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Em campanha, bancários colocam em pauta a discussão da segurança e assédio moral

Em entrevista, presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, reforça a importância do debate de temas eleitorais como a flexibilização da CLT e critica o que chamou de “assanhamento” dos bancos na ofensiva contra os direitos trabalhistas

Por Bruno Pavan,
De São Paulo (SP)

Em reunião ocorrida na última sexta-feira (19), o Comando Nacional dos Bancários considerou insuficiente a proposta apresentada da Fenaban de aumento salarial da categoria. Com isso, a entidade apresentou um calendário de mobilizações para pressionar as instituições. Além disso, apontaram indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 30 de setembro. Assembleias deliberativas foram marcadas para a próxima quinta (25) e sexta-feira (26).

A proposta dos bancos consiste em aumento de 7% nos salários (0,61% acima da inflação do período) e 7,5% de aumento no piso da categoria. O sindicato pede 12,5% de aumento em ambos os casos.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, afirma que um dos principais pontos a serem debatidos é a alta rotatividade de empregados nos bancos. Em agosto, a Pesquisa de Emprego Bancário promovida pela entidade, em parceria com o DIEESE, apontou que, na contramão da economia brasileira que gerou 623.224 novos postos de trabalho em 2014, os bancos cortaram 3.600 empregos.

Além disso, Cordeiro destaca que não é só a melhoria de salário que motiva a campanha deste ano, mas as preocupações com a rotina do trabalhador como segurança e problemas de saúde. Ele reforça a preocupação da categoria com os problemas psíquicos que os bancários sofrem a cada ano por conta da pressão cada vez maior a que são submetidos nos bancos.
“A categoria vem adoecendo muito e boa parte dos afastamentos hoje são por problemas psíquicos que vem das metas abusivas que as instituições bancárias colocam para vender produtos. Os bancários hoje estão ameaçados de perder os seus empregos por conta disso. Os bancos não apresentam nenhuma saída quanto a isso. Dizem que o problema de gestão é deles, mas essa gestão está matando muitos. O trabalho tem que ser um ambiente saudável, você não pode adoecer por conta dele e nem levar esses problemas para a casa. Sem uma resposta a isso, nós não encerraremos a campanha”, apontou.

Ele também aponta os problemas de segurança como prioritários nas reivindicações deste ano. Só no ano passado, 60 pessoas morreram em decorrência da falta de segurança, afirmou. Para a Contraf-CUT, portas giratórias em todas as agências e biombos separando a fila dos caixas diminuiriam o número de assaltos e mortos.

Terceirização e BC
Pontos levantados no debate eleitoral têm colocado assuntos polêmicos na mesa dos brasileiros. Autonomia do Banco Central e maior flexibilização da CLT ligam o sinal de alerta em diversos setores da economia e da luta sindical no Brasil.

Cordeiro chama a atenção para o debate e denuncia o que ele chama de “assanhamento” dos bancos na ofensiva contra os direitos trabalhistas e na tentativa de ter mais poder nas políticas econômicas do país.

“É muito importante trazer para dentro desse debate o assanhamento dos bancos em temas como o da terceirização e independência do Banco Central. Na realidade o que eles querem é o BC dependente deles e do mercado financeiro e flexibilizar as leis trabalhistas. Nós achamos necessário dialogar isso com a população”, finalizou.

Fonte: Jornal Brasil de Fato

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