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Bancos brasileiros têm de elevar capital em US$ 347 bi até 2017, diz IIF

Assis Moreira

Valor Econômico – Genebra

O sistema bancário brasileiro necessitará aumentar em US$ 347 bilhões seu capital em um período de cinco anos para sustentar o crescimento da economia, segundo projeção do Instituto Internacional de Finanças (IIF), em estudo ao qual o jornal Valor Econômico teve acesso.

Isso significa que o setor bancário brasileiro precisará aumentar seu capital em 80% até o fim de 2017, comparado com a alta de 51% no período 2008-2012, conforme a entidade que representa as maiores instituições financeiras do mundo. No total, o grupo de dez grandes emergentes do mundo precisará aumentar seu capital em cerca de US$ 1,7 trilhão em cinco anos, depois da alta de US$ 700 bilhões ocorrida entre 2008-2012, projeta o IIF sobre o que chama de desafio num novo ambiente financeiro global.

A entidade dos bancos nota que, na medida em que os emergentes se preparam para nova fase de reformas e crescimento revigorado, os bancos serão chamados a fornecer mais crédito e outros produtos e serviços financeiros em volumes ainda maiores, justamente quando a liquidez global parece estar recuando e regras mais rígidas de capital, do Acordo de Basileia 3, são implementadas. Ou seja, tudo isso ocorrerá quando as condições globais serão menos favoráveis para os fluxos de capital privado em relação ao período pré-crise, diz o IIF.

“Embora a necessidade de levantar mais capital pareça administrável nos próximos cinco anos, os bancos dos emergentes precisarão ficar atentos para manter a qualidade de seus balanços.”

A entidade fez suas projeções baseando-se no que chama de “presunção conservadora” de 12% de Tier 1 (capital principal, com efetiva capacidade de absorver perdas) e crescimento anual de ativos ponderados pelo risco (RWA, na sigla em inglês) no período 2012-2017 idêntico ao que ocorreu entre 2008-2012.

Nesse cenário, o sistema bancário da Índia precisa dobrar seu capital nos próximos cinco anos, depois de uma alta de 72% nos quatro anos anteriores. Os números, respectivamente, são de 91% e 58% para a Rússia; 58% e 76% para a Indonésia; 55% e 41% para a China; e de 63%, sem alteração, para a Turquia.

Em contrapartida, por causa do alto índice de adequação de capital e crescimento do crédito deprimido, o requerimento de capital cairá no México, na Polônia e na Arábia Saudita. Em dólares, a maior necessidade está na China, que sozinha precisará de US$ 900 bilhões a mais de capital, sem incluir os recursos do “shadow banking” (sistema bancário paralelo), seguida por Brasil, Índia e Rússia, todos com sistemas bancários relativamente grandes.

O IIF constata que os bancos dos emergentes atravessaram a crise global com boa saúde financeira, como fica claro com o alto índice de capital próprio, ampla liquidez e apenas ligeira alta de calotes e pequena queda na lucratividade. Uma regulação macroprudencial mais forte também diminuiu o ritmo de crescimento do crédito em algumas economias.

O IIF calcula que a expansão do crédito ao setor privado desacelerou para a faixa de 15% a 20% neste ano contra 30% antes, em países como Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia e Turquia. Já no México, Polônia, Arábia Saudita e África do Sul o crescimento dos financiamentos varia de 4% a 15%.

Para o IIF, após a rápida expansão do crédito nos últimos anos, a moderação é positiva, “embora bancos em alguns emergentes enfrentem o desafio de curto prazo de alguma derrapagem na qualidade de seus portfólios”. Ao mesmo tempo, o IIF avalia que os bancos melhoraram a eficiência operacional.

Fonte: Valor Econômico

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