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Por 15:06 Sem categoria

Greve dos bancários completa duas semanas com mais de 19 mil trabalhadores paralisados no Paraná

791 agências sem atendimento ao público e dez centros administrativos fechados.

Diante do silêncio da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários completam duas semanas de greve nacional nesta segunda-feira (19). No Paraná, são 791 agências e dez centros administrativos paralisados. Há mais de 19 mil trabalhadores em greve. Os dados são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR) que representa 85% do total de bancários no estado.

Desde o início da greve, no dia 06 de setembro, o número de agências fechadas aumentou 112%, passando de 374 para 791 nos municípios da base sindical dos sindicatos filiados á FETEC-CUT-PR. A adesão dos trabalhadores cresceu 211%, quando somados ao fechamento de dez centros administrativos na capital. Estima-se que mais de 400 outras agências espalhadas pelo Paraná também aderiram à mobilização.

Depois de oito rodadas de negociação, os banqueiros não apresentaram nova proposta e, ainda, não marcaram nova data com o Comando Nacional. A Fenaban insiste na proposta de 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,3 mil, apostando na redução futura da inflação para este ano – proposta rejeitada em mesa de negociação pelos representantes da categoria, desde o dia 09 de setembro. Os bancários precisam repor as perdas salariais causadas pela inflação de 9,62%, calculada pelo Dieese, no período de agosto de 2015 a setembro deste ano, mês da data base da categoria, e reivindicam 5%  de aumento real, entre outras demandas de saúde, condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego.

Ofensiva dos bancos aumentou adesão à greve

Na última sexta-feira (16), os bancos lançaram uma ofensiva com práticas antissindicais pressionando os funcionários a voltar ao trabalho. Diversos sindicatos do Paraná e do Brasil receberam denúncias dos trabalhadores do Bradesco, Itaú e Santander informando que as diretorias destes bancos estão enviando e-mails, mensagens e realizando videoconferências coagindo os gestores. Segundo as ordens recebidas por estes canais, todos os bancários devem ser convocados a trabalhar e todas as agências devem abrir normalmente, independente de quais meios precisem ser empregados para tal. Os sindicatos reagiram imediatamente, reforçando a mobilização nas agências o que resultou em maior adesão de bancários e apoio da população.

Em Londrina, dez agências do Bradesco que estavam fechadas pelo movimento grevista e tiveram a abertura forçada na sexta-feira, por pressão dos bancos, hoje amanheceram cerradas novamente. Com isso, os bancários demonstraram que não aceitarão intimidação por parte dos gestores, conforme relatou Regiane Portieri, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região.

“Nossas conquistas vieram de uma luta histórica e de resistência. Não vamos ceder às pressões. O fim da greve não depende dos sindicatos, depende exclusivamente dos banqueiros em atender nossas reivindicações.  E nossa greve continua com 94% das agências fechadas em Londrina”, informou Regiane.

Na capital, a ofensiva dos bancos foi rechaçada pelos trabalhadores ainda na sexta-feira com forte reação dos bancários. O centro administrativo do HSBC do Xaxim, que ainda estava funcionando, teve suas atividades paralisadas. No início da semana, havia sido o centro administrativo do HSBC Hauer. Nesses dois locais, cerca de três mil trabalhadores aderiram à greve. Neste décimo quarto dia de greve, que se completou hoje, há um número pequeno de contingenciamento interno que foi negociado com o sindicato, mas a maioria dos funcionários nem foram trabalhar, de acordo com descrição de Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Ele ainda informou que o Santander continua com as ameaças aos trabalhadores, registradas por meio do canal de denúncias, mas o sindicato já está em contato com os gestores do banco. As agências do Santander continuam fechadas e houve adesão de mais cinco.

“Os funcionários não suportam mais a intransigência, a ganância e a desvalorização do quadro. Para aqueles que ainda não aderiam à greve, o momento de lutar pelos nossos direitos é agora. Estamos numa correlação de força. Os banqueiros querem vencer a categoria pelo cansaço, então temos que aumentar a paralisação. Os bancos nunca ofertaram nada de boa vontade, tudo que foi conquistado para os bancários, ao longo dos anos,  foi por meio de greve. Só tivemos resultado quando conseguimos atingir adesão praticamente total ao movimento”, reforçou Jordão.

 

Joka Madruga. Seeb Curitiba

Foto: Joka Madruga. SEEB Curitiba.

Autor: Cinthia Alves

Fonte: FETEC-CUT-PR

 

 

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