Aos 74 anos, morre o escritor uruguaio Eduardo Galeano
Autor de obras referências, como “As Veias Abertas da América Latina”, ele estava internado desde a última sexta-feira devido a complicações em um câncer no pulmão
Na manhã desta segunda-feira (13), morreu o jornalista, escritor e historiador Eduardo Galeano em Montevidéu, no Uruguai. Ele estava internado em um hospital da cidade desde sexta-feira (10), devido a complicações de um câncer de pulmão, que já havia sido tratado em 2007.
Galeano é autor de mais de 40 livros, traduzidos em diversos idiomas. Sua obra-prima, As Veias Abertas da América Latina (1971), é uma das principais referências da esquerda latino-americana. Praticamente um tratado sobre a história da América Latina sob o ponto de vista da exploração econômica e da dominação política, foi considerada revolucionária e banida no Chile, Uruguai, Argentina e Brasil durante suas ditaduras militares.
Nasceu em Montevidéu em 3 de setembro de 1940, em uma família católica classe-média. Na infância, tinha o sonho de ser jogador de futebol, esporte pelo qual foi apaixonado por toda a vida. A falta de talento para a atividade fez com que seguisse outros caminhos, e em 1960 iniciou sua carreira jornalística, como editor do Marcha, influente jornal semanal.
Em 1973, na época em que o Uruguai era comandado pelos militares, Galeano foi preso e obrigado a se exilar na Argentina. O fato se repete quando o poder do país é tomado pelo general Jorge Videla, indo o uruguaio viver na Espanha. Apenas em 1985 ele retorna a Montevidéu, onde viveu pelo resto da vida.
O escritor recebeu todo tipo de reconhecimento, desde ser declarado Cidadão Ilustre pelo Comitê de Representantes Permanentes do Mercosul, à Medalha de Ouro do Círculo de Belas Artes de Madri, entre outros.
(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Fonte: Revista Fórum
NOTA: Em nome da Fetec-CUT Paraná gritamos bem alto: Eduardo Galeano, presente!