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Bancários de Porto Alegre decidem entrar em greve a partir do dia 6

Em assembleia lotada no Hotel Embaixador, na noite desta quarta-feira,(30), os bancários de Porto Alegre decidiram, por unanimidade ,rejeitar proposta de 5,5% da Fenaban e entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, dia 6 de outubro. Um dia antes do primeiro dia de greve, na segunda-feira (5), a partir das 18h, no Clube do Comércio, os bancários irão se reunir em assembleia para organizar o movimento.

A Fenaban uma das piores propostas dos últimos anos de reajuste para o piso e outras verbas salariais dos bancários. Diante de integrantes do Comando Nacional dos Bancários, propuseram reajuste de 5,5%, quase metade da inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses, de 9,88%.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis, fez um relato das cinco rodadas de negociação, das quais participou com a Fenaban, em São Paulo na assembleia.

“Os representantes dos bancos ficaram só dizendo não desde que entregamos a pauta em agosto. Os bancos querem trocar os nossos aumentos por um abono. Essa proposta de reajuste representa uma volta aos anos 1990 quando eles apresentavam abono e diziam que estavam dando aumento real. Mas abono não faz parte de salários e ainda tem desconto de INSS e de Imposto de Renda”, avaliou Gimenis.

O presidente também referiu o discurso de crise da Fenaban nas mesas de negociação, o ajuste fiscal do governo federal e exortou os bancários a participarem ativamente da greve. “Não vamos aceitar pagar a conta do ajuste fiscal. O momento é diferente e exige de nós, bancários, um comportamento diferente. Precisamos de uma greve com muita participação, muito ato, muita passeata”, acrescentou Gimenis.

A proposta de abono é de R$ 2.500, o que não recupera perdas inflacionárias de 4,38%, considerando a proposta de 5,5% e a inflação medida pelo INPC, em setembro, de 9,88%. O índice apresentado pela Fenaban foi considerado muito aquém da proposta que os trabalhadores apresentaram em sua pauta de reivindicações em agosto. Os bancários reivindicam reajuste de 16% (aproximadamente 5,7% de aumento real).

A soma dos lucros líquidos de sete dos principais bancos do país (Itaú, Banrisul, Santander, Banco do Brasil e Caixa), segundo o DIEESE, chegou a R$ 36,6 bilhões no primeiro semestre de 2015. Este montante é 27,4% superior ao lucro líquido destes mesmos sete bancos do primeiro semestre de 2014.

“Os representantes da Fenaban nas mesas de negociação ficam reclamando de crise. Eles não podem reclamar de crise com os lucros que apuraram neste primeiro semestre. Nenhum outro setor da economia lucrou tanto. É uma incoerência eles reclamarem de crise e nos oferecerem um índice abaixo da inflação se eles cobram juros de 400% no cartão de crédito”, finalizou Gimenis.

Fonte: Seeb Porto Alegre

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