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Bancários de Brasília cobram novos avanços na política de gênero

Crédito: Seeb Brasília

Seeb BrasíliaContraf-CUT participou da homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Para homenagear o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Bancários de Brasília realizou, na quarta-feira (12), debate em sua sede para celebrar as conquistas e cobrar avanços na política de gênero. Com o tema ‘Bancárias na Luta por uma Sociedade com Igualdade, Liberdade e Autonomia’, o evento, composto de palestras e teatro, reuniu trabalhadoras e trabalhadores que discutiram igualdade de oportunidades nos bancos e em outros segmentos.

Mestre de cerimônia do evento, a diretora do Sindicato, Helenilda Cândido, que é empregada da Caixa Econômica Federal, destacou a importância da mulher, ao enumerar a polivalência do sexo feminino nos dias atuais. “Para dar conta de todas as tarefas do dia a dia, é preciso ser guerreira”, frisou a dirigente sindical.

Em seguida, foram convidados a integrar a mesa de abertura o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que é bancário do Banco do Brasil, a diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasília) Louraci Morais e a presidenta da Associação dos Economiários Aposentados do Distrito Federal (AEA-DF), Marlene Dias, também diretora da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN/CUT).

Compromisso

“É uma grande satisfação trazer para todos vocês informações sobre a mulher no mercado de trabalho bancário, apesar de todas as dificuldades enfrentadas”, afirmou Eduardo Araújo. “Em nome do Sindicato, reforço que estamos comprometidos com as propostas e sugestões originárias deste debate”, completou, ao cobrar tratamento igualitário por parte dos bancos para homens e mulheres.

Araújo ainda informou que as mulheres representam 40% dos integrantes da diretoria do Sindicato.

Secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Louraci Morais, que é bancária do Itaú, salientou que o momento não é apenas para comemorar. “É preciso intensificar nossa luta pela igualdade de direitos. Queremos as mesmas oportunidades dos homens”.

Presidentas

Ao declarar seu orgulho de ser mulher, a aposentada da Caixa Marlene Dias destacou o papel protagonista das trabalhadoras da melhor idade. “Por isso, saúdo a companheira Michelle Bachelet, que retornou à presidência do Chile”.

Brasil, Nicarágua, Panamá, Chile, Argentina e Costa Rica são os únicos países da América Latina que tiveram mulheres presidentes escolhidas nas urnas, embora outras latino-americanas tenham exercido o cargo em seus países por sucessão constitucional, por incumbência do Parlamento ou regimes de fato em transição.

De 11 de março a maio deste ano, a América Latina terá, pela primeira vez, quatro mulheres governando ao mesmo tempo. Além da chilena, há Cristina Kirchner, na Argentina; Dilma Rousseff, no Brasil; e Laura Chinchilla, na Costa Rica.

Existe discriminação de mulheres na categoria bancária?

Ao fazer uma minuciosa análise de dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Deise Recoaro, respondeu com todas as letras que existe sim discriminação de mulheres na categoria bancária.

De uma forma geral – e citando dados de uma pesquisa local -, Deise afirmou que as próprias bancárias afirmam que não existe discriminação na categoria, tese prontamente descartada quando analisados dados das trabalhadoras do ramo financeiro: remuneração, cargos comissionados e oportunidades de uma forma geral.

Clique aqui para acessar a íntegra da apresentação da dirigente sindical.

“O grande desafio é encontrar caminhos para romper com a exploração e a discriminação de gênero, uma vez que as mulheres, metade da população, têm desvantagens históricas. Na categoria bancária, essa discriminação se expressa dentro dos bancos com o tratamento desigual entre homens e mulheres”, disse Deise Recoaro.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelas mulheres nos bancos, Deise lembrou que as bancárias conquistaram na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2012/2013 a cláusula 47, que trata da igualdade de oportunidades para homens e mulheres.

“É a primeira categoria do país e da América Latina a conquistar uma cláusula em acordo coletivo sobre a temática”, destacou, ao lembrar que é preciso avançar também na questão racial e do público LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Política Nacional

Ex-presidenta do Sindicato e da CUT Brasília, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) apresentou a palestra intitulada ‘Política de Inclusão da Mulher na Política Nacional’. A parlamentar, que também é empregada da Caixa, afirmou que as mulheres têm suas capacidades subutilizadas.

Erika citou a chamada ‘sociedade de perseguição’. “A mulher não pode errar nunca: a casa tem que está sempre limpa e o filho não pode adoecer”, afirmou, citando que a mulher sai de casa para trabalhar cheia de culpa.

Ela disse também que a atual composição da Câmara dos Deputados não reflete o papel protagonista da mulher nos dias de hoje. “Dos 513 parlamentares eleitos, apenas 45 (8,7%) são mulheres”, citou, ao apontar que o Brasil tem menos mulheres em sua Câmara de Deputados do que o Afeganistão, nação onde as mulheres usam burca. “No Brasil, as mulheres usam burcas invisíveis”, criticou.

Em sua intervenção, Erika ainda lembrou que em 1940 o time de futebol Araguari, composto por mulheres, foi proibido de jogar, uma vez que as mulheres não tinham autorização para a prática de desportos. “À época, jogar não era coisa de mulher”.

Por fim, a deputada observou que as mulheres precisam ter acesso ao microfone e a caneta sem abrir mão do batom. Ela encerrou sua participação no debate citando a escritora e filósofa Simone de Beauvoir: “o que as mulheres querem é o poder. O poder de serem elas mesmas”.

Presidente da Federação Nacional do Pessoal da Caixa (Fenae), Pedro Eugenio também esteve presente no debate em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Como surgiu o Dia Internacional da Mulher

O 8 de Março ficou marcado pela morte de mais de 130 trabalhadoras carbonizadas em uma fábrica em Nova Iorque. Essas mulheres sofreram tamanha violência depois que fizeram uma greve pela igualdade de salários entre homens e mulheres no ano de 1857.

Ao final do debate, as participantes que compareceram ao Teatro dos Bancários assistiram a peça ‘Adivinha o Que Elas Querem’, com as atrizes Fabianna Kami e Alana de Azevedo.

Fonte: Seeb Brasília

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