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Caixa Econômica cortou 449 postos de trabalho em três meses

De janeiro a março, o setor bancário fechou 2.454 postos. Os bancos múltiplos, com carteira comercial, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. A preocupação da Contraf-CUT é com o futuro dos bancários, caso haja desaceleração nos lucros

A Contraf-CUT divulgou nesta segunda-feira, 25 de abril, a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), que indica que houve o fechamento de 2.454 postos de trabalho nos bancos em todo o país nos três primeiros meses de 2016. A análise por setor de atividade econômica revela que os bancos múltiplos com carteira comercial (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federa) fecharam 2.035 postos. Na Caixa, foram 449.

O mês de março foi o responsável pela maior elevação de perdas de vagas no setor, com total de 1.671. “A redução continua. Estamos aguardando o resultado do primeiro semestre para avaliar o que os bancos estão pretendendo e depois planejar nossas ações. Se houver qualquer desaceleração nos seus lucros, os bancários é que vão pagar o pato”, avalia presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Doze estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, com 1.613 (65,7% do total), e no Rio de Janeiro, com 570 (23,2%). Os estados com maiores saldos positivos foram Pará e Pernambuco, com geração de 89 e 71 novos postos de trabalho bancário, respectivamente. Apenas as regiões Norte e Nordeste apresentaram saldo positivo de janeiro a março desse ano.

 

Desigualdade entre homens e mulheres

 

As 2.855 mulheres admitidas nos bancos nos três primeiros meses de 2016 receberam, em média, R$ 3.050,52. Esse valor corresponde a 76,5% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo período (R$ 3.986,98).

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é mais acentuada no desligamento. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos entre janeiro e março recebiam R$ 5.428,21, o que representou 70,3% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos no mesmo período, que foi de R$ 7.722,68.

 

Faixa Etária

Os bancários admitidos no período analisado concentraram-se na faixa até 29 anos, com saldo positivo de 1.527 postos. Por sua vez, nas faixas acima dos 30 anos, o saldo foi negativo em 3.981 postos de trabalho.

 

CEE/Caixa expõe preocupação com reestruturação da Caixa

Diante da Pesquisa do Emprego Bancário, a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretora de Administração e Finanças da Fenae avalia o quadro com preocupação. “O fato da Caixa não nos informar o número exato dos cortes que pretende fazer no processo de reestruturação que está promovendo nos dá uma dimensão do problema do que os empregados estão passando. As áreas já estão em defasagem de pessoal, e mesmo assim o banco continua com esse processo”, critica.

Outras questões que se relacionam com a defasagem de empregados da Caixa é a luta pela retomada das contratações dos aprovados no concurso de 2014 e o andamento das ações na Justiça contra a reestruturação. A Fenae já solicitou à direção do banco a suspensão da reestruturação, e vários sindicatos de bancários impetraram ações na Justiça com o mesmo objetivo.

“Garantir melhores condições de trabalho nas unidades de todo o país requer a luta das entidades bancárias por mais contratações e também reforça a necessidade de mobilização de empregados e concursados. Diante da posição intransigente da Caixa, temos de continuar acompanhando o processo e auxiliando o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho no que for possível”, afirma Fabiana Matheus.

Fonte: Fenae Net com Contraf-CUT
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