Com o auditório Tucarena lotado, no campus Perdizes da PUC-SP, a revista Caros Amigos realizou, dia 30 de agosto, o 1° debate sobre a esquerda no Brasil – com a participação do jornalista e professor José Arbex Jr., o cientista político José Reinaldo de Carvalho (da direção do PC do B), o dirigente do MST João Paulo Rodrigues e o jornalista e cientista político Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo.
O evento foi organizado para marcar o lançamento da edição especial “Dilemas e Desafios da Esquerda Brasileira”, que reúne artigos de dirigentes de dez partidos e organizações de esquerda, entrevistas com analistas políticos e reportagens sobre a conjuntura, as influência teóricas e as experiências concretas das lutas das esquerdas, no Brasil e no Mundo.
Durante o debate no Tucarena, o jornalista e professor José Arbex Jr. foi bastante contundente em afirmar que “não é de esquerda quem se propõe a gerenciar os interesses do capital”, e que compete a todo defensor da esquerda “exigir o impossível”, mesmo num quadro de dificuldades e de correlação de forças desfavorável à defesa do socialismo.
Para o cientista político José Reinaldo Carvalho, a esquerda precisa enfrentar a “ofensiva brutal do imperialismo”, aprofundar as lutas sociais, lutar para a mudança na correlação de forças no continente latinoamericano e, no cotidiano, abrir caminho com as forças de esquerda que apóiam o governo Dilma – sem perder a perspectiva de construção do socialismo.
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, após esclarecer que o seu partido, o PT, adotou há vários anos a defesa do socialismo democrático, considerou que ser de esquerda hoje é não aceitar a ditadura, é se opor ao capitalismo, defender a liberdade e a igualdade e, especialmente, entender que “socialismo sem direitos humanos não é socialismo”.
Em sua fala, João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, tratou de questões táticas e estratégicas, sobre o descenso das lutas de massas, a fragmentação da classe trabalhadora e do projeto hegemônico, que divide a atuação das esquerdas, provoca o adesismo pelo oportunismo e o oposicionismo pela esquerda. Para ele, as esquerdas precisam definir os temas e as agendas que ajudem na acumulação de forças e permitam avançar para o socialismo.
As intervenções refletiram visões divergentes sobre os caminhos de luta contra o imperialismo e o capitalismo, a existência mesmo de dificuldades para a construção de unidade entre partidos, organizações e movimentos sociais. Mas todos reconheceram a oportunidade do debate organizado pela revista Caros Amigos, no momento em que a crise do capitalismo tendea afetar negativamente as condições de vida dos trabalhadores e do povo.
Outros debates serão realizados.
Da Redação
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NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/noticias/1918-esquerda-em-debate-estrategias-diferentes-no-rumo-do-socialismo