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Bancos públicos mantêm maior participação no crédito e saldo de operações tem elevação

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O saldo das operações de crédito chegou a R$ 2,360 trilhões, em dezembro, com crescimento de 2,4% no mês e 16,2% no ano. Na comparação com 2011, o saldo é 19% maior e, com 2010, o crescimento chega a 20,6%, informou hoje (20) o Banco Central (BC).

Esse saldo corresponde a 53,5% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), ante 49% e 45,2% em 2011 e 2010, respectivamente.

A participação dos bancos públicos, impulsionado pelo desempenho do crédito direcionado, manteve-se em elevação, atingindo 47,6% do total das operações do sistema financeiro em dezembro 2012, ante 43,5% em dezembro de 2011. Por outro lado, as instituições privadas nacionais e estrangeiras tiveram suas participações reduzidas em 3,1 ponto percentual e 1 ponto percentual , situando-se, no ano passado, em 36,1% e 16,2%, respectivamente.

Edição: Lílian Beraldo

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Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-01-25/bancos-publicos-mantem-maior-participacao-no-credito-e-saldo-de-operacoes-tem-elevacao

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NOTA PARA A IMPRENSA – 25.1.2013

Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I – Evolução dos agregados monetários

A base monetária apresentou saldo médio diário de R$230,9 bilhões em dezembro, com elevações de 11,8% no mês e de 12,1% no ano. A evolução mensal refletiu a sazonalidade na demanda por moeda, ao registrar crescimentos de 11,5% no papel-moeda emitido e 12,8% nas reservas bancárias.

Entre os fatores condicionantes da emissão monetária no mês, destacaram-se as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, com expansão de R$64,6 bilhões, em contraponto às operações do Tesouro Nacional, que provocaram contração de R$39,4 bilhões. No mercado secundário registraram-se compras líquidas de R$84,1 bilhões e, no extramercado, de R$3,9 bilhões. No mercado primário ocorreram colocações líquidas de R$23,4 bilhões.

Os meios de pagamento restritos (M1), considerada a média dos saldos diários, alcançaram R$313,1 bilhões em dezembro, após aumentos de 12,6% no mês e 11,6% no ano. Nos mesmos períodos, o papel-moeda em poder do público assinalou crescimentos de 11,2% e 12,9%, e os depósitos à vista, de 13,8% e 10,5%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos de poupança e títulos privados, cresceram 2,1% em dezembro, totalizando R$1,8 trilhão. Esse resultado refletiu, sobretudo, o avanço de 12,8% no saldo dos meios de pagamentos restritos (M1) e de 1,3% no saldo dos depósitos de poupança, que atingiu R$492,2 bilhões, após captações líquidas de R$9,2 bilhões. O saldo dos títulos privados recuou 0,8%, atingindo R$943,4 bilhões, após resgates líquidos de R$17,9 bilhões.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, expandiu-se 0,3% no mês, somando R$3,5 trilhões, reflexo, sobretudo, do crescimento registrado no M2. O saldo das quotas de fundos de renda fixa, que totalizou R$1,6 trilhão, registrou recuo de 0,9%, refletindo resgates líquidos de R$13 bilhões, enquanto o saldo das operações compromissadas recuou 7,6%. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, apresentou elevação de 0,7% no mês e 15,5% no ano, atingindo R$4,1 trilhões.

II – Operações de crédito do sistema financeiro

O estoque total de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, alcançou R$2.360 bilhões em dezembro e acumulou crescimento de 16,2% no ano, comparativamente a 19% em 2011 e 20,6% em 2010. Com isso, a relação crédito/PIB atingiu 53,5%, ante 49% e 45,2%, nos respectivos finais de ano.

O menor ritmo de expansão do crédito em 2012, a despeito da trajetória declinante das taxas de juros e spreads bancários e da estabilização dos índices de inadimplência, mostrou-se consistente com o arrefecimento do nível de atividade econômica e seus impactos sobre as expectativas de empresários e consumidores. Nesse contexto, a evolução do saldo de crédito foi sustentada, principalmente, pelo desempenho das operações com recursos direcionados, com ênfase para a continuidade da expansão do crédito habitacional e para as contratações do BNDES. No crédito com recursos livres, destacaram-se, no segmento de pessoas jurídicas, as modalidades de conta garantida e adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC), enquanto nas carteiras de pessoas físicas, sobressaíram as operações de crédito pessoal.

