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Por 22:13 Sem categoria

Privatização ataca agora aeroportos brasileiros

Em notas, Fentac e Sina afirmam que cobrarão do governo explicações sobre o modelo de “concessão” dos aerportos

Nota da Fentac

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) recebeu com muita preocupação a notícia de que o governo Dilma irá privatizar os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília.

Diante das gravíssimas repercussões que essa proposta impõem, os sindicatos cutistas e a Fentac/CUT esperavam do governo maior debate sobre o assunto. Há meses estamos solicitando uma agenda com a presidência e ministérios relacionados à aviação, para tratar desse e de outros temas relevantes aos trabalhadores, mas até agora não obtivemos uma resposta das autoridades.

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), filiado à Fentac/CUT, está convocando assembleias de trabalhadores nesses aeroportos, nos dias 7 a 9 de junho, e toda a sua direção irá reunir-se a partir do dia 5, em vigília, até o fim das assembleias.

Esperamos, contudo, que antes da divulgação do edital possamos contribuir com o debate, participar diretamente da discussão e defender os direitos dos trabalhadores, sem esquecer nunca da importância desses aeroportos para os passageiros e desse patrimônio para o povo brasileiro.

A Fentac/CUT e os sindicatos cutistas não acreditam que transferir a administração dos aeroportos à iniciativa privada irá resolver os problemas que hoje afetam o setor aéreo brasileiro. A falta de uma política de investimentos e de planejamento que dessem conta do crescimento da economia no último período e do aumento da demanda no setor aéreo é que ocasionaram o cenário que temos hoje.

Sem uma decisão política de investimento à altura da necessidade no sistema aeroportuário, é natural que a própria Infraero tenha dificuldade em realizar as obras necessárias. Dentro da Infraero, no entanto, há excelentes profissionais. Não entendemos porque eles não têm sido aproveitados em busca de soluções para os problemas enfrentados nesses aeroportos. Também não é coerente que, a todo momento, as propostas do governo mudem. Falta planejamento, transparência e diálogo com os trabalhadores.

A Fentac/CUT e seus sindicatos irão defender até o fim os empregos dos trabalhadores da Infraero. E continuaremos insistindo em busca de um diálogo com o Executivo, para contribuir, somar esforços em busca da modernização do setor aéreo, de melhores condições de trabalho, segurança de voo e atendimento aos passageiros.

Defendemos a manutenção da Rede Infraero e do cruzamento dos recursos entre os aeroportos que dão lucro e os deficitários, que precisam de subsídios para continuarem interligando os estados, as regiões menos centrais do país, o interior. Defendemos também uma nova forma de atuação da Anac, que seja mais preocupada com a fiscalização e a regulação do setor, e menos com a formulação de políticas, que é um papel do Conac e não da Agência. Uma Anac com mais técnicos capacitados e experientes em aviação civil e menos indicados políticos. E uma Anac mais democrática e transparente em suas decisões, que não feche os olhos para as irregularidades trabalhistas promovidas pelas empresas. Uma Anac menos neoliberal e privatista, como acreditamos que deveria ser também o nosso governo federal.

Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil – Fentac/CUT

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Nota do Sina

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA-CUT) está extremamente preocupado com o anúncio da Secretaria da Aviação Civil/SAC, veiculado pela grande imprensa, no dia 1º de junho, de que entregará para a iniciativa privada a administração dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), Viracopos (Campinas) e Brasília (DF).

Em nota, o SINA frisa que este modelo de concessão traz um “aspecto extremamente descomprometido e isolado da classe trabalhadora”, em outras palavras, significa privatizar o patrimônio da população brasileira. “Este  modelo está carregado de tecnocracia e mostra-se totalmente descompromissado com o pensamento e o princípio social do Brasil, além do mais não dá garantias ou confiabilidade para o futuro da nossa categoria”,  ressalta o presidente do SINA, Francisco Lemos.

O sindicalista informa que o Sindicato não foi convocado e nem consultado para participar das discussões sobre o tema.

