Há no metabolismo do PT um espírito ‘Sanders’, que pode ajudar o partido a se reinventar como ferramenta da luta por uma verdadeira democracia social.
Redação
Aos trinta e seis anos e quatro mandatos presidenciais, o PT vive um aniversário que o conservadorismo festeja com dobrados de marcha fúnebre.
O PT não morreu, mas está enfermo de sua própria história.
A negação das exéquias precoces celebradas pelos seus coveiros depende da capacidade de produzir anticorpos que regenerem uma identidade que muitos consideram sepultada de vez.
Em mais de 1/3 de sua intensa existência, o partido fundado em 10 de fevereiro de 1980 para ser a voz dos oprimidos, viveu (e vive) a tensão paradoxal de administrar o capitalismo brasileiro, sem ter reunido meios para modifica-lo de forma profunda.
Não estamos falando de qualquer capitalismo.
Mas de uma singularidade que ostenta uma das três mais iníquas estruturas de distribuição da riqueza no planeta.
Não se ergue nem se perpetua uma engrenagem desse tipo sem um sistema de coerção brutal.
No caso do Brasil, em que as oligarquias nunca foram capazes de criar instituições democráticas sólidas, a começar por um grande partido conservador, a mídia é o diretório encarregado de vigiar e punir as ameaças ao conjunto.
É ela que cuida nesse momento de fazer crer que esse é o último aniversário de uma organização popular sobre o qual se debruça obstinadamente, a desossar, sangrar e picar a carne e a alma destruir sua memória..
Nem mesmo uma seita religiosa passaria pela experiência de gerir esse moedor de carne sem sofrer seu poder corrosivo.
O canal deformador que varou as entranhas do PT foi a presença do dinheiro empresarial na eleitoral do partido.
A partir daí as distorções se espalharam como um vírus pelo conjunto do partido, derrubando barreiras, linhas de autodefesa e alicerces de identidade.
Estivesse morto como a emissão conservadora alardeia, por que tanto esforço assim para queimar o cadáver e espalhar suas cinzas na outra margem do rio do esquecimento?
Eles não estão seguros disso.
Mesmo com a faca na mão, o conservadorismo sabe que o queijo ainda não se entregou.
A ansiedade do cerco a Lula é a evidência mais límpida de uma disputa em curso.
O nome do conflito, na verdade, não é Lula, não honestidade versus corrupção, não é inflação, nem déficit público.
O nome do conflito é luta de classes.
Depois de 12 anos de avanços sociais mesmo que inconclusos, para legitimar o projeto de arrocho e privatização acalentado pelos interesses conservadores, será necessário devastar o legado do PT e implantar o caos no seu lugar.
Só assim o PSDB poderá retornar ao poder para concluir o serviço iniciado nos anos 90.
Não por acaso, no vídeo que divulgou sobre a data do partido, um Lula abatido pede que a população reflita sobre a importância desse legado para a democracia e a justiça social no país.
Ao reconhecer o momento difícil vivido pela sigla, Lula manda um recado aos que querem destruir a representação popular erradicando o partido da vida nacional: ‘Sem partido não há democracia’.
Fosse mais claro, Lula poderia ter dito: o desmonte que os coveiros do PT pretendem fazer na economia brasileira é incompatível com a vigência de uma democracia forte e participativa.
Assista a fala de Lula aqui.
Leia também, abaixo, um trecho do manifesto de fundação do PT, em 1980. No reencontro entre esses dois momentos talvez esteja a via para superação da encruzilhada histórica vivida hoje pelo partido. Não é demais observar no manifesto assinado há 36 anos, entre outros, por Apolonio de Carvalho, Mário Pedrosa, Antonio Candido e Sergio Buarque de Hollanda, as semelhanças com o discurso atual de um sexagenário socialista que está despertando outra vez o entusiasmo político da juventude no coração da fortaleza capitalista: Bernie Sanders.
Em que pese a ‘adversidade’ do momento, como reconhece Lula, há no metabolismo do PT um espírito ‘Sanders’ . Ele pode ajudar o partido a resistor e a se reinventar como ferramenta de luta pela construção de uma verdadeira democracia social no Brasil.
‘A Nação é o povo e o Estado a sua expressão’
“Os trabalhadores querem a independência nacional. Entendem que a Nação é o povo e, por isso, sabem que o País só será efetivamente independente quando o Estado for dirigido pelas massas trabalhadoras. É preciso que o Estado se torne a expressão da sociedade, o que só será possível quando se criarem as condições de livre intervenção dos trabalhadores nas decisões dos seus rumos. Por isso, o PT pretende chegar ao governo e à direção do Estado para realizar uma política democrática, do ponto de vista dos trabalhadores, tanto no plano econômico quanto no plano social. O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados e nem exploradores. O PT manifesta sua solidariedade à luta de todas as massas oprimidas do mundo.”