A elevação mensal de 2,4% nos empréstimos bancários, em dezembro, refletiu circunstâncias sazonais. No segmento de pessoas físicas, o arrefecimento das contratações esteve associado à quitação de dívidas de curto prazo, favorecida pela ampliação de liquidez proporcionada pelos recebimentos de décimo terceiro salário. No tocante a pessoas jurídicas, a intensificação da demanda mostrou-se condizente com o ciclo de negócios característico de fim de ano, sendo evidenciada pelo incremento nas operações de capital de giro e desconto de duplicatas.

A representatividade dos bancos públicos, impulsionada pelo desempenho do crédito direcionado, manteve-se em elevação, atingindo 47,6% do total das operações do sistema financeiro, ante 43,5% em dezembro de 2011. Em contrapartida, as instituições privadas nacionais e estrangeiras tiveram suas participações relativas correspondentes reduzidas em 3,1 p.p. e 1 p.p., situando-se em 36,1% e 16,3%, respectivamente.

Os créditos com recursos livres corresponderam a 63% da carteira total do sistema financeiro, comparativamente a 64,3% em 2011, atingindo R$1.486 bilhões em dezembro, após avanços de 2,1% no mês e 13,9% no ano. Os financiamentos para pessoas jurídicas registraram saldo de R$762 bilhões, a partir de acréscimos de 3,3% no mês e 16,5% em doze meses, resultantes das variações respectivas de 4% e 16% nas carteiras com recursos domésticos e da redução de 3,2% e aumento de 18,2% nas operações financiadas com recursos externos, nessa ordem. Os empréstimos a pessoas físicas somaram R$724 bilhões, assinalando expansões de 0,9% e 11,2% nos períodos mencionados.

Os financiamentos com recursos direcionados mantiveram a trajetória expansionista observada ao longo do ano, alcançando R$874 bilhões em dezembro, a partir dos incrementos de 2,9% no mês e 20,5% em doze meses. Para o resultado mensal contribuíram as expansões respectivas de 5,4%, 2,8% e 2,4% nas carteiras de crédito rural, habitacional e nos financiamentos do BNDES. No acumulado em doze meses, foram verificadas elevações de 23,6%, 37,6% e 12,4%, nessa ordem.

Os desembolsos realizados pelo BNDES alcançaram R$156 bilhões em 2012, superando em 12% o montante liberado no ano anterior. Esse desempenho refletiu o aumento de 9% nos financiamentos à indústria, volume de R$48 bilhões, com destaque para os ramos de papel e celulose, química e petroquímica e mecânica, bem como o crescimento de 51% no segmento de comércio e serviços, que atingiu saldo de R$44 bilhões. Os recursos alocados à infraestrutura somaram R$53 bilhões, recuando 6% no ano, sobressaindo a redução verificada no setor de transporte rodoviário. As consultas formuladas ao BNDES cresceram 60% em 2012 e totalizaram R$312 bilhões, sinalizando perspectiva positiva para os investimentos do setor produtivo em 2013.

II.1 – Distribuição setorial do crédito

O crédito ao setor privado, impulsionado pelos aspectos sazonais do período, alcançou R$2.241 bilhões no final de 2012, com expansões de 2,1% no mês e 15% no ano e correspondeu a 95% do saldo total de crédito do sistema financeiro. Em termos setoriais, os empréstimos ao segmento outros serviços aumentaram 3,7% no mês, somando R$405 bilhões, com destaque para as contratações dos ramos de energia, telecomunicações e atividades relacionadas a transportes. As operações destinadas ao comércio, evidenciando a demanda de crédito por lojas de departamento, totalizaram R$227 bilhões, registrando elevação mensal de 2,4%. Os financiamentos para a indústria alcançaram R$462 bilhões, após acréscimo de 1,2% no mês, com relevância para operações contratadas pelos segmentos de extração mineral, agroindústria e automotivo.

