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Um ano de gestão da CUT-PR: um balanço para avançar nas lutas sociais e sindicais

Há um ano, o palco do Teatro da Reitoria da centenária Universidade Federal do Paraná recebia mais de 280 delegados para a realização do 12º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores, a nossa CUT-PR, para a construção de um plano de lutas e atividades para os três anos de gestão. Chegamos ao final do primeiro ano de gestão.

De lá até aqui, durante esse um ano, foram muitas lutas, mobilizações, paralisações, greves, reuniões, assembleias, negociações coletivas, encontros, congressos, seminários, palestras, audiências públicas, conferências nacionais, estaduais e municipais, acompanhamento de eleições de sindicatos pelo Paraná e pelo Brasil! Também atuamos de forma decisiva em conselhos no quais a Central tem acento, como os Conselhos Estadual e Municipal do Trabalho, da Saúde, os Conselhos da UFPR e os Conselhos do Sistema S, dentre outros.

Muitas lutas, muitas batalhas, ganhamos muitas, tivemos reveses em outras, mas não nos furtamos a nenhum combate politico ou sindical nesse ano que passou. Muitos foram os chamados e todos, dentro do possível, foram atendidos. Nossas parcerias com o movimento social se estabeleceu em diversas áreas, nossas lutas sindicais não pouparam esforços.

Dentre os principais embates que tivemos, estão: A luta pela instalação da Comissão Nacional da Verdade, juntamente com participação do Fórum Paranaense da Verdade, Memória e Justiça, em que conseguimos também indicar um membro na Comissão Estadual da Verdade, representando o Fórum e a CUT-PR; O plebiscito do Imposto Sindical, uma forma de discutir com os trabalhadores o que historicamente a CUT defende que é a liberdade de autonomia sindical, inclusive, com o financiamento dos sindicatos pelos próprios trabalhadores; A Central participou do Seminário Nacional Liberdade Sindical e os Novos Rumos do Sindicalismo no Brasil; Posicionamo-nos pelo Veta Dilma, sobre a questão do Código Florestal; Participamos de diversas audiências públicas, sempre levando e destacando o posicionamento da Central; Participamos, no Rio de Janeiro, da II Assembleia Sindical Mundial; Participamos, com uma delegação representativa, do Congresso Nacional da CUT, inclusive com a eleição de diversos companheiros para a Direção Nacional; da Conferência Nacional dos Bancários, que aconteceu em Curitiba; Participamos do III CEPIAL – Congresso de Educação para Integração da América Latina; Tivemos presença marcante nas Marchas da Diversidade e das Vadias; Participamos com uma delegação representativa do Fórum Social Mundial Palestina Livre; Também a Central teve participação destacada na greve dos bancários e na greve dos vigilantes; Nossos Sindicatos no serviço público tiveram papel de destaque no FES – Fórum de Entidades Sindicais, cito a APP-Sindicato, o SINDSEAB, o SIPOL, o SINTEMMAR, dentre outras.

Outras importantes atividades desse um ano de gestão foram a construção e apresentação da Plataforma da Classe Trabalhadoras da CUT-PR para candidatos a prefeito e vereadores em todas as regiões do Paraná, chamando esses candidatáveis a sua responsabilidade com a classe trabalhadora (a plataforma era composta pela reinvindicações dos trabalhadores com relação à melhoria de condições de vida e de trabalho nas cidades, com ênfase a discussão do trabalho decente, principalmente para os servidores municipais, que são a vitrine de qualquer administração municipal); A realização das atividades no 1° de Maio, juntamente com os movimentos sociais em Curitiba, e grandes atividades em Ponta Grossa e Francisco Beltrão, e nas regionais da CUT, com a participação de milhares de pessoas, com um caráter politizador e de despertar da consciência dos trabalhadores para sua força política e social quando estão organizados em seus sindicatos e como podem avançar nas conquistas e nos direitos para os trabalhadores!

Temos muitas lutas pela frente. E, em 2014, além de diversos processos eleitorais de sindicatos importantes, teremos o processo eleitoral nacional. Uma nova oportunidade para disputarmos a continuidade do projeto de desenvolvimento social que ajudamos a colocar no governo, mas buscando avançar ainda mais nas conquistas para o povo e para os trabalhadores! Para isso, precisamos compreender desde já a importância da organização da luta política, da conscientização de que precisamos organizar a nossa pauta e colocar o governo contra parede, pois se não fizermos esse movimento de ofensiva para trazer o governo para nosso lado, os oportunistas históricos desse país o farão (pois já gravitam em torno do governo, que troca o apoio político, por cargos e proventos, fazem de tudo para estar sempre orbitando ao centro do poder, vendem a alma, os princípios e o pior de tudo entregam). Precisamos, com a força das mobilizações sociais, trazer o governo para o lado daqueles que os elegeram, o povo brasileiro, os trabalhadores brasileiros.