(Manifesto de fundação do PT, no Colégio Sion, em São Paulo, em 10 de fevereiro de 1980. As primeiras fichas de filiação do partido seriam assinadas por Apolonio de Cavalho, Mário Pedrosa, Antonio Candido e Sergio Buarque de Hollanda)
Bancada do PT na Câmara celebra os 36 anos de história do partido
PT completou, na quarta-feira (10), 36 anos de história. Diversos parlamentares relembraram as conquistas do povo brasileiro com os governos petistas
Por: Agência PT, em 11 de fevereiro de 2016 às 11:20:34
Parlamentares petistas na Câmara saudaram nesta quarta-feira os 36 anos do Partido dos Trabalhadores, cujo aniversário é celebrado a cada 10 de fevereiro. Na avaliação do líder da bancada do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), o PT mudou o Brasil, fato que desagrada setores da elite econômica do País.
“Tiramos da extrema pobreza aproximadamente 30 milhões de pessoas. Incluímos na classe média cerca de 40 milhões de brasileiros. O PT, nos 13 anos de governo, promoveu um conjunto de medidas que melhoraram a vida do povo brasileiro. O Brasil passou a ser visto lá fora como um país que promoveu a inclusão social e que transformou a vida de seu povo, tornando um país mais generoso. Agora vamos organizar a nossa luta em defesa do patrimônio da classe trabalhadora contra a ofensiva neoliberal e golpista. Vamos lutar e vamos vencer!”, registrou Florence.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) destacou que o povo brasileiro reconhece as conquistas e avanços garantidos pelo Partido dos Trabalhadores. “A sociedade reconhece a nossa capacidade de inovação, principalmente em políticas sociais e econômicas. Foram 36 anos de muita luta e de muitas vitórias, mas chegou a hora de repensarmos o partido para fazermos mais e ainda melhor”, disse Reginaldo.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) lembrou que não existe construção social na história da humanidade, por mais relevante que tenha sido, que não tenha passado por dilemas e contradições. “E o Partido dos Trabalhadores está diante de um desafio que precisa ser enfrentado em coerência com a sua origem e com o seu passado. O PT precisa usar essa circunstância para se superar e se redefinir à esquerda nessa construção social”, ponderou Margarida.
Para o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), nesses 36 anos o PT demostrou que é possível fazer política incluindo trabalhadores. “Chegamos ao governo promovendo avanços e garantindo direitos trabalhistas, sociais e humanos. As políticas públicas adotadas pelos nossos governos incluíram e tiraram milhões da miséria”, enfatizou Prascidelli.
Na avaliação do deputado Ságuas Moraes (PT-MT), o PT foi fundamental para a consolidação da democracia brasileira. Ele lembrou que a legenda surgiu da luta de militantes de diversos segmentos, intelectuais e sindicalistas em busca de espaços no poder para garantir direitos trabalhistas e sociais. “O PT, principalmente no governo, atuou de forma decisiva para assegurar programas como o Bolsa Família, o Mais Médico e o Minha Casa Minha Vida, além de ter garantido a política de valorização do salário mínimo. Só isso já valeu a pena toda a luta, mas o PT fez muito mais e vai continuar fazendo”, garantiu Ságuas.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) usou as redes sociais para lembrar o aniversário do partido. “Hoje o Partido dos Trabalhadores completa 36 anos de história de lutas por um Brasil mais justo, igualitário e democrático. Esta data é dedicada para todos aqueles que sonham com um País cada vez melhor para todos”, escreveu em sua página no Facebook.
Em sua conta no Twitter, o deputado Sibá Machado (PT-AC) destacou que “são 36 anos de trabalho pela democracia, direitos sociais e soberania do País”.
Em postagem publicada no Facebook, o deputado Angelim (PT-AC) também parabenizou o partido pelo seu 36º aniversário: “Vida longa, PT! Ainda há muito a se fazer por este país”.
Ao parabenizar o partido pela data, o deputado Andres Sanchez (PT-SP) disse que o PT foi o melhor partido que surgiu no Brasil nos últimos 36 anos, apesar dos erros. “E se reconhecermos esses erros, vamos continuar crescendo e avançando”, ressaltou.
O deputado Assis Carvalho (PT-PI) disse que tem orgulho de pertencer a um partido que tem melhorado a vida dos brasileiros: “O PT inovou a forma de se fazer política nesse país. Desde 2003 vem trabalhando pela inclusão social, com ações compensatórias, na melhoria do acesso à educação, como é o caso do ensino técnico e superior, e também ofertando moradia ao povo brasileiro como no caso do Programa Minha Casa Minha Vida. Talvez por isso a elite tenha tanta dificuldade para compreender o nosso partido, mas o PT vai continuar melhorando a vida das pessoas”.
