fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 15:32 Sem categoria

Banco Central: Sindicato defende fortalecimento dos bancos públicos

Fotos: Joka Madruga/SEEB Curitiba

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou na manhã desta quinta-feira, 02 de outubro, um ato público em frente à sede do Banco Central na capital paranaense (Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro Cívico). O protesto, que acontece ao longo do dia em várias capitais do país – Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Belém –, é contra as propostas de independência do BC e para defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos.

Bancos de um lado, bancários de outro
“Os bancos e o mercado financeiro já escolheram seus candidatos na eleição presidencial e para defendê-los estão fazendo terrorismo econômico sem precedentes contra a sociedade brasileira. Isso é inaceitável. O Brasil não pode ficar refém dos rentistas e dos especuladores, que manipulam o mercado e as consciências apenas em busca do lucro fácil, sem se importar com a população e com o futuro do país”, denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

“Nós, trabalhadores, também temos lado. E é oposto ao dos bancos. Nós queremos o desenvolvimento econômico e social do Brasil, com geração de emprego e distribuição de renda. O mercado financeiro age para concentrar a riqueza, num país que, apesar dos avanços da última década, continua sendo um dos 12 mais desiguais do planeta”, acrescenta Cordeiro.

“Por isso somos contrários à independência do Banco Central, que já desfruta hoje de autonomia excessiva e de aproximação promíscua com os bancos. A independência formal do BC significa entregar a condução da política macroeconômica do país a esse mercado financeiro especulador e irresponsável, roubando essa atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população. Seria transformar o BC no sindicato nacional dos bancos. O que o Brasil precisa, ao contrário, é de um BC independente dos bancos e da democratização do Copom, com a participação da sociedade”, argumenta o presidente da Contraf-CUT.

Defesa dos bancos públicos
O Comando Nacional dos Bancários também defende a ampliação do papel das instituições financeiras públicas, ao contrário do que pregam os bancos privados e alguns candidatos à Presidência da República. Enfraquecê-las, significaria abrir mão de um poderoso instrumento de fomento de políticas públicas.

Na crise de 2008, enquanto os bancos privados fecharam as torneiras e encareceram o crédito, BB, Caixa, BNDES, BNB e Banco da Amazônia ampliaram a participação na oferta de crédito, saltando de 36% para 51% entre janeiro daquele ano e dezembro de 2013, o que manteve o mercado de consumo aquecido e gerando empregos – reduzindo os efeitos negativos da crise.

“Agora, os bancos privados, paladinos do livre mercado, querem usar o Estado para reduzir o papel dos bancos públicos. Essa redução, combinada com o fim do crédito direcionado, significaria a extinção dos financiamentos a juros mais baixos da agricultura familiar, dos programas de moradia como Minha Casa Minha Vida, do microcrédito e das obras necessárias de infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, geração e transmissão de energia”, alerta Carlos Cordeiro.

“Por isso tudo os trabalhadores do sistema financeiro vão às ruas nesta quinta-feira. Queremos dialogar com a população sobre os riscos que o país corre se essa agenda dos bancos for implementada e mostrar que, ao contrário, o Brasil precisa de mais desenvolvimento, mais e melhores empregos e distribuição de renda”, conclui.
SEEB Curitiba, com Contraf-CUT

Close