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Por 23:39 Sem categoria

Presidente da Câmara e Prefeito de Curitiba não compareceram à sessão de reabertura dos trabalhos do legislativo municipal

Derosso e Ducci fugiram do povo

A primeira sessão solene após o recesso de julho da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) foi marcada por protestos contra o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB). O parlamentar é acusado de favorecer a mulher e familiares em contratos milionários com empresas de prestação de serviços em publicidade.

As acusações despertaram a revolta de entidades de classe – como a CUT, sindicatos filiados e organizações estudantis – e partidos políticos de oposição (PT, PMDB, PCdoB, PSC, PDT e PV), que fundaram o movimento “Corrupção também é violência – Chega Curitiba”. O objetivo é pressionar o Poder Público a apurar rigorosamente as denúncias e exigir transparência nas ações da Câmara.

As ações de mobilização começaram ao meio-dia desta segunda-feira (01). Mesmo com o frio e a insistente chuva, trabalhadores, estudantes e militantes partidários se reuniram em frente ao Anexo I do Palácio Rio Branco, sede da CMC, para protestar contra a corrupção. Simultaneamente a manifestação, Derosso concedia entrevista ao vivo para uma emissora de televisão.

Logo em seguida os manifestantes tentaram acompanhar a sessão, mas foram impedidos de acessar o plenário sob a alegação de que o espaço já estava lotado. Do lado de dentro havia funcionários comissionados da Prefeitura, cuja entrada foi autorizada mediante a utilização de um selo. A restrição revoltou os manifestantes e gerou tumulto na Câmara.

A sessão começou sem a presença do presidente, que momentos antes se encontrava no prédio. Para a reabertura das sessões também era esperada a presença do prefeito Luciano Ducci (PSB), aliado político de Derosso, mas ele também resolveu não aparecer. A solenidade foi presidida em caráter interino pelo vereador Sabino Picolo (DEM).

Algumas lideranças da União dos Estudantes do Brasil (UNE) conseguiram entrar no plenário e estenderam sua bandeira. Porém, os seguranças tentaram arrancar a flâmula das mãos dos militantes e houve empurra-empurra. A sessão foi interrompida e o Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal ficou encarregado de restringir a entrada de mais manifestantes.

No retorno dos trabalhos, o líder da oposição, Algaci Túlio (PMDB), solicitou que os vereadores recebessem das mãos da comissão do movimento um requerimento que pede abertura dos processos internos de investigação contra Derosso. O presidente em exercício disse que os parlamentares receberiam o documento ao final da sessão.

O presidente da CUT Paraná, Roni Barbosa, e representantes de partidos políticos coletaram a assinatura de alguns vereadores ao requerimento. “Consideramos que a ausência de Derosso é algo grave e vamos solicitar seu afastamento provisório da Casa para que ele não interfira nas investigações”, declarou.

Grande parte da base aliada optou por não aderir ao documento, que também foi entregue ao Protocolo Oficial da Câmara.

:: Entenda o caso
O Tribunal de Contas do Paraná divulgou na impressa supostas irregularidades envolvendo contratos feitos pelo Poder Legislativo Municipais em 2006 com duas agências de publicidade da capital. Inicialmente, eles eram de R$ 5,2 milhões, mas tiveram dois aditivos que aumentaram o valor gasto para R$ 30,1 milhões. Há indícios de que os contratos milionários favoreceriam a esposa do presidente da Câmara, jornalista e empresária Cláudia Queiroz Guedes, dona da agência Oficina da Notícia Ltda. Cláudia era funcionária comissionada do Legislativo municipal quando participou e venceu a licitação.

A contratação da agência da esposa de Derosso viola a Lei de Licitações (n.º 8.666/93). “Não poderá participar direta ou indiretamente da licitação servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação”, diz trecho da legislação.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.cutpr.org.br

 

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