Já a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), evocando a sua condição de fundadora do partido, destacou que o PT tem o que comemorar em seu 36º aniversário: “O PT é hoje um partido de importância não apenas nacional, mas mundial. Muitos não acreditavam que fosse chegar aonde chegou. Elegemos um operário, duas vezes, para a presidência da República, que governou aliado aos trabalhadores e ainda a primeira mulher presidenta deste País. Só um partido com essa história e trajetória seria capaz de suportar os ataques dessa direita que sempre nos subestimou. Por isso tenho muito orgulho deste partido”.
“Nos orgulhamos de pertencer a um partido que, apesar dos erros, em muito superado pelos seus acertos, propiciou as maiores conquistas da história ao povo brasileiro” disse o deputado Bohn Gass (PT-RS).
Para o deputado Caetano (PT-BA), o PT transformou o Brasil e se tornou um patrimônio do povo brasileiro. “Por isso essa elite retrógrada, aliada a uma mídia reacionária, tenta destruir o partido. Mas não vão conseguir. Somos fortes, estamos enraizados nos movimentos sociais, vamos vencer as atuais dificuldades e retomar o crescimento do País. Vida longa ao PT!”, disse.
“O PT chega aos seus 36 anos com uma trajetória de realizações que mudaram a história do Brasil. Se hoje somos uma nação forte, com programas sociais consolidados e uma economia consistente é porque o Brasil contou com o empenho e o trabalho do Partido dos Trabalhadores”, disse o deputado Marco Maia (PT-RS).
O deputado Marcon (PT-RS) lembrou que o PT se criou na luta popular, no trabalho das comunidades eclesiais de base, na organização dos trabalhadores. “Veio para fazer mudanças, e os governos de Lula e Dilma fizeram isso. Promoveram mudanças para o povo, melhoraram a vida do brasileiro, permitiram o acesso à educação, ao emprego e ao salário mínimo digno. Viva o PT e o povo brasileiro!”, comemorou Marcon.
“Entrei no partido ainda como estudante secundarista na década de 80 e, de lá pra cá, toda a minha formação política se confunde com a implementação de políticas públicas, que começaram lá em Icapuí (CE), quando fui secretário de Saúde em 1988. O PT, com os governos Lula e Dilma, fez a real diferença com a formulação e a execução dessas políticas, escrevendo uma nova página na história do Brasil”, opinou o deputado Odorico Monteiro (PT-CE).
O deputado Enio Verri (PT-PR) avalia que, ao longo da sua história, o partido acertou muito mais do que errou. “O PT completa 36 anos de muita luta, muita construção, muita presença nas lutas sociais e sindicais. Foram muitos acertos. Eu diria que estamos sendo perseguidos muito mais pelos nossos acertos que pelos nossos erros. Mas o importante é olhar esses 36 anos e perceber que ainda temos muito a fazer. Temos que acreditar no nosso projeto, acreditar no nosso País. Devemos apoiar o Lula sempre, ter fé na Dilma e construir um partido cada vez mais forte”, conclamou Verri, que preside o partido no Paraná.
“Esses 36 anos entram para a história com marcas fundamentais para o Brasil. Nesse período, o partido à frente do governo federal conseguiu reduzir a extrema pobreza, permitiu que milhões de jovens cursassem curso superior e a marca histórica foi o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) que o Brasil saiu do mapa da fome no mundo. Esse grande legado, por mais que a oposição critique, é composto por tarefas bem sucedidas e trabalhadas duramente pelo PT no decorrer da sua trajetória”, argumentou o deputado Chico D’Angelo (PT-RJ).
“O PT marcou a história da política no Brasil e no mundo. Por isso, há uma articulação da direita tentando destruir o grande patrimônio da política que é o PT. O partido representa a esperança de milhões de brasileiros e à frente do governo promoveu mudanças importantes para melhorar a vida dos brasileiros. Parabéns ao PT pelos 36 anos de história e de contribuição para a democracia”, disse o deputado Helder Salomão (PT-ES).
“O PT tem 36 anos de lutas que transformaram a vida de milhões de brasileiros e brasileiras”, sintetizou o deputado João Daniel (PT-SE).
“Graças ao PT o País mudou. Milhões de brasileiros em foram incluídos em políticas públicas, milhões de empregos e oportunidades foram criadas. Esse é o maior legado destes 36 anos de história do PT”, ilustrou o deputado Jorge Solla (PT-BA).
Para o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), o PT tem um saldo bastante positivo nestes 36 anos de lutas. “Apesar das dificuldades enfrentadas o partido já está no terceiro mandato na presidência da República e trouxe resultados importantes para a população brasileira com avanços significativos em várias áreas. O PT governou e governa para todos. E com isso, permitiu a melhoria de vida dos brasileiros, principalmente os mais necessitados”, disse Monteiro.
Do PT na Câmara
Notícia colhida no sítio http://www.pt.org.br/bancada-do-pt-na-camara-celebra-os-36-anos-de-historia-do-partido/