Avaliação da transação pretende verificar os efeitos sobre a concorrência no setor bancário.
Segundo a agência de notícias econômicas InfoMoney, em nota publicada no dia 17 de fevereiro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ordenou, em 27 de janeiro, que o HSBC “abrisse o jogo” sobre todas as ofertas recebidas nos últimos dois anos pela subsidiária brasileira e “explicasse” por que escolheu a oferta de US$ 5,2 bilhões do Bradesco. O HSBC teria respondido ao pedido, considerado “não usual” conforme a InfoMoney, em 05 de fevereiro.
Em 29 de janeiro, o Cade declarou como complexo o ato de concentração gerado pela compra das operações no Brasil do HSBC pelo Bradesco e informou ser necessário realizar novas diligências para aprofundar a análise do caso. Diante disso, foi solicitado ao Departamento de Estudos Econômicos do Cade a elaboração de um estudo quantitativo sobre os impactos concorrenciais da operação, além de requerer, das partes envolvidas, as eficiências econômicas geradas pela operação e, dos demais bancos e concorrentes, mais informações sobre o negócio e o mercado.
Ainda segundo a InfoMoney, a assessoria do Conselho explicou que a complexidade do negócio necessita de uma revisão mais abrangente do que as fusões bancárias usuais no Brasil. A avaliação detalhada da transação pretende verificar os efeitos sobre a concorrência no setor bancário do País, já que o Bradesco é o quarto maior banco brasileiro em ativos e o HSBC é o sétimo, com base em dados de setembro do Banco Central (BC). A nota destaca ainda que a revisão deve ser concluída até o final do mês de junho, embora o Cade já tenha dito que o prazo pode ser prorrogado.
FMI alerta sobre concentração bancária
Em 2014, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um estudo apontando que o número de bancos estava caindo e as grandes instituições financeiras estavam cada vez maiores. No Brasil, o relatório já mostrava que a concentração estava subindo: os três maiores bancos do País, que em 2006 respondiam por 35% dos ativos bancários, já respondiam por 55% na ocasião. Apesar disso, o BC aprovou a compra do HSBC Brasil pelo Bradesco sem restrições.
Renata OrtegaSEEB Curitiba