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13º CECUT: Conjuntura mostra cenário de lutas para os trabalhadores

Cenário deverá forçar a classe trabalhadora a organização e resistência frente ao avanço da direita em todas as esferas

Na manhã de sábado (27) foram debatidas as conjunturas estadual, nacional e internacional. Na pauta o cenário e os desafios que a classe trabalhadora terá pela frente nos próximos anos.

O secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas, Rafael Freire, foi os responsável pela conjuntura internacional. Freire traçou um histórico das crises do capitalismo desde o século passado até chegar na última, iniciada em 2008.

De acordo com ele, o atual momento ainda é um reflexo da crise iniciada como resultado das políticas neoliberais.

Rafael Freire

Rafael Freire

“Mas por que enfrentamos isso agora? Hoje os países centrais cobram a conta e nós não tínhamos um lastro mundial para sustentar a crise da economia. Nós não fizemos reformas estruturais”, analisa Freire.

Ele ainda sustentou que o cenário é potencializado por uma impressão de caos imposta pelos setores conservadores, sobretudo, com o apoio da grande mídia. Freire ainda enfatizou que esta situação não é uma exclusividade do Brasil, mas de todos os países da América Latina com governos progressistas. “Se não tivermos posições políticas articuladas, seja de partidos políticos ou dos movimentos socais, duas outras coisas crescerão: o fundamentalismo e o terrorismo. Isso não é alternativa para a humanidade”, alerta.

A secretária da mulher da CUT Nacional, Rosane Silva, foi a responsável pela análise da conjuntura nacional e reforçou a visão da central sobre temas essenciais. Um dos pontos enfatizados por Rosane foi um estado forte e com o papel de indutor do desenvolvimento no país.

Rosane Silva

Rosane Silva

De acordo com ela, a ausência de reformas estruturantes refletem-se no atual cenário. “Para nós, da CUT, são três reformas fundamentais. A reforma tributária no sentido de fazer mudanças que taxem os ricos do nosso país, uma reforma tributária progressiva com quem ganha menos pagando menos e quem ganha mais pagando mais. Também não enfrentamos o debate da democratização da mídia e isso poderia ter evitado uma ofensiva patrocinada pela mídia, além do debate da reforma política”, recordou.

Para Rosane, um dos pontos a ser disputados é a política econômica do Brasil. “Temos que falar para a população, para o governo e para a sociedade que em nossa opinião ela deve ser indutora do desenvolvimento. Uma política economica que proteja o emprego, que avance nos direitos trabalhistas e sociais e que pense em um estado brasileiro cada vez com mais recursos públicos destinado à políticas públicas”, completou.

Durante a análise da conjuntura estadual, como não poderia ser diferente, sobraram críticas para o Governo Beto Richa. O deputado Tadeu Veneri, contudo, começou sua leitura de cenário traçando um histórico do Paraná. “Somos um estado violento, com história de repressão centenária, obviamente esse estado não poderia ser diferente com os trabalhadores”, criticou.

Tadeu Veneri

Tadeu Veneri

Veneri recordou a política de Richa que, em seu primeiro mandato, tentou pacificar as relações com os movimentos sociais. Isso resultou em poucas greves e ocupações de terra do MST, por exemplo. “Ele terminou 2015 com R$ 5 bilhões em déficit. Ainda em 2014 fez a primeira modificação (nas finanças) depois de ter sido eleito com mais de 60% dos votos”, afirmou. Após o primeiro tarifaço, uma série de ajustes para cobrir os rombos dos cofres públicos começou com o reajuste da tarifa de energia elétrica, IPVA e mais de 50 mil ítens com a tributação do ICMS. Na sequência deixaram de ser pagas as rescisões de contrato, o terço de férias e progressões deixaram de ser pagas. Em fevereiro, no retorno do calendário legislativo, ainda se coloca o projeto de confisco da previdência, que segundo Tadeu Veneri, poderia ter sido pior.

“No meu entendimento o dia 12 de fevereiro é mais importante que o dia 29 de abril. Essa ação foi de massa, contundente e tinha como objetivo impedir a votação. Isso repercute num processo seguinte que obviamente vai desembocar no dia 29 de abril”, analisa. Ainda segundo Veneri, é preciso que se criem alternativas viáveis da esquerda e dos setores progressistas para as próximas eleições. De acordo com ele, o Congresso Estadual da CUT também é um momento para realizar articulações com os movimentos sociais. “Se não tivermos essa capacidade, se não tivermos alternativas, para os próximos quatro anos teremos um governo igual ou pior. A tarefa é árdua e grande”, concluiu.

Fonte: CUT Paraná

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