Instituições financeiras estão rompendo convênios com concessionárias de serviços e forçando clientes a aderir a meios digitais; consumidores devem denunciar, orientam Sindicato e Idec
A resolução 3.694/09 do Banco Central proíbe que as instituições financeiras dificultem o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa aos clientes e usuários, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo ou eletrônico. A escolha quanto ao canal de atendimento deve ser do consumidor.
Os bancos têm liberdade para criar convênio como água, luz, gás e telefone, segundo a Resolução nº 1865/91 do Banco Central. Com base nisso é que muitos estão suspendendo os convênios com as empresas que prestam serviços públicos e recusando o pagamento de contas desses serviços na boca do caixa.
Prática abusiva – Para o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a recusa reiterada de contas de consumo é uma prática abusiva dos bancos. O Idec também considera que a norma do Banco Central específica sobre o assunto “é desfavorável ao consumidor, permitindo tratamento discriminatório, que desrespeita o seu direito de escolha e ainda confere risco potencial à sua segurança, na medida em que o obriga a realizar as transações fora da agência bancária”.
Marta Soares, diretora executiva do Sindicato e bancária do Itaú, denuncia que os bancos cobram tarifas altíssimas dos seus correntistas e ainda impedem que acessem o interior das agências bancárias, mesmo sendo locais mais seguros e apropriados para o atendimento à população.
“Os bancos não cumprem a resolução que garante o direito de escolher o meio de pagar as contas e continuam demitindo nas agências bancárias para dificultar o atendimento”, afirma. “Os clientes ficam nervosos com os funcionários e não sabem que isso é deliberação do banco. Precisam entender também que banco é concessão pública e por isso devem prestar serviços à população já assolada pelos juros altos e pelas tarifas que renderam R$ 55 bilhões às cinco maiores instituições para simplesmente discriminar na hora do atendimento”, critica a dirigente.
O Sindicato orienta aos correntistas impedidos de pagar suas contas para que denunciem ao Idec, Procon e no site www.consumidor.gov.
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