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Ipea: mercado ‘deteriorado’ exclui trabalhadores jovens, idosos e formais

 Na comparação entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano, há aumento generalizado da taxa de desemprego
MARCOS SANTOS/USP IMAGENS/FOTOS PÚBLICAS

Em 12 meses, até julho, o corte atinge 1,722 milhão de postos de trabalho - MARCOS SANTOS/USP IMAGENS/FOTOS PÚBLICAS

Em 12 meses, até julho, o corte atinge 1,722 milhão de postos de trabalho

Análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta permanência de “ritmo acelerado de deterioração” do mercado de trabalho no Brasil, atingindo principalmente o grupo de pessoas acima de 59 anos, jovens e empregados com carteira assinada. Na comparação entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano, há aumento generalizado da taxa de desemprego entre regiões e segmentos, nos recortes por sexo, faixa etária, situação familiar e escolaridade. Em apenas oito das 27 unidades da federação, a taxa fica abaixo dos 10%. Na média nacional, está em 11,3%, ante 7,2% no início de 2014.

Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a Carta de Conjuntura do Ipea, divulgada hoje (20), mostra ainda queda dos rendimentos quase generalizada. A exceção foi o setor de construção civil, com alta de 2,3% no segundo trimestre, na comparação anual. A retração atinge 5,9% na agricultura, 5,3% na indústria e 3,8% no comércio. Na média, -4,2%. Com isso, a massa salarial entre maio e julho deste ano ficou em R$ 175 bilhões, mesmo nível de três anos atrás.

O grupo de jovens de 14 a 24 anos é o que mostra maior taxa de desemprego (26,73% no segundo trimestre), mas a variação sobe principalmente entre trabalhadores acima de 59 anos: crescimento de 132% desde o quarto trimestre de 2014, de 2,05% para 4,75%.

A faixa de trabalhadores com ensino médio incompleto tem 20,57% de desemprego, ante 12,89% no ensino fundamental completo e 12,82% no médio completo. Cai para 9,74% no grupo de ensino fundamental incompleto e 7,75% entre trabalhadores com ensino superior.

Entre as regiões, a taxa é maior no Nordeste (13,21%). Em seguida, vêm Sudeste (11,70%), Norte (11,23%), Centro-Oeste (9,70%) e Sul (8,04%) – esta teve a maior variação, crescendo 113% desde o final de 2014. Nas unidades da federação, a taxa de desemprego varia de 6,67% (Santa Catarina) a 15,8% (Amapá), ficando em 12,18% no estado de São Paulo.

O Ipea cita ainda informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que se restringe ao setor formal. Apenas de abril a julho, foram fechados 321 mil vagas com carteira assinada. Em 12 meses, até julho, o corte atinge 1,722 milhão de postos de trabalho, sendo 526.617 na indústria de transformação, 453.nos serviços e 405.932 na construção civil.

O mercado formal mostra fraco desempenho tanto nas admissões como nos desligamentos de pessoal. A média mensal de demissões vem caindo: 1,71 milhão em 2014, 1,54 milhão em 2015 e 1,33 milhão neste ano. Mas o volume de contratações cai ainda mais: 1,72 milhão, 1,40 milhão e 1,24 milhão, respectivamente.

O Ipea observa que o avanço da crise, ao agravar a situação do mercado, provocou crescimento da procura de trabalho por conta própria. A participação desse grupo no total de ocupados, pela Pnad Contínua, foi de 23,5% em 2012 para 26% neste ano.

“Devido ao cenário macroeconômico atual, é provável que se observe a manutenção da queda do nível de ocupação, visto que esta tem sido causada principalmente pelo menor número de admissões, e estas ainda não apresentaram sinais de recuperação”, diz o Ipea. “Se isso resultará em aceleração da taxa de desemprego, dependerá muito do comportamento da PEA (população economicamente ativa). Se ela voltar a crescer como no primeiro semestre de 2015, o desemprego poderá subir no mesmo ritmo acelerado apresentado neste trimestre.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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