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Após violência policial, milhares de pessoas saem às ruas em 11 capitais

Crédito: Agência Carta Maior

Agência Carta MaiorProtestos contra reajuste das tarifas de transporte coletivo

Manifestações populares tomaram as ruas de ao menos 11 capitais brasileiras, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Maceió e Vitória, além de Brasília, no início da noite desta segunda-feira (17). Na capital paulista, calcula-se entre 30 e 65 mil pessoas, a depender da fonte, o número de manifestantes nas ruas. Em Brasília, parte externa do edifício do Congresso foi tomada.

À luta pelo passe livre e por melhorias no transporte público, somou-se à pauta dos organizadores o protesto contra a violência policial. Nas manifestações da semana passada, a polícia, com seus batalhões de choque, promoveu cenas de violência e repressão que relembraram momentos da ditadura militar. Até a imprensa foi alvo, com diversos jornalistas feridos.

No final de semana, nos jogos que marcaram o início da Copa das Confederações da Fifa, mais cenas de violência policial foram vistas em Brasília e Rio de Janeiro. Para reprimir ativistas que criticavam os gastos com a construção dos estádios, mais uma vez as forças de seguranças usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio.

Sob críticas e após chamar os manifestantes de “baderneiros”, o governador de São Paulo recuou. O uso de balas de borracha, que comprometeram a visão de um dos olhos de um fotógrafo na semana passada, foi proibido nos atos desta segunda.

Entretanto, a pauta central das mobilizações, ou seja, queda das tarifas de transporte, continua sem resposta por parte dos governantes, seja Alckmin, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ou seus colegas do Rio de Janeiro e outras cidades.

Fonte: Agência Carta Maior

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São Paulo reúne multidão contra tarifa de transporte e violência policial

Crédito: Miguel Schincariol/AFP
Miguel Schincariol/AFPMais de 65 mil pessoas tomam Largo da Batata, bairro de Pinheiros, São Paulo

Rede Brasil Atual

Milhares de pessoas estão reunidas nesta segunda-feira (17) nas zonas oeste e sul de São Paulo para protestar contra o aumento das tarifas do transporte público e a violência policial. Após o ato tenso e com centenas de feridos e detidos da quinta-feira passada, a manifestação transcorre sem problemas e, segundo o DataFolha, 65 mil cidadãos participam.

Leia nota das centrais sindicais sobre a mobilização.

Devido à grande adesão, o Movimento Passe Livre (MPL), principal organizador, decidiu dividir os manifestantes em dois grupos. Um deles segue pela Marginal do Rio Pinheiros e outro continua pela Avenida Faria Lima. É possível que a marcha volte a se reunir sobre a Ponte Estaiada, na zona sul. A obra se transformou em um símbolo de gasto desnecessário, na visão de movimentos que debatem a mobilidade urbana, e de valorização do carro, já que não se permite o tráfego de ônibus sobre a megaestrutura que cobre a Marginal.

Os presentes ao ato têm rechaçado o uso de bandeiras de partidos ou contra políticos, pedindo aos que portam este tipo de mensagem que não a exponham ao público. Isso levou representantes de algumas siglas a tentar criar uma manifestação paralela, e os organizadores têm tentado evitar a divisão.

“Que coincidência. Não tem polícia, não teve violência”, gritam os manifestantes. Depois da repressão da semana passada, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar decidiram negociar hoje de manhã com representantes do MPL. Ficou acertado que não haveria repressão pelo fechamento de ruas nem o uso de balas de borracha.

O protesto ocorre na véspera de uma reunião pública do Conselho da Cidade, convocada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para discutir a reação popular ao aumento. Representantes do Movimento Passe Livre estão convidados para apresentar suas críticas e propostas. E já confirmaram presença, alertando que o encontro de Perto de 260 mil pessoas confirmaram presença no ato pelas redes sociais, como o Facebook.

As passagens de ônibus, trem e metrô subiram de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2, graças a um acordo entre os governos estadual e municipal. O reajuste, de 6,67%, ficou abaixo da inflação, como Haddad havia prometido em sua campanha eleitoral. Entre janeiro de 2011, quando do último aumento, e junho de 2013, a inflação acumulada no período foi de 15,5%. O esforço foi viabilizado porque o governo federal, preocupado com o impacto do aumento sobre os índices de inflação, pelos quais vem sendo duramente criticado por economistas, escolheu zerar a alíquota de PIS e Cofins que é paga pelas empresas de ônibus, metrô e transporte de passageiros por barcos.

Ainda assim, quatro dias depois, dia 6, uma quinta-feira, ocorria a primeira manifestação pública contra o reajuste. A segunda foi marcada para o dia seguinte, sexta-feira (7). Novas marchas aglutinaram milhares de paulistanos na terça-feira (11) e na quinta-feira (13). Conforme a mobilização cresceu em força e número de manifestantes, incrementou-se a repressão policial. O número de PMs enviados para dispersar o protesto mais que dobrou entre terça e quinta-feira: foi de 400 para 900 homens – nos quais estava incluído um destacamento da cavalaria.

O endurecimento havia sido anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no dia anterior. Como resultado, 232 pessoas foram detidas, segundo a Secretaria de Segurança Pública, e, de acordo com o MPL, mais de 150 acabaram feridas com maior ou menor gravidade. Demonstrando descaso com o bem-estar da população, a Tropa de Choque utilizou bombas de gás lacrimogêneo vencidas há mais de dois anos – o que poder trazer riscos à saúde, segundo o próprio fabricante.

Até os trabalhadores da imprensa sofreram o peso dos cassetetes. Uma repórter da RBA foi agredida no rosto e na nuca pelos porretes da PM enquanto cobria a repressão na Avenida Paulista. Uma jornalista da Folha de S. Paulo e um fotógrafo da Agência Futura Press foram atingidos no olho por tiros de bala de borracha. Assim como dezenas de manifestantes, um repórter da revista Carta Capital foi levado à delegacia para averiguações antes mesmo da marcha apenas por trazer uma garrafinha de vinagre na bolsa – líquido que, além de temperar saladas, serve para amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo.

A operação policial da última quinta-feira (13) – desatada logo no início do protesto e sem que houvesse qualquer arroubo de vandalismo por parte dos manifestantes – sensibilizou a sociedade paulistana. Alguns meios de comunicação que até então criticavam as mobilizações e pediam mais rigor policial contra os arruaceiros passaram a dar mais destaque à atuação descabida da PM.

Alguns políticos também amainaram seus discursos. Um deles foi o prefeito de São Paulo. No início dos protestos, Haddad tentou repetidas vezes deslegitimar a mobilização, que classificava como minoritária e violenta. Agora, o prefeito passou a criticar a ação policial e abriu canais de diálogo com representantes do Movimento Passe Livre.

Fonte: Rede Brasil Atual

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