Assembleias e audiência
A Direção do SINA-CUT realizará no próximo domingo, dia 5, uma reunião na Subsede do Aeroporto de Guarulhos, às 20h, na qual será debatido quais ações serão realizadas para impedir que o “retrocesso social do modelo de concessões dos aeroportos” seja implementado no País. “Este formato está muito longe de um modelo de governo que foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como participativo, democrático e popular”, disse Lemos.

O Sindicato convocou assembleias gerais com os trabalhadores dos aeroportos de Cumbica (7/6), Viracopos (8/6) e Brasília (9/6), todas acontecerão às 8h30.

Com a finalidade de cobrar explicações do governo, a Direção do SINA e da CUT Nacional se reunirá, no dia 9,  às 16h30, com o ministro chefe da Secretaria da Aviação Civil/SAC, Wagner Bittencourt, nas dependências da SAC, em Brasília.

Manifesto
O SINA-CUT divulgou para a categoria  o manifesto “Aeroporto Popular, não ao RETROCESSO SOCIAL”. Leia abaixo o texto na íntegra no Portal da CNTT-CUT:

Nos últimos oito anos, com Lula na Presidência da República, cresceu extraordinariamente o número de passageiros dos aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de  Infraestrutura Aeroportuária/Infraero – Brasília, Confins, Congonhas, Galeão, Guarulhos, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Santos Dumont, Viracopos, entre outros -, popularizando o transporte aéreo no nosso País. Milhões de brasileiros e brasileiras trocaram as cansativas viagens de ônibus por aviões que, em poucas horas, levam-nos para o nosso destino. E faz desse meio de transporte um dos principais condutores da integração social do Brasil.

Estudos realizados na aviação regional, em São Paulo, mostram que deslocamentos individuais acima de 300 km têm custos semelhantes ao de transporte rodoviário devido ao altíssimo preço dos pedágios, com a vantagem da rapidez do avião.  A popularização das viagens aéreas provocou uma grande mudança: viajar de avião deixou de ser privilégio de poucos. Nossos aeroportos que eram exclusivos das elites foram ocupados por cidadãos comuns das classes C e D: operários, aposentados, funcionários públicos, professores, etc.

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários/SINA acredita e defende que todos têm direito de viajar de avião. Mas esse não é o pensamento dos empresários que estão interessados na concessão dos nossos aeroportos.

Para ganhar muito dinheiro, esses empresários querem implantar o padrão classe A, aumentar as tarifas de embarque e estadia de aeronaves, além de potencializar o conceito neoliberal do aeroshopping, fazendo os aeroportos voltarem a ser exclusivos das elites, como foi no passado. Na prática, querem cassar nosso direito de viajar de avião. Querem um retrocesso social! Em um país continental como o Brasil, o transporte aéreo deve ser acessível a todas as camadas da sociedade.

Além disso, a parcela preconceituosa da sociedade não suporta ter a companhia de brasileiros e brasileiras que podem voar por que, com a ascensão promovida no Governo Lula, têm poder aquisitivo para adquirir as passagens aéreas.

Há 38 anos a Infraero cuida dos aeroportos brasileiros – da construção à operação – para garantir eficiência e segurança. Sua competência na área de infraestrutura aeroportuária é reconhecida internacionalmente.

O SINA entende que atualmente são necessárias obras de melhorias e ampliação da infraestrutura aeroportuária, como também um comprometimento maior de todas as instituições que operam em nossos terminais para com a eficiência do sistema como um todo, não só por causa da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas principalmente pelo contínuo crescimento do número de passageiros.

Assim, o SINA convoca o movimento sindical, entidades da sociedade civil, partidos políticos, Congresso Nacional e, principalmente, o Governo Federal a se unirem na defesa dos aeroportos populares e no direito de todos poderem continuar viajando de avião.

Não ao retrocesso social!

Direção do SINA-CUT

Escrito por: Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac-CUT) e Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA-CUT)

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cut.org.br

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