Os financiamentos habitacionais, referentes a aquisição e construção de moradias, totalizaram R$277 bilhões ao final de 2012, com crescimentos de 2,8% no mês e 38,2% no ano. Como resultado, o crédito habitacional passou a representar 6,3% do PIB, ante 4,8% em dezembro de 2011. O crédito ao setor rural, impulsionado por financiamentos de custeio e investimento agrícolas, elevou-se 4,5% no mês e 21,4% em doze meses, alcançando R$171 bilhões.

Os empréstimos bancários para o setor público atingiram saldo de R$119 bilhões em dezembro, denotando expansões de 8,6% no mês e 45,5% no ano. O desempenho mensal foi determinado pelo acréscimo de 20,7% nos saldos dos governos estaduais e municipais, que alcançaram R$56 bilhões, refletindo a liberação de recursos para programas especiais de suporte a estados, com ênfase para os investimentos em infraestrutura urbana e aquisição de máquinas e equipamentos. O saldo relativo à esfera federal diminuiu 0,1% no mês, situando-se em R$56 bilhões.


II.2 – Operações com recursos livres – Crédito referencial para taxas de juros

Em dezembro, a disponibilidade adicional de recursos provenientes do recebimento do décimo terceiro salário traduziu-se em menor demanda de crédito por parte das famílias. Em consequência, os saldos de cheque especial, cartão de crédito e crédito pessoal registraram recuos mensais de 8,2%, 1,2% e 0,1%, respectivamente, ao passo que os financiamentos para aquisição de veículos elevaram-se 0,6%. Em doze meses, as carteiras dessas modalidades mostraram variações de -0,2%, 4,1%, 14,9% e 8,2%, nessa ordem.

Dentre as modalidades destinadas a pessoas jurídicas, sobressaíram as operações de capital de giro, cujo saldo apresentou expansões de 2,9% no mês e 18,7% em doze meses, totalizando R$372 bilhões em dezembro. O desconto de duplicatas, impulsionado pela sazonalidade da demanda, cresceu 9,5% no mês e 14,1% no ano, atingindo R$23 bilhões. As operações de ACC somaram R$45 bilhões, registrando retração de 4,1% no mês e incremento de 18% em relação a dezembro de 2011.

As taxas de juros do crédito referencial permaneceram em declínio, em linha com a manutenção da política monetária e favorecido pela acomodação dos índices de inadimplência. Dessa forma, novamente foram registrados os menores patamares das séries históricas, situando-se a taxa média geral em 28,1% a.a. em dezembro, após retrações de 0,8 p.p. no mês e 9 p.p. no ano. O spread bancário apresentou comportamento similar, ao recuar 0,5 p.p. e 5,8 p.p. nas mesmas bases comparativas, posicionando-se em 21,1 p.p.

A taxa média referente às operações com pessoas físicas recuou 0,2 p.p. no mês e 9,2 p.p. em doze meses, alcançando 34,6%, a partir das retrações mensais de 3,4 p.p. na taxa média do cheque especial e de 0,5 p.p. nos financiamentos de veículos. A taxa relativa às operações com pessoas jurídicas, após reduções mensais de 6 p.p. em conta garantida, 1,2 p.p. em desconto de duplicatas e 1,2 p.p. em capital de giro, situou-se em 20,6%, assinalando decréscimos de 1,1 p.p. no mês e 7,6 p.p. no ano.

A inadimplência do crédito referencial, que corresponde à participação relativa das operações com atraso superior a noventa dias, situou-se em 5,8% no final de 2012, após recuo mensal de 0,1 p.p. e elevação de 0,3 p.p. no ano. As taxas de inadimplência referentes a pessoas físicas e pessoas jurídicas registraram, no mês, incremento de 0,1 p.p. e diminuição de 0,1 p.p., nessa ordem, situando-se em 7,9% e 4%. Ao longo de 2012, esses indicadores apresentaram elevações respectivas de 0,5 p.p. e 0,1 p.p.

Estatísticas complementares às divulgadas nesta nota podem ser obtidas na página do Banco Central, na internet:
* Economia e Finanças – Séries Temporais http://www.bcb.gov.br/?SERIESTEMP);
* Sistema Financeiro Nacional – Informações sobre operações bancárias – Taxas de operações de crédito – Dados Consolidados (mensal)
(http://www.bcb.gov.br/?TXCREDMES).

Notícia colhida no sítio http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

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