifestação pela igualdade nos bancos

O Sindicato dos Bancários de Londrina e Região realizou no dia 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, atividade no Calçadão de Londrina, em frente às agências dos bancos Bradesco e do Itaú Unibanco, dentro das atividades do Dia Nacional de Luta Contra a  Discriminação, organizado pela Contraf-CUT. O tema desta mobilização foi: “Vamos abolir a discriminação e promover a inclusão: por mais contratações de negros, negras e pessoas com deficiência nos bancos”.

Para o diretor do Sindicato de Londrina e representante da Fetec-CUT/PR na CGROS (Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Pessoas com Deficiência), da Contraf-CUT, Jair Sanches Sambudio, a escravatura foi uma das maiores injustiças cometidas pela humanidade, que penalizou os negros e negras oriundas da África com a perda da liberdade, tendo um único propósito: serem tratados como mercadorias e usados para a produção  agrícola e colonização. “Esse regime impôs a inferiorização de uma raça e etnia, formada por milhões de seres humanos, que foram expostos a todas as agruras de violência, de fome, doenças e mortes cruéis”, recorda.

Leia o artigo de Jair Sancher Sambudio sobre a discriminação no Brasil.

Gestores: só existe sensibilização se houver inclusão

Passados mais de um século da assinatura da abolição da escravatura pela princesa Izabel, lembrando que o Brasil foi o último país do mundo a fazê-lo, até hoje a discriminação persiste. Apesar de não serem trazidos da África, acorrentados como antes, porque são brasileiros e brasileiras que se  diferenciam devido à cor da pele (parda ou negra),  as portas do mercado de trabalho se fecham, excluindo milhares de talentos profissionais de uma igualdade de oportunidade de trabalho e de carreira, continuando a exercer na sociedade atividades inferiores e mal remuneradas, mesmo sendo a maioria da população brasileira.

Sem afrodescendentes o que seria do Brasil nas suas estruturais sociais, seja na arte, no futebol, na musica, na dança, Carnaval, nas tradições e na beleza da mistura racial que é o povo brasileiro, referência no mundo todo na cultura de paz e alegria.

Neste contexto da diversidade, a Febraban teve que elaborar o Mapa da Diversidade, um senso na categoria bancaria do País, após autuações pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e pressões da Contraf-CUT, através da CGROS. Este levantamento foi feito nos maiores bancos nacionais e internacionais, provando que, na realidade, a prática de discriminação ainda existe contra pardos e negros, principalmente mulheres e pessoas com deficiência.

O resultado do senso é intolerável. Não se justifica mais, o setor financeiro, com lucros astronômicos, continuar essa  prática excludente, em qualquer aspecto que fira a dignidade da pessoa. Não respeitando a Convenção dos Direitos Humanos e acordos trabalhistas para promover a desigualdade desde a seleção de candidatos até a ascensão profissional, favorecendo visivelmente na sociedade, os não pardos, negros e os não deficientes.

Bancos exploram falsa realidade

A Contraf-CUT lançou recentemente o Caderno  “Construindo a Igualdade de Oportunidades”, no qual resume com dados e gráficos importantes o senso da Febraban, revelando as desigualdades em todos os aspectos no local de trabalho. Só lembrando que, no senso respondido por 204.794 bancários e bancários de todo o País, nada constou sobre os direitos LGBT afetivos na categoria bancaria. O que provou a prática de discriminação na elaboração do programa em seu lançamento em 2009.

Diante deste cenário, os bancos tiveram que aceitar na Campanha Salarial de 2009 a inclusão de uma cláusula sobre a isonomia dos direitos para casais homoafetivos. Esta foi primeira Convenção Coletiva de Trabalho no Brasil a garantir este direito.

O Caderno mostra o retrato cruel da discriminação. Por outro lado, os bancos promovem campanhas publicitárias milionárias, nas quais procuram contemplar a diversidade de gênero, raça e pessoas com deficiência no sistema bancário, apresentando uma falsa imagem de responsabilidade social.

Na realidade, ainda existe forte preconceito contra mulheres, negros, homoafetivos e pessoas com deficiência em seus quadros de funcionários. Mesmo assim os bancos ganham prêmios midiáticos nacionais e internacionais  no quesito Direitos Humanos.

Se dermos um giro, em todos os bancos e agências do País, principalmente nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conta-se nos dedos a presença de pardo/as, negro/as e pessoas com deficiência. Serão verificadas ainda as condições ergonômicas precárias devido ao layout dos bancos, que dificultam o trabalho da pessoa com deficiência. Isto faz com que desistem por afetar mais e mais seu estado psicológico e físico, como também a pressão insuportável para atingir as metas absurdas impostas pelos bancos e gestores de alto escalão.

O que me dirão então, sobre a presença de indígenas nos bancos? Nem pensar. Mas para o senso da Febraban “a diversidade é nossa maior riqueza”, sem dúvida, para ganharem prêmios, mas na prática…

Discriminação dupla

Apenas 19% dos postos de trabalho de todo o Sistema Financeiro Nacional são ocupados por negros e negras. Estas pessoas então sofrem a dupla discriminação: por gênero e por raça e raramente são encontradas nas agências, isso é visível. Os bancos empregam menos de 2/3 da quota mínima de pessoas com deficiência estabelecida em Lei.

O Mapa da Diversidade elaborado pela própria Febraban, autuada pelo MPT, comprovou a o preconceito e discriminação, tanto no que diz respeito ao número de vagas, no recrutamento, na contratação(quem índica) e quanto na ascensão profissional, bem como na remuneração.

Mesmo exercendo a mesma função, com graduação semelhante, tempo de trabalho a remuneração/salário contempla em primeiro lugar o  homem branco, em segundo a mulher branca, em terceiro o homem pardo e, em quarto, a mulher parda, já que negras são raridade nas agências. Quando se trata de bancários/as com deficiência as oportunidades de ascensão e promoção profissional são mínimas (mesmo em bancos públicos).

Portanto, a Contraf-CUT está novamente certa em lançar a campanha em todo o Brasil neste dia  13 de maio,  com o tema “VAMOS ABOLIR A DISCRIMINAÇÃO E PROMOVER A INCLUSÃO POR MAIS CONTRATAÇÕES DE NEGROS, NEGRAS, PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS BANCOS e respeitar os direitos LGBT.

Jair Sanches Sambudio
Titular CGROS da Fetec-CUT/PR

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.vidabancaria.com.br

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