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Mulheres trabalhadoras se organizam para enfrentar desafios

Mais de 20 estados estiveram presentes na reunião do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT

 

Érica AragãoMesa de abertura da Reunião do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT

Paridade e o fortalecimento das mulheres para barrar o conservadorismo são pautas da Reunião do Coletivo Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Cooperinca-Cajamar, em São Paulo, que aconteceu nesta terça (29).

Uma dinâmica de grupo deu início ao encontro que teve a presença de secretárias de mulheres e assessoras de mais de 20 estados das CUTs, Confederações e Federações no Brasil.

Cartões, bolsas, broches, celulares, lenços, canetas, crachás, relógios e agendas foram utilizados para representar um cenário de lutas, emoções, decepções e desafios  tanto das mulheres   chegam como daquelas  se afastam do movimento sindical.

Na mesa de abertura do encontro estiveram representando a CUT nacional a Vice-Presidenta, Carmen Foro, a Secretária Nacional de Mulheres Trabalhadoras, Rosane Silva, a Secretária de Saúde do Trabalhador, Junéia Batista e Secretária de Combate ao racismo, Maria Júlia Reis.

Para Carmen o principal desafio hoje é compreender o momento que estamos vivendo. “Existe uma crise do capitalismo, uma crise política, econômica e uma disputa da direita pelo poder. Apesar de muitas conquistas neste últimos 12 anos, nós deixamos de fazer mudanças importantes como a democratização da mídia e a reforma política e estamos pagando o preço por isso”, afirma a vice-presidenta.

“A mídia nos destrói, porque as poucas famílias que são donas da mídia monopolizam as informações e a falta de representatividade no Congresso Nacional, que joga o mesmo jogo político desde a redemocratização do país”.

Por outro lado, o fim do financiamento empresarial de campanha é uma grande conquista no meio deste momento delicado da política brasileira. “É inaceitável 20 empresas terem financiado mais de 80% dos parlamentares eleitos na última eleição. Eles financiam mas depois querem ser beneficiados”, destacou Carmen.

Rosane Silva lembrou da aprovação do Estatuto da Família, na Comissão de Constituição e Justiça, que restringe o conceito de família como união entre homem e mulher. “Pensar como é que as mulheres trabalhadoras estão se organizando para resistir a ofensiva conservadora é fundamental”, disse ela.

Maria Júlia também citou as reformas que deveriam ter acontecido, como a democratização da mídia e a reforma política, mas também destacou o perfil da sociedade em que vivemos. “A sociedade que fizemos parte é machista, homofobica e racista e isso refletiu no Congresso. Mesmo o ex-presidente Lula ter sido vítima de preconceitos, Dilma sofre muito mais, pelo fato de ser mulher”, afirmou Júlia.

Ela também falou sobre corrupção e a blindagem da mídia ao PSDB. “A mídia aborda a questão da corrupção como se ela tivesse surgido nos governos petistas, mas não fala sobre os engavetamentos de processos de escândalos na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Também não fala especificamente da crise hídrica de São Paulo, por má gestão do PSDB, que há 20 anos está no governo do estado, a mídia nacionaliza o problema”, lembra Maria Júlia.

A secretária de Saúde do Trabalhador lembrou que a presidenta  Dilma não teve muita opção política de construir políticas com o pior Congresso eleito desde 1964. Ela também destacou o papel da CUT na conjuntura, citou ódio e o fascismo que cresce na população brasileira e falou da disputa da direita para tirar a presidenta do poder. “Nós da CUT defendemos o estado de direito e a democracia. Nós nos juntamos a Frente Brasil Popular para defendemos os direitos da classe trabalhadora e a legitimidade do governo da presidenta, apesar das medidas que ela vem tomando”, destacou ela.

Juneia também provocou o debate falando sobre os desafios das mulheres para a próxima gestão da CUT nacional. “Nós mulheres, depois de um longo trabalho da Rosane na frente da secretaria e a conquista da paridade, teremos que discutir a qualidade de paridade que nós teremos. Queremos estar na frente das mesas de negociação, no governo, porque somos 50% da classe trabalhadora”, finaliza Juneia.

A discussão também foi em torno da atuação para o 12º Congresso da CUT, no qual teremos a aplicação da paridade. “Nós teremos uma direção metade mulheres e a outra metade homens e que a gente possa entrar neste congresso com toda nossa energia, com toda nossa garra das mulheres trabalhadoras da CUT. Que a nossa central saia deste congresso muito mais fortalecida, combativa e feminista”, finaliza Rosane.

 

Desafios das mulheres

Durante a reunião, as mulheres discutiram os desafios para o próximo período na CUT, alguns deles são: consolidar a paridade na CUT, disputa das mulheres nos espaços de poder, estrutura financeira para as secretarias, unidade das mulheres, qualificações das mulheres.

Combate permanente a qualquer tipo de violência, lutar para impedir a pauta conservadora, avanças nas políticas públicas para as mulheres, igualdade nos direitos trabalhistas para as domésticas.

Ampliar e garantir creche com qualidade e escola em tempo integral, campanha permanente contra o sistema patriarcal. Lutar pela ratificação da convenção 156, que iguala a oportunidade e direitos entre homens e mulheres, construir e manter relações com os movimentos sociais e formação feminista permanente.

 

Formação Feminista

A partir desta quarta (30) começa o último módulo de formação feminista da CUT nacional, também em Cajamar. O 6º Encontro Nacional do Projeto tem como tema: Fortalecimento político das mulheres para garantir e ampliar direitos, promover igualdade no mundo do trabalho e autonomia econômica – Ações de fortalecimento político das trabalhadoras em seus espaços de inserção e atuação política.

Mais de 50 mulheres representando quase todos os Estados irão debater políticas públicas, a história da organização e lutas das mulheres na CUT, o feminismo cutista e a relação como os movimentos de mulheres e a presença das mulheres cutistas na construção de propostas e na implementação de políticas públicas. Na sexta (02) terminará o curso de formação feminista e acontecerá a cerimônia de formatura das mulheres cutistas.

Escrito por: Érica Aragão • Publicado em: 29/09/2015 – 18:19 • Última modificação: 29/09/2015 – 22:38

Noticia coletada no sítio:http://www.cut.org.br/noticias/mulheres-trabalhadoras-se-organizam-para-enfrentar-desafios-8a7e/

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