Bancos disseram que haverá diálogo com o movimento sindical
Representantes da Contraf-CUT, da FETEC-CUT-PR, do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região e do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região se reuniram nesta terça-feira (4) com a direção dos bancos Bradesco e HSBC para garantir a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores, após aquisição do banco inglês.
Crédito da foto: Jaílton Garcia – Contraf-CUT
O encontro serviu para os dirigentes sindicais conhecerem detalhes da negociação, como o fato de o comando das operações só serem transferidos em janeiro de 2016. “A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando os desligamentos dos dois bancos”, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
“O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos e mais oportunidades”, completou o presidente da Contraf-CUT. “Isso ajuda a negociação pela manutenção dos empregos nos dois bancos”.
Os representantes do banco Bradesco disseram que em todos os negócios deste tipo comandado pelo banco houve total transparência nos diálogos com o movimento Sindical. “Os dois bancos dizem que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. Até que saia a aprovação da venda, que pode durar até seis meses pelos órgãos responsáveis, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, avalia que o encontro foi positivo. “Abrimos a possibilidade de monitorar as demissões até janeiro. Depois, será uma nova etapa. A necessidade do HSBC de ter um bom resultado este ano, nos garante que não haverá demissões. Já em relação ao Bradesco, vamos cobrar a promessa de aproveitar da melhor forma todos os funcionários.”
Para Junior Cesar Dias, presidente da FETEC-CUT-PR, a preocupação também é com os acordos específicos. “Nosso próximo passo é garantir as conquistas que tivemos até agora.”
Pelo banco HSBC, participaram do encontro Marino Rodilla, diretor de relações sindicais, e Juliano Marcilio, diretor de Recursos Humanos. Pelo Bradesco, André Cano, diretor executivo, e Glaucimar Peticov, do departamento de RH.
Fusões aumentam concentração do sistema bancário
O número total de empregados do HSBC no País, em dezembro de 2014, era de 20.165 trabalhadores e o número de agências bancárias no Brasil era de 853 unidades. O setor bancário brasileiro já vive um oligopólio. Em 2014, os seis maiores bancos (BB, Itaú-Unibanco, Bradesco, CEF, Santander e HSBC) passaram a concentrar 82,5% do Ativo Total do Sistema Bancário Brasileiro. Em 1999 esse mesmo índice era de 59%. Com relação às operações de crédito observa-se a mesma tendência: enquanto em 1999 os seis maiores bancos possuíam pouco mais de 60% do total de operações de crédito do setor, em 2014 essa participação chegou a 84%.
Os cinco maiores bancos, antes da aquisição, concentravam 80% dos ativos, 84% do crédito, 87% dos depósitos à vista, 95% dos depósitos de poupança e 87% das agências. Depois da aquisição do HSBC, concentram 83% dos ativos, 86% do crédito, 92% dos depósitos à vista, 96% da poupança e 91% das agências.
Fonte: Contraf-CUT
Notícia colhida no sítio http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=42502. ADAPTADA PELA FETEC-CUT-PR
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Reunião com movimento sindical durou duas horas e bancos garantiram diálogo aberto durante todo processo de fusão e transição tranquila. Antes, pela manhã, teve ato no Casp do HSBC
São Paulo – Não haverá demissão em massa no processo de aquisição do HSBC pelo Bradesco. A garantia foi dada pela direção dos dois bancos aos representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e de Curitiba, da Fetec-CUT Paraná e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) em reunião realizada na tarde de terça-feira 4. Antes, pela manhã, houve ato em frente ao Casp (Centro Administrativo de São Paulo), concentração do banco inglês em São Paulo (foto à esquerda).
> Ato no Casp após anúncio de venda
Os dirigentes sindicais cobraram a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores e receberam dos bancos o compromisso de que o diálogo estará aberto durante todo processo de fusão e a transição será feita com tranquilidade.
“Os dois bancos afirmam que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. O Bradesco disse que não pedirá cortes e o HSBC informou que também não pretende fazê-los: o banco precisa continuar operando e dando lucro, já que o valor da transação é ajustável”, relata a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Até que saia a aprovação da venda, que pode durar seis meses, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.”
Oportunidades – O Bradesco informou, ainda, que os trabalhadores do HSBC serão acolhidos com oportunidades iguais. Questionado pelo Sindicato sobre a situação de quem já é do Bradesco, os representantes do banco declararam que não haverá nenhum impedimento, retaliação, ou discriminação, inclusive para aqueles que deixaram o Bradesco para ir para o HSBC e agora retornarão. “Eles disseram que em outras incorporações houve trabalhadores que voltaram e ficaram. O compromisso do Bradesco é de realocar onde estiver sobrando, mas como não conhece toda a operação do HSBC, só poderá avaliar melhor a situação quando ver como é. Queremos conversar sobre Curitiba, sobre os departamentos e o Bradesco reafirmou que o canal de diálogo estará aberto”, afirma Juvandia.
Direitos – Os bancos também foram questionados em relação aos direitos que os trabalhadores do HSBC têm e os do Bradesco não têm. “Por exemplo, o auxílio-educação: o Bradesco não paga e o HSBC paga. É uma reivindicação antiga do movimento sindical e queremos que o Bradesco, assim que assumir, debata essas diferenças.”
O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, ressaltou: “A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando eventuais desligamentos. O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos.”
Redação – 4/8/2015
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Bradesco e HSBC se reúnem com dirigentes sindicais
Confira como foi a conversa entre os representantes dos trabalhadores e os RHs dos dois bancos.
Renata Ortega – SEEB Curitiba