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Por 12:17 Sem categoria

Comer bem pode ser barato, diz nutricionista

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Alimentar-se bem custa caro? Segundo a professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília Kênia Mara Baiocchi, pequenas mudanças nos hábitos diários podem garantir melhor qualidade de vida e comida saudável pode não representar reais a menos no bolso. Para ela, as escolhas na hora de fazer compras no supermercado ou de montar um prato em um restaurante self-service podem fazer grandes diferenças para a saúde.

“A gente precisa quebrar alguns paradigmas. Alimentação saudável  pode ser cara e pode não ser, depende das escolhas. É claro que um kiwi, um pêssego, uma ameixa, uma cereja, uma lichia são alimentos saudáveis e muito caros. Mas a banana, a laranja, o abacaxi, a melancia não são caros”, explica. “Só não pode comprar e deixar apodrecer em casa, tem que consumir. Tem que ter o hábito e a educação de procurar esses alimentos”.

Kênia diz que a vida moderna trouxe o estresse, a falta de tempo e o sedentarismo, mas é possível ser saudável nesse ambiente que ela chama de obesogênico. Uma pesquisa divulgada na última semana pelo Ministério da Saúde mostra que 51% da população acima de 18 anos estão acima do peso ideal. O levantamento mostra que 22,7% da população consomem a quantidade recomendada de frutas e verduras – cinco ou mais porções por dia em pelo menos cinco dias na semana.

“A alimentação fora de casa é uma realidade, cada vez mais a gente tem que recorrer ao almoço fora de casa. Muita gente recorre ao self-service. Aí está o trabalho de educação ou reeducação, quando é o caso”, diz Kênia. Nesses restaurantes está disponível uma alimentação saudável, avalia, “mas as pessoas colocam tudo no prato, sem buscar nenhuma harmonia. É peixe com feijoada e sushi no mesmo prato”.

Segundo ela, nenhum desses alimentos está proibido, mas é preciso balancear. “Eu posso ter o dia da feijoada, mas nesse dia eu não como peixe, como apenas a feijoada e é um dia na semana”.

Uma alimentação saudável, para o Ministério da Saúde, é, em termos gerais, saborosa, variada, colorida, acessível do ponto de vista físico e financeiro, equilibrada em quantidade e qualidade e segura sanitariamente. Mas essa alimentação ainda tem que ser adotada por parte dos brasileiros.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, o consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população, o de gorduras saturadas, em 82%. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros. Quanto ao sal, o consumo diário no país é 12 gramas, enquanto o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é 5 gramas.

Além do excesso de peso, outros problemas são associados aos maus hábitos alimentares, como pressão alta, colesterol alto e diabetes.
Foram esses problemas que fizeram a dona de casa Maria Selva mudar os hábitos alimentares. Ela tem pressão alta e diabetes. “Como arroz, feijão, carne. Verdura e salada, só de vez em quando porque não gosto. Mas como bastante fruta”. A dona de casa Vilani Oliveira também mudou os hábitos depois dos 50 anos, por recomendação médica, pois tinha o colesterol alto. Hoje, com 65 anos, faz caminhada e academia quase todos os dias. Junto com o exercício, veio a mudança na alimentação. “Comecei a me exercitar e passei a comer alimentos com pouca gordura, pouca carne vermelha”.

Edição: Graça Adjuto

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Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-01/comer-bem-pode-ser-barato-diz-nutricionista

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Crianças aprendem na escola a ter uma vida saudável

Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília – No Centro de Ensino Fundamental 2, na Cidade Estrutural (DF), frutas e verduras não são opcionais, todos os dias as crianças fazem refeições balanceadas e, nas salas de aula, aprendem a importância de uma vida saudável. A escola não é a única. A preocupação com os bons hábitos de alimentação e a prática de atividades físicas chega cada vez mais às escolas públicas e particulares em todo o país. A fase escolar é importante, segundo o Ministério da Saúde, pois os hábitos adquiridos na infância e na adolescência são levados para a vida adulta.

No Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo ministério, 51% da população acima de 18 anos estão acima do peso ideal. O problema que atinge os adultos começa na infância. Entre as crianças, o sobrepeso atinge 34,8% da faixa entre 5 e 9 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Uma coisa é certa, quanto mais precocemente a gente chegar ao ator, melhor. Trabalhar com as crianças é o ponto chave. Na infância, a gente trabalha a educação e não a reeducação, como na fase adulta”, diz a professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília Kênia Mara Baiocchi. Ela diz ainda que o que aprende na escola, a criança leva para a família, contribuindo para a mudança de hábitos dos pais.

Na escola da Cidade Estrutural, 1,7 mil estudantes foram pesados e examinados. A vice-diretora, Neide Saad, surpreendeu-se com os resultados. “Esperávamos mais desnutrição que sobrepeso, já que a escola está em uma região vulnerável, mas tivemos uma quantidade grande de sobrepeso”, informa. Para ela, a culpa está nas guloseimas: “Os alunos comem muita besteira. Eles já chegam à escola com um saco de balinha ou de salgadinho”.

Constatado o problema, a escola esforçou-se para resolvê-lo. No Distrito Federal, um grupo de nutricionistas cuida da alimentação das escolas públicas desde 2010. “As crianças que precisam ganhar peso estão ganhando, percebemos no dia a dia. As crianças com obesidade, nós convidamos para a educação integral, para que tenham uma alimentação mais saudável o dia todo, acompanhada de atividades físicas”, explica Neide.

Nem sempre a mudança de hábito é fácil. Vitor Linhares, do 5º ano esforça-se. “Gosto do prato principal com salada. Não gosto das verduras e legumes. Mas, aqui na escola, como mesmo assim porque quando elas vão colocar a verdura no prato fico sem graça de falar que não quero”, conta.

Nas escolas particulares, um acordo entre o Ministério da Saúde e a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) prevê uma série de ações de conscientização para melhorar a alimentação dos estudantes. Como nas privadas, as opções são as cantinas ou a merenda trazida de casa. Entre as ações do acordo está a distribuição de cartilhas aos cantineiros.

Os maus hábitos alimentares dos estudantes podem ser constatados na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense/2009). O levantamento mostrou que um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental da rede privada consome frutas e hortaliças em cinco dias ou mais na semana. Os refrigerantes e frituras fazem parte da rotina alimentar de 40% dos alunos.

Segundo a presidenta da Fenep, Amábile Pacios, já é possível perceber os efeitos da iniciativa, pelo menos 80% das escolas oferecem opção saudável de lanche. “A intenção não é proibir o uso do alimento, mas educar para que a criança, a partir do que aprende na escola faça a opção correta onde quer que esteja”, explica.

A preocupação com a alimentação e a prática de exercício físico deve ser levada para dentro de casa, segundo o presidente da Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino (Aspa-DF), o advogado Luis Claudio Megiorin. Pai de Luca, de 8 anos, e de Nicole, de 12, o  advogado diz que alimentação saudável e exercício físico são prioritários em casa.

Normalmente, seguimos essa orientação em casa. É importante os pais estarem com os filhos em pelo menos uma das refeições”. Ele se preocupa também com outros hábitos das crianças. Ficar no computador ou no videogame o dia todo é proibido na casa de Megiorin.

Para aqueles que não contam com orientação em casa, a professora Kênia destaca o papel da escola. “Eu me preocupo quando não tem educação física na escola, brincadeira, atividade lúdica. Se em casa os meninos têm essa coisa da TV, de videogame, do sofá, que pelo menos na escola tenham um ambiente mais saudável”. Segundo ela, trata-se de buscar o equilíbrio. “Não tem problema ele ficar no computador, desde que haja um limite. Tem criança que fica oito horas, dez horas na frente de uma tela, isso provoca prejuízos”.

Edição: Graça Adjuto

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Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-01/criancas-aprendem-na-escola-ter-uma-vida-saudavel

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