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Por 13:08 Sem categoria

Greve difícil e extenuante traz ganho político para a categoria

Difícil e extenuante. Esta é a classificação que o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Elias Jordão, fez para a campanha salarial deste ano. A baixa oferta inicial e a demora da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em apresentar uma nova proposta foram as causas para tamanha complicação. Porém, segundo Jordão, a categoria mostrou muita força e obteve um ganho político muito forte. Nesta segunda-feira, 26 de outubro, assembleias realizadas em todo o país irão decidir se a proposta que inclui 10% de reajuste nos pisos, salários e PLR mais 14% nos benefícios será aceita.

“A categoria merecia mais, mas, dentro do contexto econômico e político atual, o resultado foi positivo. Os banqueiros não queriam nem repor a inflação e impor algo que vem de uma política praticada nos anos 1990, que é oferecer abono. Diante de uma negociação difícil, conseguimos avançar com a proposta. Agora, cabe aos trabalhadores se aceitam ou não esta oferta”, afirma Jordão.
Outro fator exaltado pelo presidente do Sindicato foi o da mobilização dos bancários. Para ele, essa força foi fundamental na hora da negociação. “Os banqueiros estavam dispostos a nos derrotar, mas encontraram uma categoria mobilizada, disposta a não se entregar. Mostramos aos patrões que não vamos aceitar redução dos nossos salários e direitos. Essa foi, provavelmente, a campanha mais complicada da última década, contudo, saímos mais fortes dela”, avalia.
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), Junior Cesar Dias, também corrobora com a opinião de Jordão. “Nosso ganho político e sindical é grande, porque os banqueiros queriam impor a redução salarial, sem chegar na inflação e voltar com a política do abono. Eles entenderam que a categoria não aceita mais isso. Nós queremos ser mais valorizados. Os patrões só obtêm esses lucros altos graças aos nossos esforços”, opina.
Junior diz também que toda essa mobilização já deixou a campanha salarial para o ano que vem mais forte. “Se saíssemos com uma proposta muito reduzida, ficaria complicado negociar para as próximas campanhas. Não caímos diante da intransigência deles e mostramos que não aceitaremos que tirem nossos benefícios, uma vez que demonstramos força nesta luta”.
HSBC
De saída do Brasil, o HSBC foi uma das prioridades na mesa única de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban. Junior informa que conseguiram uma bonificação para os trabalhadores dos níveis 13 ao 24. “Essa área de abrangência corresponde a pouco mais de 70% de todos os trabalhadores do banco. Pela regra da PLR estabelecida pela Fenaban, o mínimo a ser pago é de R$ 250, mas conseguimos ir para R$ 3 mil. Ou seja, melhoramos consideravelmente esta situação”.
Caixa e Banco do Brasil
No caso dos bancos públicos, Caixa e Banco do Brasil, que contam com algumas pautas específicas, a mobilização dos trabalhadores também foi fundamental para a manutenção dos direitos e, por se tratar de uma mesa única de negociação, de não ter redução salarial. O dirigente sindical e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Genesio Cardoso, fala sobre esta luta.
“Conseguimos avançar em pontos como os 15 minutos para as mulheres, manutenção da PLR Social, que o governo sempre tenta retirar, promoção por merecimento, em que pode-se chegar a dois deltas, bastando apenas que o trabalhador cumpra regras simples, entre outras questões. Foi uma campanha da resistência contra a retirada de direitos e saímos vitoriosos”, disse.
Cardoso contou ainda que a Caixa ainda deve alguns pontos, que serão cobrados. “Estamos com a questão das contratações. Vamos orientar aos sindicatos que deverão levar essa luta para a esfera jurídica, uma vez que a Caixa deveria contratar mais dois mil bancários e não cumpriu. Além disso, foi feito um concurso em 2014, em que 32 mil candidatos foram aprovados, mas apenas pouco mais de dois mil foram chamados. Há muitos polos em que não houve contratação. Não se pode admitir isso”, avalia.
No caso do Banco do Brasil, Jordão disse que, a exemplo dos demais, a proposta poderia ser mais interessante, mas que também apresentou alguns avanços. “O melhor exemplo disso foi com a PLR diferenciada, em que há um valor mínimo linear para os trabalhadores. Foi uma discussão grande, chegando dentro dos limites, e que acabou se mostrando como uma progressão”, encerra.
Autor: Flávio Augusto Laginski
Fonte: Fetec-CUT-PR
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