A nossa Central se encontra em um momento muito oportuno para reafirmar os seus princípios de autonomia e independência política em relação ao Governo Federal. Pois existe uma distância muito grande entre apoiar ações sociais que contribuíram para um desenvolvimento sem precedentes na história do país e ficar calado quando setores reacionários tentam barrar os avanços ou atacam os direito histórico dos trabalhadores brasileiros! Temos uma pauta política com diversos pontos colocados para avançar nas lutas e na organização social dos trabalhadores brasileiros.

No 70° aniversário da Consolidação das Leis do Trabalho, temos na CLT um instrumento de garantia de direitos sociais dos milhões de trabalhadores brasileiros. Temos como missão da Central e dos sindicatos a ela filiados não permitir que os trabalhadores percam seus direitos conquistados com luta e organização. Não permitiremos ataques e tentativas de achaque aos nossos direitos sob o discurso disfarçado de desonerar a produção, mas que na verdade querem é fragilizar a classe trabalhadora, que sob a égide desses 10 anos de governo democrático e popular, em que mais de 18 milhões de empregos com carteira assinada foram gerados, em que a pressão da classe operária fez com que houvesse valorização do salário mínimo, conquistou diversos avanços e consolidou outros, como no caso da categoria bancária, que tem uma convenção coletiva que completou 20 anos de existência com muitas vitórias, é um exemplo e deve ser perseguida por outras categorias.

Na ordem do dia da nossa Central está a luta pelo trabalho decente, contra a precarização do emprego, ou seja, o combate ao Projeto de Lei 4.330, substitutivo do Deputado Artur Maia, que se for aprovado da forma que esta vai quebrar a estrutura dorsal de muitas categorias de trabalhadores dos setores de serviços públicos, de serviços e da indústria. Esse projeto atende somente a ganância dos empresários e dos banqueiros, pois precariza todo o tipo de trabalho, desresponsabilizando bancos, empresários e gestores públicos dos compromissos com os trabalhadores (pois, ao terceirizar, permite que empresas que assumam o ônus da folha, sendo responsáveis somente pela realização de algum serviço, pagando para esse terceiro o trabalho, que, por sua vez, será pago a quem desenvolveu o trabalho ou serviço muito menos do que o primeiro recebeu e, na grande maioria das vezes, sem os direitos constitucionais a que esse trabalhador tem direito, como férias, décimo terceiro, descanso semanais, enfim seus direitos constitucionais).

Esse ano que passou, tivemos muito trabalho para fazer a disputa de hegemonia e levar aos trabalhadores a nossa proposta de um projeto estratégico de desenvolvimento da sociedade paranaense e brasileira. Essas disputas não são fáceis, porque os empresários têm ao seu lado as estrutura de poder e mídi, tornando desigual esse processo. Nesse sentido, não podemos deixar de colocar que, entre as importantes lutas que teremos que travar nos próximos 2 anos de gestão da nossa Central no Paraná, está a luta por uma Lei de Meios, que diversos países da América Latina já tiveram a coragem de fazer, colocando a mídia a serviço dos povos e não como coadjuvantes de uma elite política agro-industrial, que foi desalojada dos governos, mas ainda insiste em governar através da manipulação de opiniões, do controle de tudo que se vê, se escreve e se pública nesse país. E fundamental quebrar essa oligarquia que coloca toda a mídia (canais de TV, rádios, jornais e outros instrumentos de comunicação) nas mãos de poucas famílias no Brasil. É preciso quebrar esse oligopólio da comunicação para que possamos colocar a informação a serviço do desenvolvimento social de todos os brasileiros.

Portanto, vamos à luta! Temos pela frente mais 2 anos de gestão da nossa CUT-PR, que precisam ser focados no fortalecimento de nossos sindicatos, na possiblidade de aproximar mais sindicatos da nossa Central, com filiações de novas entidades, para que possamos instrumentalizar e preparar os trabalhadores de todos os ramos de produção para as luta políticas vindouras.

Também é fundamental na construção da luta política sindical cotidiana identificar nossos inimigos e, se necessário, fazermos alianças táticas para avançar nas conquistas para os trabalhadores, a exemplo das lutas que travamos no Paraná pela valorização do salário mínimo regional, luta de todas as centrais e com as campanhas em defesa dos nossos direitos, que muitas vezes exige que tenhamos claro qual é o que lado estamos e quem são nossos adversários. E o mais fundamental é entender que adversários são importantes em determinadas lutas que travamos conjuntamente, quando estamos nos opondo às tentativas dos inimigos dos trabalhadores de nos tirar direitos, precarizar o trabalho e subjugar os trabalhadores a condições inaceitáveis de trabalho.

Finalizo esse balanço com a certeza que teremos muitas e importantes lutas pela frente, e as enfrentaremos sempre nos preparando para os debates colocados, sempre nos perfilando ao lado dos trabalhadores e das causas sociais, buscando mais e maiores conquistas para a classe trabalhadora do Paraná. Viva a Central Única dos Trabalhadores do Paraná e seus sindicatos! Viva os trabalhadores paranaenses!

Por: Marcio Kieller, vice-presidente da CUT-PR

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