22/02/2016
Policiais militares se aquartelaram em agosto e setembro. No mês de agosto de 2015, tivemos recorde absoluto no número de ataques a bancos em todo o Estado. Foram 34. Nesses dois meses de 2015, para proteger os bancários, o SindBancários e a Fetrafi-RS entraram com duas liminares na Justiça do Trabalho solicitando o fechamento de agências enquanto durasse o aquartelamento da Brigada por falta de policiamento ostensivo. A Justiça do Trabalho concedeu as liminares e sugeriu que o governo do Estado procurasse a Guarda Nacional, o que foi rejeitado.
“Os números do nosso levantamento refletem uma política equivocada. O governo do Estado faz do discurso de crise um argumento para justificar a redução do tamanho do Estado e vender empresas públicas. Deixar de investir em segurança expõe todos nós ao risco de violência. Os bancários estão preocupados com essa falta de sensibilidade do governo. Essa aposta no discurso de crise e a redução de investimentos são um desastre para nossa categoria, exposta ao medo e fragilizada e adoecida pelo medo”, avaliou o presidente em exercício do SindBancários, Luciano Fetzner.
Se formos comparar a média de ataques desde 2007 para os dois primeiros meses do ano até 22 de fevereiro, a violência é ainda mais estarrecedora. A média é de 26 ataques. Os 42 ataques a bancos dos primeiros 53 dias do ano (42) é 61,5% superior à média histórica desta década para o período recortado.
Proposta de legislação
Desde que começou a realizar levantamentos de ataques a bancos a partir da publicação dos casos em jornais e sites noticiosos ou a partir do relato de bancários, o SindBancários mantém uma atitude propositiva para combater a violência bancária. Além de colaborar na estruturação da legislação específica sobre ataques a bancos em Porto Alegre (Lei das Câmaras, Lei dos Biombos, Lei da Porta-giratória), o SindBancários colabora com a construção de uma política ampliada. A ideia é que haja um a legislação estadual que incorpore todas as leis municipais e até mesmo uma lei nacional mais específica para não causar desequilíbrios.
Em dezembro do ano passado, o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, participou de audiência pública na Assembleia Legislativa para contribuir com a proposta do deputado estadual Tarcísio Zimmermann, de criar uma leia geral estadual de combate à violência bancária. “Todos os anos procuramos autoridades para propor que haja uma legislação estadual que obrigue os bancos a investirem em segurança. Nossa proposta é que haja uma lei estadual que inclua a obrigação de vidros blindados nas agências, de instalação de portas-giratórias, câmeras, de uma central de alarmes e biombos. E também um compromisso do poder público de fiscalizar”, explica Gimenis.
Segundo a defesa da legislação que o presidente do SindBancários faz, há intenção de ajudar a fazer frente aos sucessivos aumentos da criminalidade e dos ataques bancos registrados nos últimos anos. A ideia é regulamentar em todo o Estado e evitar vácuos legislativos em que municípios que não têm legislação específica ficam mais expostos a violência bancária em relação aos que têm legislação específica municipal como é o caso de Porto Alegre.