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Defender é diferente de proteger, afirma Dilma na Cúpula das Américas

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff voltou hoje (14) a criticar a política monetária dos países da zona do euro no enfrentamento da crise econômica. Em discurso na abertura da 6ª Cúpula das Américas, na cidade colombiana de Cartagena, ela disse que o “tsunami monetário” provocado por essa política coloca em risco as indústrias da América Latina.

Embora reconhecendo o papel das ações expansionistas monetárias da região do euro para evitar os efeitos que uma grave crise de liquidez poderia ter no mundo, ela ressaltou que a política monetária, sozinha, contém “um fator de protecionismo que se caracteriza pelo fato de as moedas locais, quando não têm para onde ir, vão para aqueles mercados que são vistos como mais estáveis e que podem fazer uma arbitragem”. Dilma falou para uma plateia de chefes de Estado de 33 países, incluindo o dos Estados Unidos, Barack Obama.

A presidenta disse que as economias latinas estão mais fortes hoje do que em outros momentos, mas não são imunes aos efeitos da crise econômica mundial no emprego e no crescimento. Para Dilma, os países latinos devem se “defender” da expansão monetária que torna as moedas locais mais fortes, prejudicando a indústria.

“É claro que nós temos que tomar medidas para nos defender. Defender é diferente de proteger. Significa que não podemos deixar que nosso setor manufatureiro seja canibalizado”, afirmou Dilma. A solução é que os países superavitários assumam uma posição “virtuosa” de expansão do investimento para permitir a redução do desemprego e que a política monetária seja usada para sair da crise.

Dilma Rousseff falou ainda sobre a necessidade de articulação dos países latino-americanos para a integração logística, energética e da cadeia produtiva. Na opinião da presidenta, é preciso também que os países se unam para aumentar as fontes de investimento, evitando inflação e bolhas especulativas.

A 6ª Cúpula das Américas termina amanhã (15). Até lá os chefes de Estado deverão tratar de temas como desastres naturais, redução da pobreza, acesso e uso de tecnologias, segurança e integração.

Edição: Nádia Franco

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Governo reforça cobrança da redução do spread e juros bancários

Nesta sexta (13), a presidenta Dilma disse que o país precisa colocar juros e spreads no patamar internacional. Na quinta (11), o ministro Guido Mantega já havia chamado os bancos à responsabilidade. As centrais sindicais prometem continuar pautando o tema nas manifestações de rua. E a Coordenação dos Movimentos sociais aprovou o 5 de junho como o dia nacional de luta contra os abusos do sistema financeiro.

Najla Passos

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff reforçou, nesta sexta (13), a necessidade dos bancos reduzirem os altos spreads bancários praticados no Brasil. Spread é a diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam aos aplicadores para captar um recurso e a que cobram para emprestar o mesmo dinheiro.

“É muito importante a gente perceber o que está em questão, hoje, no Brasil. Nós temos de desmontar alguns entraves ao nosso crescimento sustentável e continuado. Esses entraves podem ser assim resumidos, muito simplificadamente, na necessidade de nós colocarmos os nossos juros e spreads incluídos nos padrões internacionais de custo de capital”, afirmou a presidenta, durante a apresentação do Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Nacional, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília (DF).

Na quinta (12), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia subido o tom ao se pronunciar sobre o tema. Em declaração à imprensa, ele disse que os bancos estão captando a 9,75% e emprestando a 30%, 40%, 50%, 80% ao ano, dependendo das linhas de crédito. “Essa situação não se justifica. Este spread é o maio do mundo”, comparou. “No ano passado, os bancos brasileiros ficaram entre os mais lucrativos do mundo”, acrescentou.

Segundo o ministro, a economia está bastante sólida, com inflação baixa, em torno de 4,5%, e a situação fiscal está ótima. “Nós estamos melhorando o superávit, diminuindo a dívida pública brasileira. Os consumidores estão com vontade de consumir, estão com mais salário. Porém, está havendo uma retenção de crédito por parte dos bancos. Os bancos privados não estão liberando crédito e estão cobrando spreads muito elevados”.

Mantega reconheceu que, no passado recente, o país até apresentava algum grau de insegurança jurídica, que poderia justificar as altas taxas. Mas garantiu que este cenário já mudou. “Hoje nós avançamos muito, temos uma nova lei de liquidações judiciais, a nova Lei de Falência, que garante a devolução dos recursos, a alienação fiduciária, que garante a retomada de bens quando você faz o empréstimo. Até o cadastro positivo foi aprovado. E os bancos diziam que quando a gente aprovasse o cadastro positivo eles iriam liberar crédito com taxas mais baixas”, argumentou.

O ministro teceu duras críticas não só ao sistema bancário, mas também à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) que, na terça (10), apresentou novas reivindicações ao governo. “O presidente Murilo Portugal esteve aqui outro dia e, em vez de apresentar soluções, anunciando aumento de crédito, veio aqui para fazer cobrança de novas medidas do governo. Se os bancos são tão lucrativos, eles têm margem sim para reduzir as taxas e aumentar a oferta de crédito”, disse o ministro.

Pauta sindical e social
A redução do spread bancário tem sido constante na pauta do movimento sindical e, no último mês, levou trabalhadores às ruas de várias capitais. Em reunião com a presidenta Dilma, no dia 15/3, representantes das centrais propuseram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal liderassem a redução das taxas ao consumidor final.

A medida foi adotada pelo governo. No início do mês, os dois bancos públicos anunciaram a redução das taxas. E a medida já começou a surtir efeito, também, sobre os bancos privados. Nesta quinta, o primeiro banco privado seguiu o exemplo: o HSBC.

Os trabalhadores, entretanto, pretendem continuar a cobrar reduções mais enérgicas. Na terça (10), representantes de cerca de 50 entidades, reunidos na Plenária Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais, definiram 5/6 como para a realização de um dia nacional de luta contra os abusos do sistema financeiro.

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